segunda-feira, 10 de outubro de 2016

A FABULA DO POTE DE OURO NO FIM DO ARCO - ÍRIS NACIONAL - POR LUIZ SAUL


DOIS PONTOS;



A semana que passou nem gerou grandes emoções. Afinal, a varrição parcial petista que começara na Esplanada houvera sido prenunciada para se estender, nas urnas, a prefeituras municipais. Isso confirmado, deve-se, no entanto, compreender que a fragmentação petista decorreu infinitamente mais dos partidários do que do partido, cujo pragmatismo programático remanesce defensável. Seus homens e suas mulheres mataram a filosofia.


Doravante, o pobre partido haverá de pensar em recriação, refundação, re qualquer coisa em condição de restabelecer um re(caminho), renovando os seus homens e mulheres, uma vez que os atuais carecem de crédito. Não é sem motivo que “eles” estão antecipando a assembleia para eleições, embora não vislumbrando sequer imitação de salvador. Uma pena...



Virada a página, recomeça a semana com o Brasil assistindo ao seu Presidente tentando pescar a chamada base aliada (que nem tanto o é) pelo estômago. Somente em um país politicamente maltrapilho como o nosso o seu mandatário promove um jantar de 400 ou mais talheres, usando, inclusive, a sua mulher querubim, para assegurar as presenças dos seguidores para tratar de um assunto de sobrevivência econômica nacional, como é o caso da PEC do teto dos gastos públicos. Ninguém sabe ao certo se os congressistas são mortos de fome ou se querem uma foto com o chefe, em troca do voto.

Habituados secularmente ao surf nas pranchas dos interesses corporativos, os virtuais donos das cadeiras do Congresso parecem sempre relutar em redimensionar para menor as despesas do Governo para equilibrá-las com as receitas, como se bancarrota não reconhecessem. 

Infelizmente não são apenas os congressistas que se alimentam da fábula do pote de ouro no fim de arco-íris nacional, ou com uma árvore de dinheiros. Ainda agora, o já famoso Procurador Geral da República, Rodrigo Janot, ruminando pretensa inconstitucionalidade da PEC, e também interferência do Executivo no conceito da independência dos poderes, resolveu manifestar a contrariedade por intermédio de nota técnica imediatamente abraçada pela new oposição. 

É como se, em compreensão alternativa, o PGR ignorasse a prerrogativa constitucional do Congresso (senadores e deputados juntos) de produzir leis determinadas a subjugar todos os poderes, inclusive o Ministério Público Federal ou qualquer ente no território nacional. No fundo da manifestação do Janot reside também a quintessência do corporativismo. 

Longe de defender o arrocho que a aprovação da PEC implicará, o que se tem hoje é que a implementação do teto dos gastos disciplinará a realização das despesas, despertando ao mesmo tempo o retorno dos investimentos maciços em um Brasil que voltará a ser percebido como um país seguro para receber inversões internacionais de capitais.

O amestramento do sistema de gastos em consonância com a previsão dos recebimentos prevenirá o ressurgimento de messiânicos como o Lula, que, como presidente, se julgava Deus, ou mesmo de uma dilma, que, na presidência, se julgava economista. 

Após a apuração do resultado do regabofe oficial que incluiu também familiares de congressistas pela bagatela calculada em R$30 milhões a débito do contribuinte, o presidento avaliará a convocação de novos banquetes oficiais para a conquista de novas “sensibilidades eleitorais” em função das conveniências do Governo que poderão, ou não, ser também do interesse da nação. 

Não se pode esquecer também que, nas franjas desses acontecimentos digamos, sociais, o velho instituto do toma-lá-dá-cá representado pela aprovação de emendas parlamentares estará afagando muitos dos eleitores da Câmara e do Senado, em um tipo de prática que não nos deixa esquecer as origens fincadas em associações de interesses não raro discutíveis.

... E a Fábula...



Por: Luiz Saul Pereira
        De Brasília - DF

Um comentário:

  1. Costumo viajar nas matérias do senhor Luiz Saul. Parabéns!

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