quarta-feira, 21 de setembro de 2016

E, A PROPÓSITO ÓDIO É A VINGANÇA DOS COVARDES - POR LUIZ SAUL





Na proporção das desilusões políticas parece que se estimula cada vez mais, no Brasil, a filosofia da intolerância e também do ódio. E não se trata de um sentimento particular, pertencente apenas a uma facção, mas espraiada na contenda de ideários de todos os matizes, como se, na nossa esquizofrenia a razão e a verdade consistissem propriedade de cada hipótese antagônica. 


Neste momento, os exemplos são recolhidos corriqueiramente em cada episódio da vida social, mas especialmente nas contradições da atividade política, sem sensatez e sem refreio de pessoas que, em tese, deveriam exemplificar o pensamento da unidade do seu povo. 

Ainda recentemente, o cantor, compositor, ativista e ex-ministro Gilberto Gil proclamou em uma canção o seu ódio ao Temer, em uma apresentação com o seu conterrâneo Caetano Veloso, em um tipo de código cifrado em que a plateia resultou transformada em back vocal da odiosidade, para fazer um corinho deletério e indutor de fina intolerância. Em primeiro lugar, releva compreender que a reprovação ao Presidente da República, ou a qualquer ente público, haveria de ser uma manifestação normal e democrática em um país prenhe de liberdades civis, mas as responsabilidades intelectuais, principalmente, devem submissão à harmonia social. 

Por sua vez, em ocasião recente, o Promotor de Justiça de São Paulo, Rogério Leão Zagallo (5ª. Vara do Júri), sentindo-se prejudicado, no trânsito, por uma manifestação de livre democracia contrária ao Temer, ao impeachment, e a sei lá mais o que, saiu-se com a seguinte e arrogante pérola, postada em rede social, como garantia de que não era um arroubo de momento: " “Estou há duas horas tentando voltar para casa, mas tem um bando de bugios revoltados parando a avenida Faria Lima e a Marginal Pinheiros. Por favor, alguém poderia avisar a Tropa de Choque que essa região faz parte do meu Tribunal do Júri e que se eles matarem esses filhos da puta eu arquivarei o inquérito policial. Petista de merda. Filhos da puta. Vão fazer protesto na puta que os pariu...Que saudades do tempo em que esse tipo de merda era resolvida com borrachadas nas costas dos medras... (sic)”.
O mesmo Dr. Rogério possui antecedentes odiosos da espécie, uma vez que, segundo o noticiário, por volta de 2011 aconselho um policial a melhorar a mira, depois de o agente haver “apenas” baleado dois assaltantes. 

Como se vê, são episódios de ódio explícito protagonizados, ora por um importante formador de opinião (no caso, dois formadores) que a todo momento por penetrar na casa de qualquer brasileiro, ora por suposto defensor da legalidade, com o condão de extrapolarem os preceitos mínimos de civilização para a tese de conciliação social, e/ou política, além de repudiar o regramento das relações que devem apoiar e proteger a sociedade.

Em um caso e outro, como em tantos episódios que se vêm multiplicando, a intolerância e o ódio decorrentes da animosidade imprimida pelos “nossos” representantes na população parece estar criando fileiras de zumbis incapazes de fazerem um freio de arrumação no próprio raciocínio para perceber chegada a hora de abandonar a iniquidade do partidarismo na forma de tantas inversões de valores do interesse da família, da sociedade e, por extensão, do país. 

Já não cabe exaltar os personagens nem de lá nem de cá há tanto tempo perpetuados no comando da nação sem a demonstração mínima do compromisso com o próprio juramento. A hora é de abandoná-los à sua sorte e àquelas cortes de forma que possam purgar tantos e tão profundos pecados. 

É hora de renovar, sacudir a poeira do cérebro para melhor e mais conscientemente elaborar as escolhas. 
E, a propósito, o ódio é a vingança dos covardes (Bernard Shaw).



Por: Luiz Saul Pereira
        Brasilia - DF

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