quarta-feira, 31 de julho de 2013

O PORTO DISTANTE - EDNALDO BEZERRA


Pistoia, quadra 28, o romance anterior do escritor Paulo Paiva, retrata a saga dos pracinhas da Força Expedicionária Brasileira – suas dificuldades, seus sofrimentos, suas emoções –, vivenciamos junto com os personagens os combates do nosso glorioso Exército em terras italianas, durante a 2º Guerra Mundial. Agora em O Porto Distante, Paulo dá ênfase a participação da Marinha e da Aeronáutica naquele evento. Dessa maneira, os livros se complementam, e, com isso, o leitor tem a oportunidade de visualizar melhor a participação das Forças Armadas, como um todo, na ótica dos que estiveram presentes nas batalhas, no dia a dia da guerra. São soldados, marinheiros, gente simples, e que merecem o nosso respeito e a nossa admiração.


E são, justamente, os relatos, os pontos de vista, de marinheiros e de um piloto da Força Aérea que vão formar a espinha dorsal desta obra – jovens amigos que saíram do interior de Pernambuco, deslumbrados, para servir à Pátria voluntariamente. São histórias de vida, de heroísmos; elas não deixam de fazer parte da história do Brasil, mas simplesmente são desconhecidas pela maioria dos brasileiros, e relegadas ao esquecimento.

Embora se trate de um livro de ficção, não se engane, grande parte dos acontecimentos narrados são reais. A carta do Almirante Alberto de Lemos Bastos ao Presidente Getúlio Vargas, por exemplo, é um documento histórico, primoroso, mostra-nos a situação de nossa briosa Marinha, na ocasião. E leva-nos, também, a refletir e a concluir que os problemas existentes hoje em dia na administração pública vêm de longa data – a sorte, meu amigo, é que a nossa Força Naval é abençoada por Deus, pois, em que pese as dificuldades para o cumprimento de qualquer missão, o homem do mar é safo, raramente fica na onça, esforça-se para não deixar nada pegar, e no final, quase sempre, dá tudo certo.
Mas, sem dúvida, o ápice do livro é o desvendar do que ocorreu, de fato, com o Cruzador Bahia, na manhã de 04 de julho de 1945. A verdade vindo à tona. Aliás, no meu entender, este foi o motivo principal pelo qual o marinheiro Fernando escreveu os manuscritos; e, no anoitecer da vida, pediu para que seu filho, Oficial de Marinha, esclarecesse o mistério que pairava sobre aquele navio.
Além desse enigma, o leitor saberá também por que nunca marco uma viagem de avião no dia 30 de abril. Não que eu seja supersticioso, é apenas precaução.
Enfim, O Porto Distante é um livro revelador, para ser degustado, capítulo a capítulo, saboreando devagar, com paciência; apesar de que a curiosidade nos atiça e pode nos impedir de proceder desta maneira; porém, em assim conseguindo fazer, o leitor compartilhará melhor as emoções sentidas por aqueles bravos homens. Não seria exagero dizer que sentirá gotas do oceano borrifar-lhe a face.
Convido-lhe, então, a embarcar nessa aventura. Vamos lá! O mar está sereno e, parafraseando um velho marinheiro: “Aí, campeão, tá um belo dia pra navegar.”
 


Ednaldo Bezerra é estudante de licenciatura em Letras da UFPE

Um comentário:

  1. DILMA LOPES DA SILVA1 de agosto de 2013 às 00:37

    ESSE CARA É BOM, GOSTO MUITO DOS SEUS CONTOS E CAUSOS

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