No
mister de divulgar os fatos, a lupa da imprensa brasileira, sem
desvendar mistérios, limita-se a replicar as notícias retiradas dos
tribunais, diferentemente dos tempos em que, aqui em Brasília,
ocupava-se das amenidades sociais como os bailes do Hotel Nacional,
ainda na época do espartilho, e das musiquinhas mineiras do tipo
Peixe Vivo que embalava as provincianas serenatas do JK. Não há de
se dizer que naquela época não floresciam fatos passíveis de
investigação e de inevitável punição de agentes públicos. O que
pega atualmente é a epidemia. Hoje, em todos os alvoreceres rolam
notícias sobre os perigos das proximidades do Governo.
Agora
(finalmente!) chega a vez do Barba, de quem todos sempre
desconfiamos, mas a aparente relutância dos tribunais obstinava-se
na inércia.
Consta
que o núcleo de Combate à Corrupção da Procuradoria da República
em Brasília inaugurou investigação formal para avaliar a ações
de suposto tráfico de influência internacional e nacional, pelo
ex-presidente, em benefício de empresa construtora, no caso a
Odebrecht, para facilitar a contratação por países para a execução
de obras internacionais com dinheiro do BNDES. É claro que existem
motivos outros para se iniciar investigações a respeito de
favorecimentos ao Lula e seus arredores. Mas, por enquanto está bom,
como início.
Na
outra ponta, como a demonstrar que a estrutura moral do governo está
erodida por procedimentos irregulares presentes e passados de parte
de seus membros, o STF determinou o prosseguimento das investigações
para comprovar, ou não, a participação do atual Ministro Kassab,
das Cidades, em fraudes havidas no seu tempo de Prefeito de São
Paulo.
Nessa
altura, é claro que os desmentidos já foram todo disparados, sendo
que o Lula não deixou por menos. No exercício das furibundas
acusações assacadas contra a imprensa, na rouquidão desequilibrada
de maio, afirmou que as revistas brasileiras não valem nada, e que
"são um lixo", e que juntando Veja e Época, não dá 10%
da sua honestidade.
Se
as semanarias aceitarem o desafio do cotejamento de honestidade delas
em confronto com os 10% propostos pelo Barba pode ser que haja uma
enxurrada de esqueletos, porque, olhando aqui da arquibancada, a
impressão inicial que dá é que a imprensa apenas colhe as
informações de ações de terceiros, nos casos sob enfoque, do STF
e da PGR.
O
desafio que o Lula faz se parece com perigosa e inconsequente
conversa de bêbado. E, se eu fosse Veja ou Época, aceitaria o
desafio de aprofundar a comparação.
Ele
disse que Veja e Época juntas são menos que 10% da sua honestidade.
Vixe!
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