sábado, 6 de julho de 2013

RETROSPECTIVA RÁPIDA SOBRE TRIUNFO

O Município de Triunfo, pela sua altitude, riqueza do seu solo e abundância da água natural, sem falar na  beleza paisagística e ecológica. É uma exceção à  regra geral em quase todo o Estado de Pernambuco, um verdadeiro oásis encravado no sertão desertificado. Foi um importante celeiro de frutas, verduras, hortaliças, rapadura, no seu comércio próspero no passado, além da florescente  pequena indústria de produtos básicos necessários. 


A vida social e artística ainda consta nos registros literários da província. Aqui circularam dois jornais semanários e pelas ruas, avenidas, praças, ladeiras e becos da cidade, onde desfilavam duas bandas musicais ( Garra e Fumo), as quais digladiavam-se nas retretas e passeatas temporárias. Possuía dois glamorosos clubes sociais e sedes de partidos rivais equipados com difusoras, onde cada qual primava em oferecer festividades e fortalecer o seu proselitismo.
 


As potentes equipes esportivas, de futebol, vôlei, natação, pedestrianismo, basquete, jóquei, destacavam-se  por todo interior do Estado e estados vizinhos. As safras eram fartas e abundantes, em consequência o povo usufruía de maior poder aquisitivo e melhor condição de vida no paraíso triunfense. Milhares de fruteiras diversificadas enfeitavam os horizontes verdes do município e os balões nas noites natalinas e eventos juninos, disputavam o céu com as estrelas.



No tradicional Carnaval era sem igual,  aconteciam  disputados corsos, bailes separados concorrendo com orquestras que se esforçavam para destacar-se na sociedade selecionada daquele tempo, os trajetos urbanos se enchiam de confetes, serpentinas, papel picado e intenso cheiro de lança expandia-se no ar, perfumando toda cidade. 



Os repletos internatos e externatos dos maravilhosos  educandários dirigidos por estrangeiros, Colégio Stella Maris e Convento São Boaventura regurgitavam de alunos que desciam em bandos as ladeirosas vias estreitas da cidade encantadora e considerada " Oásis do Sertão", como numeroso bando  andorinhas em revoada, enquanto as prendadas moças e os disciplinados rapazes recolhiam-se aos aposentos, apenas saindo nas reprises  cinematográficas no Cine Teatro Guarany ou tardes ensolaradas de quermesses ou encontros futebolísticos entre times de municípios diferentes.



O posto reprodução animal, do DPA - Secretaria de Agricultura do Estado, situado na subida do Ginásio Diocesano Pio XII, da época, mantinha um plantel qualificado: bovinos, caprinos,  equinos, ovinos, suínos, com a finalidade de emprestar aos criadores, visando melhorar a ração dos rebanhos.No campo de fruticultura manipulavam e vendiam mudas qualificadas para municípios circunvizinhos; depois, a colheita era tanta que  até os porcos abusavam de comer. 
 

A cooperativa de crédito agrícola, emprestava dinheiro a vontade aos sócios e financiava vastos plantios. Os políticos eram homens de sentimento nativista, sempre presentes, conhecedores dos problemas, dedicados à causa do povo e morriam pobres, mas honrados. Hoje está tudo diferente, mas a maioria da população aprova, negando-se mudar o circulo vicioso e prejudicial.  

17 comentários:

  1. Venho parabenizar o jornal pela excelente matéria que faz uma retrospectiva da cidade. Talvez melhor seria juntar todos esses artigos publicados em relação a Triunfo e classificá-los como documentário quando a criação de um possível arquivo municipal.O que seria propício no momento com ajuda da internet.

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    1. Solange Martins Diniz3 de julho de 2013 às 18:58

      Que matéria linda e prazerosa, Carlos Ferraz! Parabéns à Equipe do "Opinião Triunfo"e ao Editor.Fico feliz quando me deparo com coisas assim que marcam a história e as riquezas de Triunfo.Os leitores agradecem a dedicação e riqueza da matéria.

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    2. Maria Helena P. Souza3 de julho de 2013 às 20:22

      Maravilhosa essa postagem, uma viagem saudosa ao passado da nossa cidade quando ainda éramos crianças.

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    3. Parabéns ao Blog Opinião em ter coragem de falar as verdades sem medo de retaliações e também pela sensibilidade de postar um belo texto saudoso, por isto sou leitora.Gostei muito deste editorial que faz um resumo de quando Triunfo era TRIUNFO.

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    4. Conheci triunfo quando criança através dos olhos e das historias e estórias que meu pai Helvécio Gregorio Ferraz Nogueira,nos contava sobre esta cidade.Obrigada CARLOS FERRAZ.

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    5. Tereza Nelma Souza Teixeira3 de julho de 2013 às 22:07

      Minha terra natal querida

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    6. Sobre o arquivo,te juro Carlos era o que eu mais queria .

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    7. A crônica é um gênero de construção livre, em que o autor pode explorar assuntos variados, temas filtrados por sua própria percepção.
      Nos textos que Carlos Ferraz tem reunido, é possível notar os interesses diversos; ele fala de tudo, a proposta talvez seja apresentar um panorama amplo do cotidiano triunfense através do olhar do cronista apaixonado que representa, mas sem a atmosfera particular de romancismo.
      A partir de incentivos conceituais, o autor escreve textos breves, humorados e combativos que ressaltam o prazer pela escrita crítica e o ato de defender seu município.Minha admiração pessoal pelo eficiente trabalho.

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    8. Minha cidade é linda.....Saudades!!!!

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  2. Está na hora de sabermos onde foi parar os repasses do Governo Federal para Triunfo no ano de 2013. O valor é R$ 7.478.257,23 (sete milhões quatrocentos setenta e oito mil duzentos cinquenta e sete reais e vinte três centavos.

    Os Recursos do Governo chegam na Prefeitura de Triunfo e vale ressaltar que não é pouco, mas o município está numa situação deplorável de descaso e abandono.

    Iremos fiscalizar para que o recurso público seja destinado corretamente em benefício de toda comunidade na Saúde, Educação, Segurança, Assistência Social, Cultura, Esporte, Lazer e Mobilidade Urbana.

    A Festa de Senhora Santana tem que ser no mínimo três dias de Bandas boas e não adianta botar a culpa na seca para fazer apenas dois dias de Festa. Dinheiro a Prefeitura tem, falta boa vontade.

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    1. O único da oposição no Legislativo municipal crítica que o prefeito num trabalha e faz coisas erradas. Tudo jogo de cena, pois ele e a família viviam lambendo seus pés e do vice Osaildo em Jericó. É a prefeitura que tem estrutura para ir a campo trabalhar, não é prefeito que faz isso não acham?

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  3. CRISTINA VASCONCELOS3 de julho de 2013 às 19:36

    ESSA MATÉRIA FOI PRA LASCAR...QUASE CHORO. PORRETA!! PARABÉNS GENTE...

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    1. eu amo muito essa cidade.

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    2. Minha cara parenta Lurdinha Ferraz: Essa iniciativa tem sido debatida há vários anos, sem encontrar qualquer interesse dos gestores e merecido respaldo da grande maioria dos conterrâneos, que apenas concordam, mas não demonstram qualquer iniciativa e disposição de tocar o projeto para frente e fazer tornar-se realidade. Infelizmente falta , maior compromisso ético, sentimento nativista e visão administrativa. Para muitos pouco importa, passado, presente e futuro de Triunfo, talvez porque não fizeram parte e nem tiveram representantes na gloriosa história da cidade, principalmente na época áurea. Alguns políticos de mente poluída consultados, chegaram a ironizar afirmando que isso não proporcionaria retorno eleitoral ( e quem está à procura disso?) .Acredito que aqueles que não se preocupam na manutenção representativa dos antecedentes é porque não valorizam gente, mas votos corrompidos somente. O "Arquivo Público Municipal" seria uma instituição instalada sem fins lucrativos, com pouco custo, na base de doações e parcerias. A existência benéfica do Grupo de Triunfenses & Simpatizantes através da internet, poderia conseguir grande parte do acervo entre os participantes: fotografias, quadros, textos, documentários, discos, livros, fitas, vestimentas, utensílios, outros objetos variados que passariam a compor um setor temático, concentrado no espaço cedido e mantido pela Prefeitura Municipal Triunfo , transformando essas significativas peças arrecadas, identificadas e cadastradas, em eternas relíquias expostas a moradores, visitantes e turistas; capazes de narrar um pouco a trajetória do município. Qual pessoa iria se negar em ceder originais ou cópias autênticas dos saudosos familiares? Melhor tornar público de que manter guardado se estragando. O grupo é grande, forte e bastante afinado, poderia fazer valer o seu prestígio. Logo surgiriam ganhos satisfatórios, colaboradores oferecendo álbuns inteiros para serem catalogados nesse movimento de cunho cultural. Fica a proposta.
      Carlos Ferraz

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    3. Mil vezes apoiado meu amigo. Concordo integralmente contigo.

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