segunda-feira, 4 de maio de 2015

AGORA CHEGA A VEZ DO BARBA - POR LUIZ SAUL


No mister de divulgar os fatos, a lupa da imprensa brasileira, sem desvendar mistérios, limita-se a replicar as notícias retiradas dos tribunais, diferentemente dos tempos em que, aqui em Brasília, ocupava-se das amenidades sociais como os bailes do Hotel Nacional, ainda na época do espartilho, e das musiquinhas mineiras do tipo Peixe Vivo que embalava as provincianas serenatas do JK. Não há de se dizer que naquela época não floresciam fatos passíveis de investigação e de inevitável punição de agentes públicos. O que pega atualmente é a epidemia. Hoje, em todos os alvoreceres rolam notícias sobre os perigos das proximidades do Governo.

Agora (finalmente!) chega a vez do Barba, de quem todos sempre desconfiamos, mas a aparente relutância dos tribunais obstinava-se na inércia. 

Consta que o núcleo de Combate à Corrupção da Procuradoria da República em Brasília inaugurou investigação formal para avaliar a ações de suposto tráfico de influência internacional e nacional, pelo ex-presidente, em benefício de empresa construtora, no caso a Odebrecht, para facilitar a contratação por países para a execução de obras internacionais com dinheiro do BNDES. É claro que existem motivos outros para se iniciar investigações a respeito de favorecimentos ao Lula e seus arredores. Mas, por enquanto está bom, como início.

Na outra ponta, como a demonstrar que a estrutura moral do governo está erodida por procedimentos irregulares presentes e passados de parte de seus membros, o STF determinou o prosseguimento das investigações para comprovar, ou não, a participação do atual Ministro Kassab, das Cidades, em fraudes havidas no seu tempo de Prefeito de São Paulo.

Nessa altura, é claro que os desmentidos já foram todo disparados, sendo que o Lula não deixou por menos. No exercício das furibundas acusações assacadas contra a imprensa, na rouquidão desequilibrada de maio, afirmou que as revistas brasileiras não valem nada, e que "são um lixo", e que juntando Veja e Época, não dá 10% da sua honestidade. 

Se as semanarias aceitarem o desafio do cotejamento de honestidade delas em confronto com os 10% propostos pelo Barba pode ser que haja uma enxurrada de esqueletos, porque, olhando aqui da arquibancada, a impressão inicial que dá é que a imprensa apenas colhe as informações de ações de terceiros, nos casos sob enfoque, do STF e da PGR.

O desafio que o Lula faz se parece com perigosa e inconsequente conversa de bêbado. E, se eu fosse Veja ou Época, aceitaria o desafio de aprofundar a comparação. 

Ele disse que Veja e Época juntas são menos que 10% da sua honestidade. Vixe!


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