Eu
não acreditava na ascensão da Marina Silva até a sua unção pela
família enlutada. O PSB, que a renega como herdeira ideal,
dobrou-se. Passada a dramática comoção, resta o luto, mas também
o pragmatismo para a lide imediata com o novo cenário em que os
antagonismos necessitam de ser rapidamente apascentados.
O
fato é que ela poderá abrigar as esperanças, mas, dificilmente a
confiança absoluta dos parceiros. De permeio, é preciso compreender
que por trás da figura miúda de amarelidão translúcido e
permanentes olheiras, resiste uma personalidade marcantemente forte e
disposta enfrentamentos.
Resulta que, pra vingar e pra ser aceita, a Marina terá que se reinventar para assumir um perfil profundamente modificado, com a assunção do ideário do Eduardo Campos, relegando a temática da Rede, abraçando a retórica do PSB, subindo em palanques antes rejeitados, se comprometendo com o agronegócio, aprovando a construção de hidroeletricas em terras supostamente indígenas, e ainda falando de soluções para a economia do país. Conseguirá?
Antes
se imaginava uma dobradinha Aécio/Eduardo, em um segundo turno.
Agora, ela sabe que se mantiver o número de votos de 4 anos atrás,
poderá somá-los ao voto novo e emocional com a provável designação
de Voto Luto ou Solidário, gerando assim um patamar de voo solo
capaz de ameaçar tanto o tucano quanto a petista. Mas, antes de
qualquer coisa, ela precisa confirmar a intenção de votos anterior,
sem o quê a campanha manterá o status quo. Ademais, não sabemos
que alavancas surgirão ao longo da exposição dos candidatos no
rádio/TV.
Enquanto isso, no meio das chamadas hostes adversárias, fico com a impressão de que está estabelecido o caos e o medo com a nova configuração da disputa, uma vez que todos compreendem que os números do Eduardo Campos, em tese, não ameaçavam os ponteiros, mas a Marina, com a hipótese de crescimento, pode tirar votos de ambos os lados e crescer no processo. É certo que as estratégias das campanhas estão sendo reavaliadas para se ajustarem ao quadro resultante do falecimento do ex-candidato.
Essa coisa da apropriação de frases de efeito como que para eternizar a presença de pessoas não chega a impressionar. Tancredo Neves antes da posse que não aconteceu cunhou o chamamento de união “Não podemos nos dispersar”, que tinha o mesmo efeito de impregnação de “Não podemos desistir do Brasil”. Tudo a mesma coisa porque o que vale mesmo é a atitude.
P.S.
Louve-se a elegância respeitosa dos candidatos que suspenderam as
campanhas, embora internamente o pau continuasse quebrando.
Surpreendente a mudança do quadro político brasileiro com a entrada de Marina Santos candidata que substitui o ex-governador de Pernambuco, Eduardo campos, vítima de acidente aéreo na semana passada.
ResponderExcluirACRESITO QUE RENATA CAMPOS DARIA MAIOR DIMENSÃO NA CHAPA PRESIDENCIAL DO PARTIDO SOCIALISTA BRASILEIRO - PSB.
ResponderExcluirSó vai dar Dilma presidente do Brasil!!!!
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