terça-feira, 24 de maio de 2016

É NECESSÀRIO APURAR O BALANÇO DE PERDAS E DANOS SOFRIDOS PELO PAÍS - POR LUIZ SAUL


A batalha das versões sobre os acontecimentos atuais somente poderá ser dirimida quando, no futuro, a História filtrar o desempenho dos protagonistas dos acontecimentos destes tempos, e assim tabular o mérito e também a frivolidade de cada um, depois de apurar o balanço de perdas e danos provocados por cada qual em relação ao país.

Quando se olha para o momento de transição que alguns chamam de golpe, mas que, independentemente da designação, resulta em rombo na economia de R$170 bilhões decorrente de questões internas e sem o concurso direto de acontecimentos de fora, há de se compreender que a gestão foi ferida de morte e que foram rompidas as barreiras do acautelamento na administração da coisa pública.

Agrava notar a manutenção dos discursos ora de vitimização, ora de alheamento à crise, ou ainda de transferência das responsabilidades, como se o desastre não tivesse pai e não continuasse ainda em curso de aprofundamento a caminho da insolvência nacional, além de outros indicativos de falências generalizadas, do extermínio do emprego e do desmonte da esperança. 

De pouco adianta a Resolução extraída da recente assembleia do PT em que o partido ensaia o reconhecimento de algumas culpas, até porque o documento traz também à tona a confissão de outro malefício felizmente frustrado, relativamente à intenção de aparelhar as Forças Armadas para servir ao projeto de poder, a exemplo do que aconteceu na Venezuela, uma país igualmente destroçado. Pelo que se retira do texto da Resolução, os eixos do plano consistiam no uso das Forças, do Itamarati e do aparelho de propaganda para a garantia da manutenção do Poder.

Não havendo conquistado as Forças Armadas, conseguiram destroçar o Ministério das Relações Exteriores com a insensatez de uma política de Big Brother sem lastro para tanto, e que hoje é tido como finório caloteiro em muitos países e também em organismos internacionais, pela circunstância de não cumprirem os mais comezinhos compromissos financeiros de aluguel, de taxas, etc. Isso sem contar que muitos dos diplomatas daqui passam por verdadeiros vexames financeiros até pela ausência dos salários no Exterior.

A outra perna do projeto relativa à publicidade a custos extraordinários funcionou nas propagandas da força do populismo embutidos nos programas sociais de bolsas isso e aquilo, de unidades residenciais precárias, e principalmente do mantra de haver retirado a população da linha de miséria. Só que a coisa não é bem assim, como demonstra o espichamento de projetos e programas ao longo de períodos eleitorais devidamente conectados como forma de manter reféns Prefeituras, Estados e principalmente o eleitor. Vide, por exemplo, a transposição do Rio São Francisco.

O pior de tudo isso é que mesmo depois de desvendadas todas as falcatruas do conjunto e também da individualidade, muitos são os cidadãos que permanecem hipnotizados, recusando o reconhecimento da realidade da exaustão do modelo e da depravação de tantos dos antigos ídolos, sonhando com o retorno ao Palácio de pessoas de provada incompetência funcional e de comportamento moral em intensa avaliação em barras de tribunais, inclusive alguns já em cumprimento de privação de liberdade por um tempo que afigura longo. 

A sorte deles é que o povo moreno tem mesmo preguiça de uma guerra e vai deixando que as instituições atuem em seu nome sem derramamento de sangue, como está acontecendo agora.



Por: Luiz Saul Pereira
        Brasília - DF

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