terça-feira, 24 de julho de 2012

CARTA À REDAÇÃO - LUÍS SAUL - BRASÍLIA - DF


Centro de Turismo e Lazer do Sesc Triunfo

Vista parcial do Sesc - Triunfo - PE

                                                                                
Senhor Redator.

Nos últimos dias tenho acompanhado com curiosidade avaliações sobre a presença da unidade de hotelaria e recreação do SESC em Triunfo, em que aquela entidade emerge como a extraordinária heroína da salvação da cidade, geradora de empregos, descobridora de talentos e provedora da recuperação de parte do patrimônio daí.

Por absoluta justeza, entendo que todos os louvores creditados ao SESC são corretos, oportunos e proporcionais à sua importância para o aperfeiçoamento da exploração do turismo e ao desenvolvimento social e econômico do município.

Feita a ressalva, e enaltecida a importância daquela entidade nesse meio, ocorre-me lembrar que antes e sempre essa cidade distinguiu-se pela vocação e pela oferta de alternativas de exploração do turismo, em face da singular característica climática, da não harmoniosa topografia de montanha, da riqueza do seu pomar nativo, dos monumentos religiosos, do conjunto arquitetônico, da qualidade do ensino oferecido, da riqueza de suas águas, da gastronomia sertaneja, e, finalmente, do seu povo.

Passa-me a impressão de que a população e seus representantes não foram suficientemente diligentes para, ante tantas facilidades naturais, despertarem no tempo certo o empreendedorismo capaz situar Triunfo em um definitivo mapa de desenvolvimento empresarial e sócio-político, a exemplo de outras praças com idênticas características, cujos habitantes atentaram para o aproveitamento das possibilidades quase gratuitamente oferecidas.

Fica o pensamento de que a responsabilidade por esse tipo de falha há de recair, tanto sobre o conjunto da população, quanto sobre a individualidade de cada, na medida em que aparentemente adotaram procedimentos um tanto contemplativos, ao invés de projetarem a edificação de um patamar superior.

Ao tecer estes comentários, não me move nenhuma outra emoção que não o desejo de contribuir e alertar quanto ao aproveitamento das potencialidades latentes na cidade. De igual forma, não me sustenta a crítica barata, ou, avaliação política partidária de apoiamento ou desaprovação a qualquer, até porque julgo que uma razoável parcela da classe política se compõe pelo tipo “faz-me rir”.

Por outro lado, para equilibrar a crítica, não se pode esquecer que, mercê de uma redistribuição de renda injusta, inadequada e insuficiente, pelos sucessivos governos centrais, a maioria dos municípios sobrevive com o pires não mão, sem condições de realizar seus projetos de desenvolvimento.

Abstraído esse aspecto, mas entendendo que cada local deve exercitar a criatividade para a superação da complexidade de seus apertos, retorno ao assunto, para confirmar a tese da pré-existência dos requisitos, em Triunfo, de meios para o desenvolvimento de ações de turismo.

Bem o provam as iniciativas de empresários que, em tempos relativamente recentes, redescobriram a predestinação da cidade, passando a investir na implantação de pousadas e restaurantes em condições de granjear o interesse dos visitantes, e, mais que isso, despertar a cobiça pela visita.

Parece razoável projetar que tais iniciativas poderão em futuro breve aperfeiçoar a cidade, até porque os empresários turísticos perceberão que a atração turística e a sua fonte de renda estarão intimamente ligadas à preservação dos atributos que afinal elegeram Triunfo como o "Oásis do Sertão.

11 comentários:

  1. Ana Cláudia Menezes24 de julho de 2012 às 07:36

    Queria saber quem é Luis Saul, pois sempre faz colocações interessantes em relação a Triunfo.

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  2. José Bezerra dos Santos24 de julho de 2012 às 11:51

    Comentário muito adequado para o momento desolador que o município vive, como se fosse natural.Tomemos por exemplo a cidade de Carnaíba, bem próxima de Triunfo onde a diferença administrativa é gritante.

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  3. Luiz Saul é um serratalhadense, filho de triunfense.
    Maninho, como era chamado, frequentou Triunfo assiduamente na década de sessenta, principalmente nas férias escolares. Ele era sobrinho de D. Maria de Lurdes, emfermeira do Posto de Saúde, colega de trabalho de Sr. Pedrinho, Horácio Timóteo, Valdemar, Luiz Bezerra e outros.
    O Luiz Saul depois de terminar o curso ginasial no Cônego Torres de Serra Talhada (colega de Carlindo, Zé Gusmão, Antônio Timóteo, Assis Timóteo, Nivaldo Henrique, Ildefonso Mateus, Toinho de Antônio José) foi para Brasília e fez carreira como bancário do BBrasil. Foi assessor da diretoria do Banco se não diretor. Foi um executivo muito bem sucedido e deve ser , hoje, aposentado. É bom saber que guarda boas recordações de Triunfo e contribue frequêntemente com textos de conteúdo muito aproveitáveis.

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    1. Luiz Saul Pereira da Silva25 de julho de 2012 às 08:05

      Olá Antônio Timóteo.
      Obrigado por traçar a minha trajetória quase completa. Também me lembro de você como se fora hoje. De fato, guardo Triunfo em lugar especial nas minhas memórias, especialmente de infância e adolescência. Ali vivi momentos distantes das responsailidades que acometem os adultos, e, por isso mesmo, tão bons momentos. Em retribuição, tenho tentado contribuir para o restabelecimento da cidade com meus comentários simples, mas extremamente bem intencionados.

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  4. Parabens a Luis Saul pelo belo texto. Triunfo precisa de mais pessoas
    não só que pensem como vc, mas que façam como vc.

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  5. Um filho de Serra Talhada lutando por Triunfo, interessado por sua história, por seu progresso... Que bonito exemplo de solidariedade fraterna! De fato, Tamar tem razão quando diz: "Triunfo precisa de mais pessoas não só como você, mas que façam como você."

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    1. O município é carente de pessoas qualificadas e sérias, temos que procurar fora.

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  6. Apoiada Tamar Castilho, a participação do senhores Saul, Antonio Timóteo, assim como as senhoras Ilka e Dinah Castilho neste blog tecendo comentários equilibrados e sábios, demonstra a participação de uma pequena gama de triunfenses ainda preocupados com seu torrão.

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  7. Minha mãe disse conhecer ele rapaz aqui em Triunfo junto com outro irmão e mais três irmãs, a família é daqui e não de Serra Talhada.

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  8. Senhor Saul, escreva com mais frequência ,gostei do seu texto bem descrito e com pontos importantes a serem seguidos.É a voz da experiência!

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