sexta-feira, 10 de junho de 2016

SONHAR NÃO CUSTA NADA - POR LUIZ SAUL




Refletindo sobre o pedido de prisão do José Ribamar da Costa – também conhecido como José Sarney –, do Jucá, do Renan e do Cunha, pelo Procurador Geral da República, Rodrigo Janot, tem-se que, de fato, na avaliação de muitos dos brasileiros o afastamento desses três cavaleiros do apocalipse constituiria excepcional medida de proteção à segurança e à preservação do pensamento e da ação democrática que já vigeram nesta nação. 


Mais que isso, aliás, as prisões poderiam traçar a impressão do início de um ajuste de conta histórico da Pátria Espoliada com alguns dos seus maus e inescrupulosos filhos. O fato objetivo é que a confirmação de tal pedido de encarceramento regula em boa medida a degenerescência do sistema político e o extremo constrangimento dos seus agentes no que deveria caracterizar a sua relação com a tal da sociedade. 

Acontece que, nas circunstâncias atuais, o movimento de pedras no jogo do xadrez político nacional, ainda que leve e de aparência leiga e caloura, pode incidentalmente introduzir as mais relevantes e gravosas alterações dos relacionamentos. Poderia, inclusive, de reestruturar o perfil da crise e o encaminhamento de eventuais soluções dos nossos problemas, transformando vilões em heróis e vice-versa, dependendo da janela de observação.

Basta notar, a propósito, a composição atual da Comissão Especial que trata da proposta do impeachment da filósofa búlgara-brasileira dilma nava rousseff. Como se sabe, o processo em causa vem sendo conduzido pelo presidente do Congresso, no caso, o Senador Renan Calheiros (PMDB), que teve agora a sua prisão solicitada e que, pelo histórico de anomalias, reúne condições de ser enjaulado. 

Implica que, na hipótese da prisão do coronel alagoano, o processo de impeachment passaria automaticamente a ser conduzido pelo seu substituto na aludida Comissão Especial, o também senador Jorge Viana (PT), isso obviamente significando a mais radical mudança de orientação e de procedimento na discussão do afastamento da implicada, ou seja, aquela já mencionada búlgara-brasileira de ordenamento mental discutível. 

Em decorrência, parecerá hipoteticamente impossível subsistir isenção nas avaliações do fato político em questão. Cada qual dos lados poderá arguir a subversão da “sua” verdade na organização do contexto de justiça segundo a própria visão. É como se nenhum dos lados percebesse que a corrupção e o desarranjo em maior ou menor escala são comuns a ambos os lados, nestes tempos em que o país perdeu as rédeas mínimas da antiga altivez e do amor-próprio. 

Ainda parece melhor pensar que a solução ideal para o desastre em andamento seria a refundação do sistema político nacional, preferentemente com o alijamento de todos os atuais, e a realização de um concurso de honestidade e de compromissamento com a administração do ente público. 

Sonhar não custa nada.

Foto do perfil de Luiz Saul Pereira

Por:  Luiz Saul Pereira
         De Brasília - DF

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