quarta-feira, 24 de janeiro de 2018

DE FATO,O PAÍS PODE SAIR "ESTRALHAÇADO" - POR LUIZ SAUL

Resultado de imagem para DISCURSO DA DILMA DIANTE DA CONDENAÇÂO DE LULA

Em meio ao caos é sempre possível pescar a piada. Por exemplo, a filosófica agente cultural dilma discursou afirmando que o país se encontra “estralhaçado”. Isso, estralhaçado.
Mas, falando sério, que não se enganem aqueles que consideram que o julgamento do Lula, no TRF4, encerrará solução histórica para o país. Ao contrário, qualquer que seja o resultado do julgamento, é bastante provável que o 24 de janeiro se transforme no dia zero de um período de conturbações político-sociais alimentado pelo confronto do sectarismo contra instituições que apesar das pressões vêm funcionando.
Essa galvanização pode ser ainda mais gravosa por que, se, de um lado, o Lula, que é o foco do julgamento do recurso de um processo – enquanto outros se encontram na fila –, de outro lado, seus adversários atuais ou potenciais, de maioria encastelada no poder, parecem longe da requerida exemplaridade moral.
Com essa percepção é que o Barba transita com ares de cavaleiro da esperança com a alegação de perseguição política em auto elegia afirmativa de que “nenhum magistrado do país é mais honesto do que ele”. Foi assim em sua chegada a Porto Alegre em discurso que claramente antecipou (como já vem fazendo há tempos) sua campanha à Presidência da República.
Na mesma linha de desprezo às coisas do Brasil minimizou a queda da Bolsa de Valores e a subida do dólar, que é o âncora da economia mundial, ante a simples aproximação do julgamento do seu recurso. Afinal, em sua ignorância permite-se a desconsiderar o Mercado como um dos pilares do desenvolvimento de qualquer nação.
De notar que as circunstâncias políticas parecem estar a seu lado. Acaso absolvido, será candidato, mesmo esperando o julgamento dos demais processos que tramitam contra si; sendo condenado parcialmente (2 a 1), aumentará a visibilidade com os recursos ao longo da campanha mediante a argumentação da irresolução do próprio tribunal; e sendo condenado por unanimidade, desfechará campanha da politização da justiça alimentada pelas “forças reacionárias” no sentido de retirá-lo da disputa. Daí o slogan de que “eleição sem Lula é fraude”.
Não se pode desperceber que, apesar dos indícios, provas de beneficiamento irregular contidas em notas fiscais em imóveis de sua comprovada propriedade, além das evidências de enriquecimento ilícito, o carisma desse líder remanesce intocada na massa cega que arregimentou com a concessão de regalias ao longo do tempo de poder do seu partido.
Além do magnetismo pessoal do Barba, é importante compreender que o PT e seus seguidores se encontram em momento em cujos atos transcendem a defesa do Lula para a luta pela sobrevivência do partido e dos movimentos que o circundam.
Com efeito, ao longo daqueles 13 anos de poder praticamente todos os cargos de todos os órgãos da República foram ocupados por petistas em um enorme guarda-chuva de sustentação de um projeto de eternização. A defenestração da dilma dinamitou as pontes do empreguismo populista, inclusive clarificando que não representavam efetiva força de trabalho, mas meros ocupantes de cargos na enorme maioria.
Resulta que agora só lhes resta a tentativa de restabelecer o poder do seu líder para que as coisas retornem à normalidade na forma como compreendem o significado da coisa normal.
Por isso, o risco está posto, e o título de eleitor pode ser novamente o passaporte para a carteira profissional dos movimentos.

De fato, o país pode sair “estralhaçado”.



Por: Luiz Saul Pereira
        BRASÍLIA - DF

Um comentário:

  1. O judiciário partidário não julga, mas faz acordo em favor dos seus.
    Ser julgado por adversário torna o resultado um jogo de carta marcada.
    As eleições se aproximam, pra gente saber quem é do povo e quem é para o povo.

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