Prezado primo Carlos Ferraz,
É sempre gratificante, para mim, receber notícias, veiculadas através de seus Jornais, de inegável cunho cultural, abrangendo todos os segmentos vinculados à minha inesquecível e belíssima TERRA NATAL – TRIUNFO, onde frades e freiras alemãs difundiram uma educação de qualidade, focada nos padrões de uma forte influência alemã – testemunhada pelos que frequentaram O Convento dos Frades e o Colégio “Stella Maris!!
Falar de Triunfo é referir-se a
um verdadeiro Oásis, com seus jardins floridos, seus cafezais, encravado numa
depressão geográfica, o que lhe permite ser tão cultuada em vários recantos
deste nosso imenso país, pelo seu elevado nível cultural, seu clima
agradabilíssimo, figurando entre outras cidades que se inserem no chamado
“Circuito do Frio”.
Nela, estão fincadas as minhas
raízes familiares, sentimentais e, por que não dizer culturais, onde vivi por
um período (pré-adolescência), partindo do alto sertão da Paraíba para estudar
no famoso “Stella Maris” que, na época, atraía jovens de várias Regiões,
sobretudo de cidades circunvizinhas.
Quem não desejava educar seus
filhos no Convento “São Boa Ventura” e no “Stella Maris”, verdadeiras fontes de
conhecimento?
Quando você (que também foi aluno
do “S.M”), em seus artigos contundentes, se refere ao Colégio “Stella Maris”,
dirigido por Freiras Alemãs, dotadas de uma admirável cultura polivalente
(se é que posso falar assim), onde florescia uma verdadeira educação de 1º
Mundo, no concernente ao modelo da época, transporto-me para uma fase feliz de
minha juventude, quando recebi sólidos conhecimentos dessas abnegadas
educadoras, impondo uma disciplina de muito rigor, o que me rendeu bons frutos.
Graças a essa bendita herança, consegui “vencer na vida”, com o apoio, é claro,
indispensável dos meus pais, verdadeiros guerreiros, dotados de uma grande visão
de futuro, investindo, com sacrifício, nos meus estudos.
Ao término dos quatro anos de
ginásio, migrei para a Capital, João Pessoa-PB onde, muito cedo, consegui bons
empregos, na área do Magistério, a nível federal e estadual.
Lá, deixei meu “Coração de Estudante”
– tímida, recatada, obediente, dedicada às tarefas escolares diárias,
merecendo, assim, convite da Madre Superiora – Frau Jerônima e de outras irmãs
para ingressar na ordem religiosa, onde teria que optar por uma vida de
Claustro.
Resolvi, porém, palmilhar os
caminhos de uma carreira mais promissora, cursando Universidade e,
posteriormente, realizando Pós-Graduação em Letras, galgando o título de
Mestre.
Hoje, sinto-me plenamente
realizada, casada com ex-Padre – latinista, por excelência: tenho três filhos de quem muito me orgulho
(porém, com humildade) por terem conseguido espaços em campos de
trabalho, graças aos seus esforços pessoais, sendo o 1º - Analista de
Planejamento (federal); o 2º – Procurador da República e Professor
Universitário, atualmente, cursando Doutorado em Direito Internacional, e a
caçula – médica, cursando mestrado em Recife, onde foi tomada de surpresa ao
conhecer Cacau (seu filho) como “personal trainer” na academia que frequenta.
No ensejo, não poderia deixar de
mencionar a querida prima Leda Lopes Ferraz, sua Mãe, Grande Educadora, talhada
para o magistério, dotada de uma indizível capacidade voltada para a redação,
poesia, entre outros, a qual sempre me recebeu de braços abertos no seu DOCE
LAR, cativando-me com seus maravilhosos quitutes.
Mestra de tantos jovens
triunfenses que labutam em outras terras, vitoriosos, e que, absorvendo seus
valores morais e firmeza de caráter, além de profícuo aprendizado, sempre que
voltam a Triunfo, demonstram a sua gratidão para com a mesma.
Considerando-me sua eterna
discípula, ainda conservando os seus hábitos e lições de vida eivados de muito
equilíbrio e rigorosa disciplina, rendo-lhe a minha homenagem, desejando que se
mantenha entre nós por longos dias.
Quanto à “Estrela do Mar” (“Stella
Maris”), embora ofuscada pelo contexto atual, creio que continua singrando os
mares revoltos desta época de muitos progressos tecnológicos, guiando-nos lá do
além, muito além, como bem dizia a canção entoada pelo Coral das Internas.
Bernadete Ferraz Costa
João Pessoa, 31/10/2012
Tenho uma ligeira impressão de que Bernadete era sobrinha do senhor Joaquim Antas, estudava uma classe mais adiantada que a minha e residiu na Praça Monsenhor Eliseu.
ResponderExcluirNão é Betinha de Pedro Antas? Lembro!
ResponderExcluirRealmente, para a época, tínhamos uma educação e ensino aprimorados que nos deram base para a busca de novos conhecimentos e escolha profissional, em terras distantes onde a concorrência é bem maior e acirrada.
ResponderExcluirLinda carta, vale a pena ler...Nela a Srª Bernadete Ferraz Costa, que nem a conheço, expressa de maneira tocante todas as recordações que tem da nossa Triunfo e o quanto foi primordial para ela e sua família os ensinamentos do Stella maris.
ResponderExcluirEsta Bernadete não é aquela que morou na casa de Carlos Ferraz? Que era sobrinha de Afonso Menezes ( Moitinha) cuja a mãe morreu e ra filha de um primo de dona Leda?
ResponderExcluirO texto tão bem escrito pela Bernadete retrata, com certeza, o pensamento de tantos triunfenses que se alegram ao reviver os tempos de outrora. Retrata também o futuro promissor, resultado visto nos dias atuais, de quem bem se alimentou dos manjares educacionais do Stella Maris.
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