ANIVERSÁRIO DE NASCIMENTO DO DES. ADAUTO CORREIA DE ARAÚJO
No dia 19 de novembro, transcorreu a data natalícia do Desembargador do Tribunal de Justiça de Pernambuco, Adauto Correia de Araújo, já falecido.
Nascido no alvorecer do Século XX (1901) na fazenda “Coqueiro” na cidade das Vertentes-PE, tinha sete irmãos, os quais foram criados, na fazenda “Coqueiro”.
Conforme a mentalidade reinante na época, a destinação vocacional era quase que exclusi-vamente destinada para o trabalho agropecuário. A preocupação familiar era proporcionar aos filhos o ensino básico primário: aprender a ler e a contar. Esta situação envolvendo o adolescente Adauto perdurou até os 19 anos de idade, ocasião em que tomou uma decisão radical: para “ser alguém na vida” precisava continuar os seus estudos. Resolveu, então, migrar para o Recife, na busca desse ideal. Chegando a Recife, em 1920, após cavalgar quase um dia inteiro em lombo de um cavalo, com determinação, fé e obstinação, foi residir em um pensionato na Rua da Imperatriz.
O quarto alugado onde morava não dispunha de energia elétrica, obrigando-o a estudar à luz de um pequeno candeeiro de querosene. Alimentava-se, na maioria das vezes, de sanduíche de pão com banana, tendo direito a um pequeno almoço fornecido aos hóspedes pela dona da pensão. O seu sustento, e o pagamento da hospedagem, eram feitos com os pequenos recursos obtidos de um emprego de bedel (fiscal de alunos), no antigo Colégio Padre Félix, localizado no Bairro da Boa Vista. Posteriormente, passou a trabalhar, no período noturno, como revisor/redator, no matutino “Diário da Manhã” de propriedade do político oposicionista Lima Cavalcante. Procurou, de imediato, realizar o Curso de Madureza para atenuar a grande discrepância entre a sua idade e a habilitação primária, objetivando, o acesso ao Curso Ginasial.
Dificuldades fizeram-no deslocar-se por um período para a cidade de Natal, RN, onde fez algumas cadeiras, na busca ferrenha de vencer o atraso curricular. Ultrapassando esta dificuldade, estudou no Ginásio Pernambucano e, concomitantemente, realizou o curso preparatório para a admissão à tradicional e histórica Faculdade de Direito do Recife.
Formando-se em 1929, o Bacharel Adauto, deixou o emprego no jornal, pois, a eclosão da Revolução de 1930, determinou o fechamento momentâneo do jornal.
O jovem advogado Adauto regressou a sua terra natal, onde passou a trabalhar como Advogado de Ofício, no atendimento aos presos pobres. Posteriormente, em Surubim, passou a exercer a sua profissão de advogado até ser nomeado, como interventor, na cidade de Buíque-PE, pelo Governador Agamenon Magalhães. Após esse período, foi nomeado Promotor de Justiça no Município de Pesqueira. Nesse ínterim, começou a preparar-se para o concurso de Juiz de Direito promovido pelo Tribunal de Justiça de Pernambuco.
Após aprovação, iniciou a sua espinhosa vocação para a magistratura.
Como nos ensina Disraeli: “Não existe melhor ensino que a adversidade”. E, dentro desse panorama adverso, o jovem Juiz Adauto, nas suas periódicas mudanças de Comarcas de Justiça, percorreu inóspitas regiões áridas, semi-áridas, os sertões e o agreste do interior de Pernambuco, aplicando nas itinerâncias da sua vida profissional a Lei e a Justiça, além de ensinar que a Lei era para todos: desde o imponente senhor de engenho até o camponês mais humilde. Nessa sua luta, obteve o grande suporte e apoio da sua esposa Maria José Fonseca, que era um misto de incentivadora, conselheira e executora das medidas de apoio familiar aos cinco filhos menores.
O Juiz Adauto na sua labuta jurídica, tinha como companheiros inseparáveis os Códigos de Processo e os Dicionários Latino e de Português, além da sua máquina de escrever Remington, portátil, onde dedilhava as suas sentenças e pareceres à luz da lógica e do bom senso jurídico, sonantes ao ouvido, como um maestro que redige as suas partituras.
Assim, foi Juiz de Direito das Comarcas de Moxotó, Pedra, Jurema, Caruaru, Escada, Jaboatão dos Guararapes e Paulista.
O juiz de toga incólume, finalmente chegava à Primeira Entrância, onde com a fronte erguida e com passo firme subiu as escadarias do Palácio da Justiça para assumir a 7ª Vara de Acidentes de Trãnsito e, posteriormente, nomeado para juiz da Vara de Família.
A partir de 1964, passou a exercer a Desembargadoria em várias sessões do Egrégio Tribunal de Justiça de Pernambuco.
Em 1966, após mais de 30 anos de judicatura, solicitou aposentadoria, permanecendo, depois como Consultor Privado de Direito Penal e Processual.
Conforme as sábias palavras de Saint Exupéry, quando afirmava: “Ser homem é precisamente ser responsável. É ter orgulho de uma vitória. É sentir, colocando a sua pedra, que contribuiu para construir o Mundo” – nesse aspecto, o homenageado, o Desembargador Adauto Correia de Araújo, em vida, demonstrou que, na busca da justiça, a lógica e o bom senso jurídico têm que ser consonantes, pois, somente assim, pode-se transformar a lenta e cega justiça numa senhora altiva, democrática e de passos rápidos e lépidos.
No dia 19 de novembro, transcorreu a data natalícia do Desembargador do Tribunal de Justiça de Pernambuco, Adauto Correia de Araújo, já falecido.
Nascido no alvorecer do Século XX (1901) na fazenda “Coqueiro” na cidade das Vertentes-PE, tinha sete irmãos, os quais foram criados, na fazenda “Coqueiro”.
Conforme a mentalidade reinante na época, a destinação vocacional era quase que exclusi-vamente destinada para o trabalho agropecuário. A preocupação familiar era proporcionar aos filhos o ensino básico primário: aprender a ler e a contar. Esta situação envolvendo o adolescente Adauto perdurou até os 19 anos de idade, ocasião em que tomou uma decisão radical: para “ser alguém na vida” precisava continuar os seus estudos. Resolveu, então, migrar para o Recife, na busca desse ideal. Chegando a Recife, em 1920, após cavalgar quase um dia inteiro em lombo de um cavalo, com determinação, fé e obstinação, foi residir em um pensionato na Rua da Imperatriz.
O quarto alugado onde morava não dispunha de energia elétrica, obrigando-o a estudar à luz de um pequeno candeeiro de querosene. Alimentava-se, na maioria das vezes, de sanduíche de pão com banana, tendo direito a um pequeno almoço fornecido aos hóspedes pela dona da pensão. O seu sustento, e o pagamento da hospedagem, eram feitos com os pequenos recursos obtidos de um emprego de bedel (fiscal de alunos), no antigo Colégio Padre Félix, localizado no Bairro da Boa Vista. Posteriormente, passou a trabalhar, no período noturno, como revisor/redator, no matutino “Diário da Manhã” de propriedade do político oposicionista Lima Cavalcante. Procurou, de imediato, realizar o Curso de Madureza para atenuar a grande discrepância entre a sua idade e a habilitação primária, objetivando, o acesso ao Curso Ginasial.
Dificuldades fizeram-no deslocar-se por um período para a cidade de Natal, RN, onde fez algumas cadeiras, na busca ferrenha de vencer o atraso curricular. Ultrapassando esta dificuldade, estudou no Ginásio Pernambucano e, concomitantemente, realizou o curso preparatório para a admissão à tradicional e histórica Faculdade de Direito do Recife.
Formando-se em 1929, o Bacharel Adauto, deixou o emprego no jornal, pois, a eclosão da Revolução de 1930, determinou o fechamento momentâneo do jornal.
O jovem advogado Adauto regressou a sua terra natal, onde passou a trabalhar como Advogado de Ofício, no atendimento aos presos pobres. Posteriormente, em Surubim, passou a exercer a sua profissão de advogado até ser nomeado, como interventor, na cidade de Buíque-PE, pelo Governador Agamenon Magalhães. Após esse período, foi nomeado Promotor de Justiça no Município de Pesqueira. Nesse ínterim, começou a preparar-se para o concurso de Juiz de Direito promovido pelo Tribunal de Justiça de Pernambuco.
Após aprovação, iniciou a sua espinhosa vocação para a magistratura.
Como nos ensina Disraeli: “Não existe melhor ensino que a adversidade”. E, dentro desse panorama adverso, o jovem Juiz Adauto, nas suas periódicas mudanças de Comarcas de Justiça, percorreu inóspitas regiões áridas, semi-áridas, os sertões e o agreste do interior de Pernambuco, aplicando nas itinerâncias da sua vida profissional a Lei e a Justiça, além de ensinar que a Lei era para todos: desde o imponente senhor de engenho até o camponês mais humilde. Nessa sua luta, obteve o grande suporte e apoio da sua esposa Maria José Fonseca, que era um misto de incentivadora, conselheira e executora das medidas de apoio familiar aos cinco filhos menores.
O Juiz Adauto na sua labuta jurídica, tinha como companheiros inseparáveis os Códigos de Processo e os Dicionários Latino e de Português, além da sua máquina de escrever Remington, portátil, onde dedilhava as suas sentenças e pareceres à luz da lógica e do bom senso jurídico, sonantes ao ouvido, como um maestro que redige as suas partituras.
Assim, foi Juiz de Direito das Comarcas de Moxotó, Pedra, Jurema, Caruaru, Escada, Jaboatão dos Guararapes e Paulista.
O juiz de toga incólume, finalmente chegava à Primeira Entrância, onde com a fronte erguida e com passo firme subiu as escadarias do Palácio da Justiça para assumir a 7ª Vara de Acidentes de Trãnsito e, posteriormente, nomeado para juiz da Vara de Família.
A partir de 1964, passou a exercer a Desembargadoria em várias sessões do Egrégio Tribunal de Justiça de Pernambuco.
Em 1966, após mais de 30 anos de judicatura, solicitou aposentadoria, permanecendo, depois como Consultor Privado de Direito Penal e Processual.
Conforme as sábias palavras de Saint Exupéry, quando afirmava: “Ser homem é precisamente ser responsável. É ter orgulho de uma vitória. É sentir, colocando a sua pedra, que contribuiu para construir o Mundo” – nesse aspecto, o homenageado, o Desembargador Adauto Correia de Araújo, em vida, demonstrou que, na busca da justiça, a lógica e o bom senso jurídico têm que ser consonantes, pois, somente assim, pode-se transformar a lenta e cega justiça numa senhora altiva, democrática e de passos rápidos e lépidos.
Bonita trajetória de vida do desembargador.Mereceu ser destacada neste conceituado blog triunfense de qualidade inquestionável.Parabéns! Evaldo Lima
ResponderExcluirEsse é meu avô, vc conhece alguém da minha família?
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