Depois que assisti ao vídeo que está circulando nas redes sociais fiquei em dúvida se a Cristiane Brasil estava bêbada ou se é apenas uma dessas “celebridades” profissionais da vulgaridade que vêm dominando a política brasileira. Ou as duas hipóteses!
De biquíni, em um passeio aquático, cercada de saradões com cara de leões de chácara, a candidata a ministra resolveu mandar um recado em coro dos acompanhantes para defender a inocência nos casos e que indiciada e, consequentemente a defesa de sua posse no Ministério do Trabalho.
Em primeiro lugar, nada contra o biquíni, que, aliás, parece uma prática de exibicionismo da moça, como já aconteceu em sua visita de fim de ano à ilha de Fernando de. A questão consiste em tratar de um assunto dessa magnitude – a ocupação do Ministério do Trabalho – em meio a essas circunstâncias de lazer e eventualmente etílicas, como se as formalidades do processo representassem detalhe de somenos.
Mesmo considerando que alguma parcela da Corte, mercê de decisões de aparência parcial, não possa estar merecendo a solenidade e o respeito correspondente à investidura, a ritualística há de permanecer. As hostilidades públicas que começam a crescer em relação a agentes políticos e a magistrados nas ruas e nos ares podem e devem satanizar os alvos da desaprovação, sem contudo jamais desrespeitar as Instituições.
E, se, até aqui, por consequência das condenações, a deputada aparentava despreparo intelectual e ausência de estatura moral para o exercício das funções, a mensagem audiovisual de agora confirmou a tendência doidivanas em ato de estrelismo grosseiro, rodeada por saradões, quiçá, capangas. Vale dizer que, apesar da prerrogativa presidencial de escolher os auxiliares, ganham corpo as razões contrárias à designada em face dos preceitos da moralidade que vem sendo arguidos.
Seria de se esperar que esse novo tiro no pé (que tiro foi esse?) fosse a gota capaz de transbordar o copo da paciência do Presidente, e fazer com que o pai da moça liberasse o cativeiro em que mantém o Temer como refém. A questão é que as cartas foram jogadas tão intensamente que parece não haver retorno, senão por intermédio dos membros do partido cujo constrangimento já vem sendo colocado.
Colocada na condição de Viúva Porcina, a Cristiane deve saber, no entanto, que, acaso consiga assumir o Ministério dificilmente logrará o respeito dos servidores de carreira, mesmo aqueles habituados às manobras políticas. Somente poderá contar com os comissionados extra quadro que eventualmente amealhe entre oportunistas desempregados, inclusive os saradões do vídeo, os quais, em última análise poderão funcionar como os leões de chácara de que certamente necessitará.
Não bastavam os profissionais da delinquência, a sociedade poderá também contar ou estar sob o comando das frivolidades de uma filhinha do papai que se recusa a compreender e aceitar os cânones instituídos pelos estatutos da regulação das relações do Estado com a sociedade.
Abaixo à biscatice inaceitável!
Por: Luiz Saul Pereira
BRASÍLIA - DF
Sempre um sensato artigo apresentado pelo Luiz Saul. Parabéns!
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