quinta-feira, 6 de julho de 2017

ENFIM, ESTAMOS NO BURACO - POR LUIZ SAUL


Homem sem sorte, o Temer! Embora muito longe de ser inocente das culpas que se lhe imputa, transformou-se em alvo predileto de um Procurador Geral que somente se tornou especialmente ativo nos últimos tempos, quando assumiu o papel de Caboco Flechador. Como o caos de agora foi construído ao longo dos últimos mandatos, está eleito como o pagador de todas as prendas.

Com o capital político praticamente exaurido, já não conta com a certeza da absolvição na etapa da CCJ da Câmara, depois dos sinais de traições movidas pelas ambições que se vêm instalando nos movimentos de aliados em debandada. Não é sem motivo a confirmação da saída do país do Rodrigo Maia com o objetivo indisfarçado de não assumir a cadeira durante a viagem do Presidente à Alemanha. O afastamento repentino mas pragmático do presidente da Câmara parece a senha de que está urdindo a substituição com as bênçãos de “alguéns” do Congresso.

A aparência de que se está formando um novo arcabouço político está sugerida na designação do deputado Sérgio Zveiter como relator da denúncia encaminhada pelo Janot. Embora também pertencente ao PMDB do Temer, o Zveiter é, segundo consta, especialmente ligado à família Maia, que é do DEM, e, por isso, vem declarando neutralidade absoluta na sua relatoria, sem compromisso com o denunciado. Não se sabe, porém, se é jogo para a plateia. Mas, como o julgamento ali será político, a sorte já está lançada, sem importar excessivamente o conteúdo da acusação e da defesa.

É fato que as recentes manifestações do presidente herdeiro guardam ares de sucumbência quando diz que, se a Câmara aceitar a denúncia, o STF o inocentará. Vale dizer, já está raciocinando na segunda etapa, sem, no entanto, mencionar a atribulação que significaria a hipótese de ser inculpado pelo Zveiter, um membro do próprio partido.

Enquanto as nuvens políticas vão mudando o formato em seu derredor, segue tentando construir novas bases de apoio, isso significando mais uma enorme sangria no Erário e também a dança das cadeiras do segundo e terceiro escalões para a compra de votos de deputados não alinhados, que é uma prática institucionalizada, irresponsável e impune, não importando quem esteja no poder, uma vez que vem do Sarney, do FHC, do Lula, da dilma, e possivelmente se consagraria com o Maia, se chegasse a assumir.

Em algum momento, houve quem defendesse que o Presidente terminasse por gravidade esse intrincado mandato em nome da governabilidade e dos projetos das reformas. O aprofundamento da crise que está desaguando no mais profundo descrédito e reprovação aos seus procedimentos está sugerindo o contrário, no sentido de o desapear.

A questão que fica, na hipótese do seu afastamento, é a avaliação da capacidade política e intelectual do substituto, no caso, o Rodrigo, para gerir a massa falida nacional, uma vez que não foi ainda provado nesse tipo de função e em meio a uma crise de tal magnitude. Em tese, haveria sempre o risco de ser engolido pelo sistema fisiológico e corrupto que tem caracterizado a nação, e que, apesar dos esforços da repressão criminal, está muito longe de ser elidido.
Enfim, estamos no buraco!



Por: Luiz Saul Pereira
        BRASÍLIA - DF

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