Cabelo em pé! Cabelo em pé! Como parece não haver nenhuma área no Brasil que não haja sido afetada pela criminalidade patrocinada pela representação política, a Polícia Federal acaba de divulgar as primeiras detenções das quadrilhas do transporte público em Santa Catarina e no Rio de Janeiro. E não pensem os leigos que os crimes investigados estão adstritos àqueles Estados.
Já se sabe - e a JBS e todas as empreiteiras o demonstraram - que os empresários não têm bandeiras nem partidos. Investem em todas as direções e tendências criminosas e/ou ideológicas, como a acender uma vela para Deus e outra ao diabo. O que lhes importa é exclusivamente o fluxo dos seus empreendimentos.
Apenas para citar um exemplo, quando a PF se concentrar em Brasília (se já não estiver fazendo), irá se defrontar com antigos ou quem sabe atuais grupos tidos como eternos manda-chuva do transporte público coletivo sem encontrar surpresas, mas apenas variações sobre o mesmo tema. Daí, quando puxar uma pena não virá uma galinha, mas todo o aviário do Distrito Federal, inclusive governadores, deputados, senadores e arraias miúdas. É só esperar.
Aí então, quando o contribuinte ampliar o seu olhar para cada cidade ou Estado em que esse tipo de serviço seja explorado em escala maior sob os auspícios das conveniências institucionais em associação com o interesse privado, poderá recorrer à antiga máxima de que a cobra vai fumar, depois da abertura das caixas pretas do transporte de passageiros.
Chegou-se a um nível tão elevado de dissolvimento moral por aqui que o grande temor da sociedade é que os poderosos estabeleçam um ponto de corte nas apurações, resolvendo que o "passado é passado" e que doravante só valerão as novas irregularidades. Nesse caso, o crime compensaria, pois não?
Iniciativas com esse propósito, aliás não faltam. Basta ver o assalto que se intenta continuamente contra a República de Curitiba.
Por: Luiz Saul Pereira
BRASÍLIA - DF
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