segunda-feira, 5 de junho de 2017

CONGRESSO DILUI, O PT ILIDE, E A SOCIEDADE DORME - POR LUIZ SAUL



Para sincronizar o antecedente com o consequente relativamente à revisão do modelo de foro privilegiado podemos focar a análise na simetria dos procedimentos do STF e do Congresso. 

No STF, o Dr. Alexandre de Moraes, recentemente designado ministro pelo Temer, discorreu longa peroração para, quando se esperava a sua sentença, pedir vistas, e assim, paralisar o processo e deixar a retomada para quando e como o seu alvedrio aconselhar. Alguns dos seus pares, em óbvia ou, pelo menos, aparente) expressão de contrariedade, quiçá de censura à inciativa protelatória, decidiram antecipar os respectivos votos, deixando desde já o placar em quatro a zero pela restrição aos nefastos privilégios. 

Vai então que o Congresso, olhando para os magistrados da Corte, e ciente da complexidade da matéria e da amplitude dos indiciamentos na outra Casa, aprovou de forma tão açodada quanto enganosa a restrição ao foro, sabendo desde logo que o encaminhamento da matéria à Câmara poderá implicar a fluidificação gradativa da mesma no âmbito seguinte. Então, tá tudo dominado, com todo o mundo fazendo que vai sem jamais ir. 

Mudando o quadro, tem o congresso anual do PT oferecendo as luzes para o Lula vociferar que a Operação Lava Jato é uma palhaçada, e também para a anunciar o seu novo poste para a presidência do partido, no caso, a ainda senadora Gleisi Hoffmann, famosa pelos cognomes e pelos indiciamentos com que a “perseguição política” lhe atribui culpas, como também ao seu inocente marido. Mas, como já não conta com a unanimidade e a propriedade da legenda, o Barba dividiu o PT entre figuras do tipo Gleisi e o Lindbergh, que se lançou candidato para confrontar a indicação oficial. É de pasmar, quando se olha para a composição do PT, no passado!

Mas, não é só isso no congresso dos cumpañeros, pois, enquanto o petista chinfrim e já demonizado Henrique Pizzolato recebia o benefício do regime semiaberto, a plateia voltou a ungir José Dirceu e João Vaccari como guerreiros, sem fazer referência ao Palocci. Os motivos são simplórios, pois, se aqueles mantiveram a fidelidade da boca fechada com o sul quadrado, este está malas prontas para um grande concerto em que entregará todo o mundo.

De qualquer forma, é importante compreender que, ao Lula e aos sectários, somente resta a renitência do argumento da perseguição e da tentativa de destruir o PT. Não há plano B de pessoas ou de projetos, além do populismo e das frases de efeito de sempre, até porque quando se olha para o interior daquela reunião, há indiciados e potenciais encarcerados até aonde a vista enxerga.

Neste aspecto, porém, será sempre importante observar que não se trata de um pecado petista. E, de fato, a quase totalidade das siglas das “nossas” representações políticas de pseuda importância navega na mesma água turva das culpas, dos indiciamentos e das prováveis condenações. 

É por isso que o STF posterga, que o Congresso dilui, que o PT ilude, e que a sociedade dorme.



Por: Luiz Saul Pereira
        Brasília - DF
        

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