Pobre e sempre desrespeitado Brasil! Reza a Constituição o impedimento de recesso parlamentar, no mês de julho, enquanto não se registrar a votação da Lei das Diretrizes Orçamentárias (LDO). Em primeiro lugar, essa coisa de recesso constitui uma enorme excrescência de agentes que já não trabalham no período, digamos de trabalho. Pessoas que comparecem quando lhes aprovem. Pessoas que adotam a profissão de político, mas não se comportam como os demais profissionais em relação ao patrão.
Mas, no país do Garrincha esses indivíduos driblam até a Carta Magna, ora para se entregarem ao ócio continuado, ora para correrem em busca do eleitor com as enganosas e corriqueiras promessas destinadas ao esquecimento.
Inteligentes e maliciosos asseguram que não haverá o recesso. Mas, como não haverá votações no período a suspensão das atividades estará implícita. No ínterim, e como sempre aconteceu apenas os discursos vazios para plateias idem de parlamentares acumpliciados para o rasgamento cínico da Constituição.
Por isso que, a partir do dia 17 de julho até agosto, contrariando as regras da formalidade constitucional e também da moralidade, o Congresso estará inaugurando o recesso branco ou informal.
E, em que pese a ausência desses “representantes do povo” do seu local de trabalho por um período que inevitavelmente se estenderá até outubro, com uma ou outra visita ocasional a seus gabinetes em Brasília, não haverá desconto salarial, circunstância há muito eternizada nas relações desses indivíduos com o país.
Para eles, não há Pátria amada, idolatrada. Apenas o primeiro o meu, depois o meu, e, por fim, o meu também.Bom recesso informal, cavalheiros! Mas, não se esqueçam de que um dia poderá ser outro dia.
Esse Luiz Saul Pereira é bom demais.. eu estava sentindo falta dele nos jornais.
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