sexta-feira, 28 de junho de 2013

HOMENAGEM AO POETA ZÉ MARCOLINO QUE HOJE COMPLETARIA 83 ANOS, DE SAUDOSA MEMÓRIA

 
 
 

 
 
 
Zé Marcolino foi um grande compositor, principalmente com músicas cedidas à Luiz Gonzaga. Ele nasceu em Sumé, na Paraíba. Depois foi morar em Serra Talhada – PE. Faleceu em acidente automobilístico, acho que nos anos 80… Esse é o único disco gravado por ele (com acompanhamento do Quinteto Violado) é uma raridade. Parece que só foram feitas 1000 cópias”
 
 
 


Nasceu em Sumé, na Paraíba, berço da poesia do Pajeú e do Cariri nordestinos.

BIOGRAFIA 

No dia 20 de setembro de 1987 a obra de José Marcolino Alves (Zé Marcolino) era imortalizada com o luto de três dias decretado pelo prefeito de Serra Talhada, Sebastião Andrada Oliveira, por ocasião da morte do poeta que escolhera aquele município da região do Pajeú pernambucano para viver seus dias até aquele fatídico acidente.
 
Estátuas, praças e outros logradouros públicos foram erguidos em sua homenagem, no coração de Serra Talhada. Coisas importantes para um homem simples como era Marcolino. Já tinha sido carpinteiro, dono de casa de peça de automóvel, etc.
 
Nasceu em Sumé, na Paraíba, berço da poesia do Pajeú e do Cariri nordestinos. Veio à luz no dia 28 de junho de 1930. Em 1961 conhece Luiz Gonzaga (do Exu/PE) em Sumé, na Paraíba. Foi o início de uma grande e frutífera parceria. Cantou No Piancó, Pássaro Carão e Serrote Agudo. Gonzagão tratou de leva-lo para o Rio de Janeiro. Na temporada, o Velho Lua gravou o disco Véio Macho, com seis músicas de Marcolino, que toca gonguê nesse disco gravado pela RCA. No LP A Triste Partida, Luiz Gonzaga gravou Cacimba Nova, Maribondo, Numa Sala de Reboco e Cantiga de Vem-vem. 

Zé Marcolino retorna para a Paraíba, onde fica no município de Prata até 1973. Foi para Juazeiro da Bahia e ficou até 1976, quando foi para Serra Talhada de vez. Inteligente, bem-humorado, observador, Marcolino tinha os versos nas veias como a caatinga do Sertão. Não fazia por dinheiro ou reconhecimento, mas porque aquilo revelava o que sua alma podia transformar em arte, em poesia.
 
Pai cearense e mãe paraibana, Zé Marcolino casou com Maria do Carmo Alves no dia 30 de janeiro de 1951 com quem teve os filhos Maria de Fátima, José Anastácio, Maria Lúcia, José Ubirajara, José Walter, José Paulo e José Itagiba. Sete ao todo. Mais de 50 músicas de sua autoria foram gravadas por Luiz Gonzaga e diversos outros cantores. Sua simplicidade era peculiar.
 
Indagado numa entrevista no Rio de Janeiro "se pretendia ser apenas compositor", Zé Marcolino comentou tímido: "Seu Luiz Gonzaga, na vinda aqui para o Rio, apresentou-me como cantor em Paulo Afonso (BA). Quer que eu cante aqui também. Vou ver se tenho coragem para isso". José Marcolino, com sua linguagem simples, falou sobre suas atividades em Sumé (PB), como vaqueiro, pedreiro, barbeiro e compositor. - Das suas profissões, qual a que rende mais ? - pergunta o repórter ao Poeta. "Acho que é a de vaqueiro. Vender gado é um bom negócio", atestou. 

Ele contou das cartas que enviava para o mestre Luiz Gonzaga. Ainda tentou encontrar Seu Lua em Floresta dos Navios, mas abordou o Rei do Baião em Sumé mesmo e terminou acompanhando-o para uma turnê no Rio. A saudade do Sertão o fez voltar para o pé de serra onde deixou ficar seu coração. Até hoje, intelectuais, magistrados, promotores, advogados, jornalistas, músicos e literatas reverenciam José Marcolino Alves.

 

HOMENAGEM DE LUIZ GONZAGA AO POETA PARAIBANO ZÉ MARCOLINO


“Caboclo humilde, roceiro
Disposto, trabalhador
No remexer da sanfona
Escuta este cantador
Que no baião fala ao mundo
Teu grandioso valor

E do caboclo que vive
Com a enxada na mão
Trabalhando o dia inteiro
Com a maior diversão
Sem invejar a ninguém
Satisfeito a trabalhar
Cada vez mais animado
Esse teu suor pingado
Grandeza e honra te dar

Na tua humilde palhoça
Só se ver felicidade
E quando chegas da roça
Te sentas mesmo a vontade
Pra comer teu prato feito
Na mesa ou mesmo no chão
A filharada em rebanho
O teu prazer é tamanho
De quem possui um milhão

Aqui nesta vida humana
Ninguém é melhor que tu
Escuta esta homenagem
De um cabra do Pajeú
E outro do Rio Brígida 
Dos carrascais do Exu 

(Zé Marcolino em “Caboclo Nordestino”)
 

 

8 comentários:

  1. Antonio Rafael Menezes28 de junho de 2013 às 16:14

    Parabenizamos a família do poeta Zé Marcolino pelo excelente varão que tiveram, motivo de orgulho para todos os sertanejos nordestinos.

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    1. Gente finíssima!! Foi uma perda irreparável para a cultura nordestina...Saudades do Zé e seus causos contados com toda espiritualidade.

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  2. Na década de 1980, em certa ocasião eu fiz parte de uma comitiva à cidade de Bom Conselho, e tive o privilégio de presenciar um show do poeta Zé Marcolino, para pouquíssimas pessoas, na casa de um amigo. Na ocasião ele não cantou. Apenas contou causos cada qual mais engraçado. Lembro bem de um personagem dos seus causos chamado de Zé Boiba. Era impossível não se deliciar naquele stand up da época.

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    1. Na verdade tudo que é bom dura pouco...se tivesse vivido mais , nosso poeta Marcolino seria um nome nacional como Jessié Quirino.

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  3. Grande artista, grande negociante e grande pessoa humana era Zé Marcolino.Faz falta à região.

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  4. "Uma vaca matou Zé Marculino e eu não dava Jusé numa boiada"

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  5. O POETA ZÉ MARCOLINO É UMA FIGURA INESQUECÍVEL!

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  6. Toda a família agradece!

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