quarta-feira, 7 de novembro de 2012

10 PRÁTICAS DE CORRUPÇÃO COMUNS NO DIA A DIA DOS BRASILEIROS



Quase um em cada quatro brasileiros (23%) afirma que dar dinheiro a um guarda para evitar uma multa não chega a ser um ato corrupto, de acordo com uma pesquisa realizada pela Universidade Federal de Minas Gerais e o Instituto Vox Populi.
Os números refletem o quanto atitudes ilícitas, como essa, de tão enraizados em parte da sociedade brasileira, acabam sendo encarados como parte do cotidiano.
'Muitas pessoas não enxergam o desvio privado como corrupção, só levam em conta a corrupção no ambiente público', diz o promotor de Justiça Jairo Cruz Moreira.
Ele é coordenador nacional da campanha do Ministério Público 'O que você tem a ver com a corrupção', que pretende mostrar como atitudes que muitos consideram normal são, na verdade, um desvirtuamento ético.
Como lida diariamente com o assunto, Moreira ajudou a BBC Brasil a elaborar uma lista de dez atitudes que os brasileiros costumam tomar e que, por vezes, nem percebem que se trata de corrupção.
Não dar nota fiscal Não declarar Imposto de Renda Tentar subornar o guarda para evitar multas Falsificar carteirinha de estudante Dar/aceitar troco errado Roubar TV a cabo Furar fila Comprar produtos falsificados No trabalho, bater ponto pelo colega Falsificar assinaturas 'Aceitar essas pequenas corrupções legitima aceitar grandes corrupções', afirma o promotor. 'Seguindo esse raciocínio, seria algo como um menino que hoje não vê problema em colar na prova ser mais propenso a, mais pra frente, subornar um guarda sem achar que isso é corrupção.'
Segundo a pesquisa da UFMG, 35% dos entrevistados dizem que algumas coisas podem ser um pouco erradas, mas não corruptas, como sonegar impostos quando a taxa é cara demais.
Otimismo
Mas a sondagem também mostra dados positivos, como o fato de 84% dos ouvidos afirmar que, em qualquer situação, existe sempre a chance de a pessoa ser honesta.
A psicóloga Lizete Verillo, diretora da ONG Amarribo (representante no Brasil da Transparência Internacional), afirma que em 12 anos trabalhando com ações anti-corrupção ela nunca esteve tão otimista - e justamente por causa dos jovens.
'Quando começamos, havia um distanciamento do jovem em relação à política', diz Lizete. 'Aliás, havia pouco engajamento em relação a tudo, queriam saber mais é de festas. A corrupção não dizia respeito a eles.' 

Para Lizete esse cenário foi criado por diversos fatores, especialmente pela explosão das redes sociais,que são extremamente populates entre jovens e uma ótima maneira de promover a fiscalização e a mobilização.

Mas a internet está ajudando os jovens , na opinião da psicóloga, as escolas estão deixando a desejar na hora de incentivar o engajamento e conscientizá-las sobre a corrupção.

'Em geral, a escola é muito omissa. Estão apenas começando nesse assunto, com iniciativas isoladas. O que é uma pena, porque agora, com o mensalão, temos um enorme passo para a conscientização, mas que pouco avança se a educação não seguir junto', diz a diretora. 'É preciso ensinar esses jovens a ter ética, transparência e também a exercer cidadania.'

Políticos x cidadão comum
Os especialistas concordam que a corrupção do cotidiano acaba sendo alimentada pela corrupção política.
Se há impunidade no alto escalão, cria-se, segundo Lizete, um clima para que isso se replique no cotidiano do cidadão comum, com consequências graves. Isso porque a corrupção prejudica vários níveis da sociedade e cria um ciclo vicioso, caso de uma empresa que não consegue nota fiscal e, assim, não presta contas honestamente.
De acordo com o Ministério Público, a corrupção corrói vários níveis da sociedade, da prestação dos serviços públicos ao desenvolvimento social e econômico do país, e compromete a vida das gerações atuais e futuras.

'Em geral, a escola é muito omissa. Estão apenas começando nesse assunto, com iniciativas isoladas. O que é uma pena, porque agora, com o mensalão, temos um enorme passo para a conscientização, mas que pouco avança se a educação não seguir junto', diz a diretora. 'É preciso ensinar esses jovens a ter ética, transparência e também a exercer cidadania.'

Fonte: BBC Brasil -

4 comentários:

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  2. Essa semana vi uma reportagem na TV em que o encarregado da distribuição de milho subsidiado pela Conab afirma que a demora na distribuição deve-se a um atraso no leilão feito entre as transportadoras.Aí vem a pergunta que não quer calar: Por que diante da situação de emergência que assola a região não se determina que os caminhões do exército façam a entrega. É falta de vontade política!

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    1. Seria de bom tamanho se todos os brasileiros pudessem ter a exata noção da corrupção engendrada neste município, como nunca antes na história.

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  3. A situação daqui é preocupante, a seca castiga e os governantes nada fazem para ajudar a população que passa fome e outras privações. Tomem alguma atitude, pelo menos para amenizar esse sofrimento.

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