terça-feira, 6 de junho de 2017

"DEUS PROVERA" - POR LUIZ SAUL



Provavelmente entediado com a minha arenga constante e inútil contra a prática política e contra o político de qualquer matiz, um amigo sugeriu (ou me desafiou) a refletir sobre outros assuntos. Ora, conquanto as minhas abordagens venham há tempos meditando sobre as indignações dos nossos momentos, sem diletantismo ou prazer, sei que há vida lá fora. 


Por isso, vesti-me de petulância para meditar sobre novas e antigas angústias como, por exemplo, completar a frase “Deus proverá” que comumente flutua nas inquietudes de muitos, mormente quando falecem as soluções imediatas. Falta acrescentar o “se eu fizer a minha parte”, como a combinar que não se pode transferir ao Altíssimo as responsabilidades pelas soluções e deixar fluírem Suas providências enquanto continuamos no lesco lesco de quem entregou a coisa a Deus para deixar tudo dominado.



Como pessoalmente não professo qualquer religião, mas também não sou agnóstico, acredito em uma Força Poderosa que, mesmo produzindo alguns ajustes aqui e ali, assiste sem interferir no arbítrio de cada qual para avaliar até onde vão o egoísmo e a selvageria das chamadas criaturas racionais que a cada dia aumentam organizadamente a aposta para apurar quem fere melhor ou quem mata mais. Mas, mesmo em tais casos, cada qual faz a sua parte, sendo que uns transfiguram a própria intolerância para sugerir incorretamente ação em nome Dele, e outros, só por mercantilismo ou pura maldade mesmo.

Também, em momento de doçura explícita eu poderia estar proclamando a auto concessão do diploma do dever cumprido com o mundo e especialmente com a família, ainda que a missão esteja sempre incompleta. Compreendo que entre trancos e barrancos, acertos e desacertos, compreensões e incompreensões, a família ainda é o que nos resta como proposta contínua de edificação que se não chegarmos a usufruir, a posteridade o fará. É assim que é, ainda que em situações isoladas a coisa pode também ser o cadafalso de todos. Mas, é incomum.

Pensando noutro tema, diria da importância de uma base cultural, não apenas dos hábitos e costumes, mas principalmente de conteúdo de conhecimentos, do domínio de mais de um idioma, e, não sendo possível, pelo menos do próprio, como forma de compreender, interpretar e discorrer sobre as consequências do cotidiano sem estar escravizado à opinião de outrem. Serviria também para secularizar a história dos hábitos, costumes e inter-relações como patrimônio consolidado, indivisível e indestrutível dos ancestrais.

Sendo assim, o que efetivamente me move são a cultura, a família, a responsabilidade com o próprio arbítrio e a música. Quanto a esta, tenho o privilégio de não conhecer uma nota musical sequer, não tocar nenhum instrumento e ainda ter uma poderosa voz de taquara rachada que me inibe no banheiro, inclusive. Daí, que fico livre para ouvir e gostar de toda e qualquer melodia que escutar, desde o bumbo da banda marcial do colégio da minha terra até a Overture 1812, que é uma das minhas preferidas, passando pelo Los Esclavos, ou pela Cavalgada das Walkyrias e/ou por Dominguinhos com Yamandu Costa interpretando João e Maria.

Mas, vou voltar para a política porque acredito que ali nas redes sociais sou inútil hoje, mas, marco as minhas posições perante mim mesmo.



Por: Luiz Saul Pereira
        BRASILIA - DF

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