Finalmente um amigo petista acordou! Ele assistiu às palestras do Padre Paulo Ricardo (Revolução e Marxismo Cultural), se informou sobre o Foro de São Paulo, foi atrás dos acontecimentos recentes da Venezuela e se convenceu de que as ações que foram implementadas por lá, o PT também quer adotá-las por aqui. “É um golpe comunista!”, ele bradou. “Não é golpe, não!”, discordei, falando baixinho. E expliquei-lhe: na verdade, a política é como o jogo de xadrez, a esquerda vem conquistando espaços.
Desde a época do regime militar, ela vem arrebanhando corações e mentes com ideias marxistas; não é à toa que a maioria dos partidos políticos brasileiros são de esquerda. No entanto, felizmente, muitos de nossos parlamentares sabem que somente algumas ideias socialistas são aproveitáveis, sabem também que os países socialistas, com os quais este governo do PT tem se alinhado, representa o atraso: o que de pior existe no mundo contemporâneo.
Daí a dificuldade de o governo aprovar medidas que possibilitariam a implementação da famigerada “ditadura do proletariado”, tão sonhada por eles. Junte-se a isso a resistência, embora implícita, das Forças Armadas. Elas estão caladas, mas, creio, vigilantes a qualquer tentativa de se burlar a nossa democracia (quem sabe até se, nos bastidores, num cafezinho, algum oficial-general já não tenha dito isto a um de nossos líderes no Congresso Nacional?!).
O Decreto (bolivariano) nº 8.243 não passou na Câmara dos Deputados e será derrubado no Senado; todavia, o próximo lance para conquistar mais espaço no tabuleiro será colocar o cavalo na casa d4, isto é, o controle social da mídia (que não tem nada de social, e sim de censura). Tal medida, se aprovada, seria mais um passo para impedir o esclarecimento da população e ir doutrinando nossa sociedade para compartilhar com as ideias petistas, por meio da mídia chapa-branca. Acontece, porém, que essas eleições demonstraram que a oposição está muito forte.
O xeque-mate está difícil e longe de acontecer (a partida ainda vai durar bastante tempo...). Talvez seja o momento de sair da defensiva e partir para o lance decisivo e libertador. Basta colocar a torre na casa h7. Ou seja, está na hora da participação mais efetiva das Forças Armadas em nossa democracia. Não se está cogitando aqui a hipótese de intervenção ou golpe, mas de elas quebrarem o silêncio. Está na hora de se pronunciarem, a fim de tranquilizar a sociedade, alertando a todos que não permitirão que a nossa liberdade seja cerceada e que não admitirão um regime comunista, a menos que essa seja a vontade de nosso povo, e não o desejo de um grupo que vem manipulando (a serviço de um partido e não do Brasil) sem demonstrar claramente suas reais intenções.
Mas espere! Apague tudo o que escrevi! Posso estar errado... Um pensamento me veio à mente neste momento: se as Forças Armadas se destinam à defesa da Pátria (e não à defesa do governo), se elas se destinam, também, à garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem; e se o ditado popular diz que “quem cala consente!”; então, concluo que não há perigo nenhum para a nossa democracia (como não pensei nisso antes?). Pelo jeito, tudo não passa de teoria da conspiração. É mera coincidência os presidentes da maioria dos países da América Latina serem de partidos integrantes do Foro de São Paulo. Enfim, tudo é fruto de nossa imaginação. Por conseguinte, não tenho mais nada a fazer. Resta-me compartilhar do silêncio de nossa Forças Armadas, cruzar os braços e, doravante, também me calar.
Por: Escritor Ednaldo Bezerra
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