É um governo que a par da mediocridade redundante, merece outros adjetivos, especialmente quando o seu titular afirma que a greve foi encerrada “sem que gerasse um incidente qualquer.”
Na interpretação, é como se a morte de um caminhoneiro a pedradas e outras agressões nos bloqueios, o desabastecimento de alimentos, gás e combustíveis, o medo da população e outras consequências não revelassem a gravidade dos fatos.
Matreiro, tenta esticar o tempo e empurrar a crise com a barriga ao transferir a solução para a Agência Nacional do Petróleo, como se a esta coubesse a formulação dos preços em um país em que as agências reguladoras fatiadas entre pelos políticos têm o funcionamento submisso à vontade dos seus “donos”.
Aí então, a ANP resolve inaugurar audiência pública sobre a questão dos preços, que é uma medida inepta para colher opiniões sem o poder de definir política de preços. A medida, supostamente para buscar compreender os anseios de todas as partes, tem o mesmo perfil de esticar o tempo até as eleições, se for possível.
Imprevidente e imprudente, tocou marco regulatório dos preços dos fretes pensando apenas nos caminhoneiros, para depois compreender as consequências de sua tabela e o efeito dominó de caráter inflacionário, na medida do inevitável repasse nos preços de toda a cadeia produtiva para o consumidor final.
Assim, cada centavo acrescentado no preço tabelado dos preços dos fretes corresponde a outros centavos no feijão, no arroz e no pãozinho transportados.
Confuso, diz que não disse o que disse, embora haja dito que os preços resultantes do acordo seriam imediatamente implantados para, em seguida, ir ajustando o discurso segundo as circunstâncias e a percepção das dificuldades de implementar medidas produzidas em cima da cocha, movidas pelo medo de acuado.
Resulta que, com soluções produzidas em soluços e apartadas do todo, sem a indispensável visão holística do conjunto dos interesses envolvidos em condições de realizar a convergência mínima para a pacificação, a sociedade há de se preparar para cumprir a fatura da irresponsabilidade e do desgoverno.
Com toda a realeza nua e encurralada por novas denúncias e pedidos de quebras de sigilos não há de se descartar novo movimento paredista dos transportadores, com o provável apoio dos consumidores dos demais combustíveis, em condições de voltar a parar um país que, na verdade, se encontra estagnado.
Como nada lhe resta, o desacreditado Presidente Michel Temer mantém falso e falacioso discurso de otimismo, mesmo com as pedras do dominó de algumas de suas realizações ruindo.
Até que teria o que comemorar se a Reforma Trabalhista, o Teto dos Gastos, o processo de recuperação da Petrobrás, e outras poucas e pontuais medidas de sua gestão não estivessem em risco tão profundo.
Somos uma sociedade praticando um passo a passo com muito mérito de como desmontar um país em poucas lições ou em poucos anos.
Não mais que 15, talvez 16 anos!
Por: Luiz Saul Pereira
BRASÍLIA - DF
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