A QUESTÃO É QUE ESTAMOS NO BRAZIU... - POR LUIZ SAUL

Quase cansei de falar aqui que não haveria CPI da Petrobras, ou, pelo menos, uma CPI que merecesse o nome. Aquela instalada no senado rapidamente fez água e submergiu profundamente. Já a outra, a CPMI, constituída por senadores e deputados, e com o controle da maioria do Governo, seguiu o ritmo do padrão braziu. 

 
Há muito, desde o tempo de escola, eu não ouvia a palavra gabarito como representação das respostas certas a provas ou a questionários para a demonstração de conhecimentos.

Pois, a Editora Abril via Revista Veja, “ressuscitou” o termo para desvendar a forma e a condução dos depoimentos prestados por membros da petroleira no auditório da comissão mista. Segundo a semanária, as perguntas teriam sido adrede encaminhadas aos depoentes de forma tal que pudessem ensaiar as respostas e explanações de forma coerente e convincente. Consta que houve até a sofisticação de media training para a sustentação das farsas e dos farsantes no teatro do cinismo.

Sendo verdadeiras as denúncias de Veja, conclui-se que em um momento tão sensível e delicado, a tropa de choque esqueceu todos os pruridos na articulação de atalhar eventuais riscos aos encastelados no fortim do Poder.

Repito que sendo verdadeiras as informações, houve um pouco de tudo um pouco (ou um muito) nas negociatas, mas principalmente quebra de decoro parlamentar que se investigada com profundidade certamente encaminhará fins de carreiras políticas e expurgos de quadros públicos. A questão é que estamos no braziu...

Com a credibilidade ferida de morte, já não importam as conclusões da CPMI. Agora virão os mais contritos desmentidos, talvez jogando um ou outro “auxiliar” descartável ao mar como forma de abrandar a ira dos tubarões, como rotineiramente acontece. Vão-se os anéis...

Já a Oposição em festa vestir-se-á de branco, como se pura e inocente fosse, para a identificação dos delinquentes, na produção do melhor e maior pacote de pecados a ser jogado no colo da candidata Dilma, que, como se sabe, comandou o Conselho de Administração da Petrobrás na época de Pasadena. Mas, claro, não sabia de nada. Aécio e Eduardo agradecem.

 Por: Luiz Saul Pereira