quarta-feira, 20 de agosto de 2014

ASCENSÃO DE MARINA SILVA E OS ANTAGONISTAS DA CANDIDATURA - POR LUIZ SAUL

Eu não acreditava na ascensão da Marina Silva até a sua unção pela família enlutada. O PSB, que a renega como herdeira ideal, dobrou-se. Passada a dramática comoção, resta o luto, mas também o pragmatismo para a lide imediata com o novo cenário em que os antagonismos necessitam de ser rapidamente apascentados.

O fato é que ela poderá abrigar as esperanças, mas, dificilmente a confiança absoluta dos parceiros. De permeio, é preciso compreender que por trás da figura miúda de amarelidão translúcido e permanentes olheiras, resiste uma personalidade marcantemente forte e disposta enfrentamentos.

Resulta que, pra vingar e pra ser aceita, a Marina terá que se reinventar para assumir um perfil profundamente modificado, com a assunção do ideário do Eduardo Campos, relegando a temática da Rede, abraçando a retórica do PSB, subindo em palanques antes rejeitados, se comprometendo com o agronegócio, aprovando a construção de hidroeletricas em terras supostamente indígenas, e ainda falando de soluções para a economia do país. Conseguirá?

Antes se imaginava uma dobradinha Aécio/Eduardo, em um segundo turno. Agora, ela sabe que se mantiver o número de votos de 4 anos atrás, poderá somá-los ao voto novo e emocional com a provável designação de Voto Luto ou Solidário, gerando assim um patamar de voo solo capaz de ameaçar tanto o tucano quanto a petista. Mas, antes de qualquer coisa, ela precisa confirmar a intenção de votos anterior, sem o quê a campanha manterá o status quo. Ademais, não sabemos que alavancas surgirão ao longo da exposição dos candidatos no rádio/TV.

Enquanto isso, no meio das chamadas hostes adversárias, fico com a impressão de que está estabelecido o caos e o medo com a nova configuração da disputa, uma vez que todos compreendem que os números do Eduardo Campos, em tese, não ameaçavam os ponteiros, mas a Marina, com a hipótese de crescimento, pode tirar votos de ambos os lados e crescer no processo. É certo que as estratégias das campanhas estão sendo reavaliadas para se ajustarem ao quadro resultante do falecimento do ex-candidato.

Essa coisa da apropriação de frases de efeito como que para eternizar a presença de pessoas não chega a impressionar. Tancredo Neves antes da posse que não aconteceu cunhou o chamamento de união “Não podemos nos dispersar”, que tinha o mesmo efeito de impregnação de “Não podemos desistir do Brasil”. Tudo a mesma coisa porque o que vale mesmo é a atitude.

P.S. Louve-se a elegância respeitosa dos candidatos que suspenderam as campanhas, embora internamente o pau continuasse quebrando. 


Por: Luiz Saul Pereira

3 comentários:

  1. Surpreendente a mudança do quadro político brasileiro com a entrada de Marina Santos candidata que substitui o ex-governador de Pernambuco, Eduardo campos, vítima de acidente aéreo na semana passada.

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  2. ACRESITO QUE RENATA CAMPOS DARIA MAIOR DIMENSÃO NA CHAPA PRESIDENCIAL DO PARTIDO SOCIALISTA BRASILEIRO - PSB.

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  3. Só vai dar Dilma presidente do Brasil!!!!

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