quinta-feira, 21 de agosto de 2014

O AVIÃO ERA UMA BOLA DE FOGO EM PLENO AR. COMO ASSIM?

 
 
Aqui no Recife é só o que se fala – velhos, adultos, jovens, crianças –, em todo canto, o assunto é o acidente aéreo que vitimou o ex-governador Eduardo Campos. A tristeza é geral entre os pernambucanos. Muitos ainda relutam em acreditar. Parece tudo tão irreal, como se fosse um filme. Um sonho, ou melhor, um pesadelo.

Sábado de manhã, dia 16 de agosto, fui à praia caminhar com meu filho. Depois de muito andarmos, ele, cansado, disse-me: “Papai, vamos descansar um pouquinho, numa sombra?!”. Sentados, debaixo de uns coqueiros, ficamos perto de um grupo de guris que conversavam sobre a tragédia. Eles deviam ter em torno de treze, catorze anos, não mais do que isso. Cada um dava uma opinião diferente. Comecei a prestar atenção (o que não me foi muito difícil, porque falavam alto demais, como se o volume fosse fortalecer a argumentação).

Pois bem, espantei-me com a precocidade da meninada. Tanto é que, se algum aviador ler esta crônica, me ajude, corrigindo os termos técnicos utilizados e as hipóteses levantadas pelos garotos, pois pouco entendo de aeronaves e de aviação, no entanto, achei os argumentos deles bastante lógicos; vejam, foi mais ou menos isto:
 
1) Só o tempo ruim não derrubaria aquele avião;

2) O piloto arremeteu o jato, se ele perdesse a direção ou o controle, não haveria muito problema, porque o avião continuaria a subir, só o céu pela frente; além disso, há o copiloto;

3) Se o piloto tivesse feito uma manobra brusca, o avião cairia “de faca”, e não de bico, como ele caiu;

4) Caso uma ave ou algum outro objeto se chocasse contra uma turbina, existiria a outra, que garantiria a sustentação da aeronave no ar;

5) Agora, se atingisse o “flap” ou o “profundor”, o avião cairia desgovernado, mas não se veria uma bola de fogo em pleno ar;

6) Se os dois motores incendiassem, o observador em terra veria a bola de fogo no céu, mas o jato não teria ficado com o bico a quase quatro metros enterrado no solo, o que indica que as turbinas funcionavam no momento da queda.

Houve outras hipóteses, porém, o que me impressionou mais foi a imaginação de um dos garotos, ao supor uma sabotagem: “Pode ser, tipo assim: era para o avião, tipo, explodir sobrevoando o mar, mas saiu do Rio de Janeiro, tipo, alguns minutos mais cedo; aí, mermão, chegou a Guarujá antes do tempo, e  terminou acontecendo tudo no céu da cidade”.

Como assim? Tudo bem que as coisas precisam ainda ser esclarecidas; mas é bom lembrar: se o avião tivesse pousado na primeira tentativa – sem arremeter –, provavelmente, nada disso teria acontecido.

Essa juventude...

 Ednaldo Bezerra é estudante de Licenciatura em Letras da UFPE
 

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3 comentários:

  1. Severino Gomes da Silva21 de agosto de 2014 às 21:54

    Especular para quem está de fora é fácil senhor Ednaldo Bezerra. Diferente é ficar no lugar do piloto ,que duvido que estivesse disposto a morrer.

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    1. Este comentário foi removido por um administrador do blog.

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  2. Ainda vai render muito esse desastre de avião, mas não acho que tenha qualquer motivação política partidária.

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