terça-feira, 12 de agosto de 2014

" E QUANTO A NÓS, CARA PÁLIDA?" - POR LUIZ SAUL


Consta o Brasil doará R$ 1 milhão à Organização Mundial da Saúde (OMS) para ajudar no combate ao surto de ebola na África Ocidental. Igualmente que enviará 15 toneladas de remédios e material médico aos três principais países afetados, Guiné, Serra Leoa e Libéria. É claro que todo o esforço internacional será válido para barrar a possibilidade da evolução de uma epidemia em condições de ameaçar a existência humana neste planetinha. 
 
Aliás, a marcante solidariedade que em nome do seu povo o Governo produz constitui uma característica dos daqui. É verdade que nem sempre esses apoios ou mesmo alguns acordos decorrem de motivos nobres. Vide, por exemplo, a associação com o Pinochet, com Chavez, com a ditatura argentina, ou mesmo o pendor getulino inicial de adesão a Hitler. Mas, essas são outras estórias da história.

No caso da assistência à saúde internacional via OMS, a pergunta que cabe é: “e quanto a nós, cara pálida?”.

Não se trata de desmerecer o gesto. A questão é que os nossos hospitais se encontram na mais absoluta penúria e a saúde brasileira à beira da morte, sem um altruísmo capaz de socorrê-los; sem alguém em condições de “negligenciar” a burocracia e desviar verbas e medicamentos de sobrevida para uma população doente ou na iminência de adoecer. 
 
Enquanto a verba e os remédios são nobremente enviados à África, em um hospital do Piauí, do Acre, ou de Brasília, faltam luvas, esparadrapo, gaze, isso sem falar de médicos enfermeiras, etc. A lei do absurdo ainda aponta que, em razão da burocracia aduaneira, existem hospitais inteiros encaixotados e retidos e enferrujando nos depósitos da Receita, por falta ora de uma guia, ora de uma assinatura, ora de uma boa vontade, ou mesmo de um simples interesse. 
 
É de se sonhar que um dia, quem sabe, os olhos da compaixão governamental se voltem para os “clientes internos” com a mesma comiseração com que percebe a ameaça internacional e o medo que o vírus Ebola implica.

Enquanto isso, vamos de SUS.

 Por: Luiz Saul Pereira

3 comentários:

  1. JOANA BARROS DE CARVALHO13 de agosto de 2014 às 07:55

    EM PRIMEIRO LUGAR DEVERIAM CUIDAR DA SITUAÇÃO DE CASA QUE ENCONTRA-SE INSUSTENTÁVEL COM A DEFICIENTE ASISTÊNCIA MÉDICA BRASILEIRA.

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  2. Mais outro benefício a estrangeiros promovida pela quadrilha petista. Deveriam trazer para facilitar o programa "Mais Médicos" a velhas e sucateadas ambulância de Cuba.

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  3. Nós estamos é f.... e mal pagos.....

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