DIÁRIO DE UM BURRO

O povo escolhe errado e o burro sou eu....

Depois de tudo que ouvi, vi e participei diretamente, eu um burro que me considero trabalhador e honesto resolvi voltar à sala de aula para poder aprender a ler e a escrever e quero me aprofundar em assuntos políticos, pois percebi que o meu amigo jegue tinha razão quando apontava os problemas da cidade de “Triunfo em boas mãos”. Observei que o jegue estava bem fundamentado naquilo falava, e saiu um tanto quanto frustrado por ver que o povo ainda está longe de entender que a mudança de uma cidade começa com o voto consciente e não com o voto comprado ou de ameaças.

O que ainda eu não entendi foi o porquê do prefeito da cidade de “Triunfo em boas mãos” estar tão revoltado com as pessoas que não votaram nele se o resultado para ele foi positivo, pois terminou com uma vantagem bastante expressiva, mais de dois mil votos, penso eu que as pesquisas feitas em Triunfo não dão certo, pois até mesmo aqueles que apoiavam o prefeito não esperavam tamanha diferença; não sei o que fez o povo mudar a cabeça, só sei que foi uma mudança repentina, talvez foram iluminados por algum ser sobrenatural. Vejo agora mães e pais de famílias, outras pessoas que declararam seu voto, e até mesmo pessoas que não tinham nada haver com o assunto, sendo punidas com demissões, até humilhadas por querer expressar a sua opinião, sentindo-se livre, achando que existia democracia em sua cidade.

Eu, um burro que sou, acho que não precisaríamos passar por tantos momentos desagradáveis, a ponto de o direito constitucional de liberdade de escolha e expressão ficar ameaçado por questões políticas, talvez os humanos ainda cheguem ao nível que eu cheguei, talvez, um dia. Eu não pude votar e desta forma até agradeço por não ser eleitor, pois aprendi muita coisa com o meu amigo jegue, que questionou muito, apontou os problemas, para futuras providências, quis mostrar aos cidadãos que o futuro da cidade estava nas mãos deles, saiu um pouco frustrado, não esperando sequer o resultado final das eleições, que ainda está em andamento, nada está definido.

Um jegue como ele queria ver o povo responder nas urnas a sua maturidade de eleitor, mas não aconteceu e todos os humanos sabem e têm consciência do que realmente aconteceu, eu só escuto os comentários, depois saio de fininho como se não tivesse escutado nada, pois quero continuar morando nesta cidade, talvez se eu começar a entrar nesta onda de conversas eu ganhe um grande chute na popança e vá parar na “Baixa da Égua”.

Entre jegues, burros e eleitores, a única coisa que posso afirmar é isto: sou filho e descendente de jegue, disto muito me orgulho, não sou eleitor e nem queria ser, observando esta realidade atual de nossa cidade, mas o que me deixa mais irritado é ter meu nome comparado a pessoas que não pensam, não têm iniciativa, se deixam levar por qualquer tipo de lorota, e ainda fica sorrindo, comemorando, e vibrando por um amanhã indefinido. Só Deus para nos tirar desta situação!!!!