sábado, 21 de setembro de 2013

PREOCUPAÇÃO SOCIAL - NÚMERO DE USUÁRIO DE CRAK CHEGA A 370 MIL NO PAÍS, A MAIORIA SÃO JOVENS

Os usuários regulares de crack e/ou de formas similares de cocaína fumada (pasta-base, merla e oxi) somam 370 mil pessoas nas 26 capitais brasileiras e no Distrito Federal. Considerada uma população oculta e de difícil acesso, ela representa 35% do total de consumidores de drogas ilícitas, com exceção da maconha, nesses municípios, estimado em 1 milhão de brasileiros.
A constatação está no estudo Estimativa do Número de Usuários de Crack e/ou Similares nas Capitais do País, divulgado hoje (19) pelos ministérios da Justiça e da Saúde. A pesquisa foi encomendada pela Secretaria Nacional de Políticas Sobre Drogas (Senad) à Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
Para o secretário nacional de Políticas sobre Drogas do Ministério da Justiça, Vitore Maximiano, o número de usuários regulares desse tipo de droga é "expressivo", embora corresponda a 0,8% da população das capitais (45 milhões). "Não é pouco, em absoluto, termos 370 mil pessoas com uso regular de crack. O número é expressivo e mostra que devemos ter total preocupação com o tema."

O secretário classificou de surpreendente o fato de, em números absolutos, a Região Nordeste concentrar a maior parte dos usuários, contrariando o senso comum, segundo o qual o consumo é maior no Sudeste. Como a prática ocorre em locais públicos e durante o dia, ela costuma ser mais visível, devido à formação das chamadas cracolândias. De acordo com o estudo, no Nordeste há aproximadamente 150 mil usuários de crack, cerca de 40% do total de pessoas que fazem uso regular da droga em todas as capitais do país.
"Esse é um achado que surpreende: a presença de um forte consumo no Nordeste e também, proporcionalmente, no Sul [onde há 37 mil usuários de crack]. No Nordeste, acreditamos que seja em razão do próprio IDH [Índice de Desenvolvimento Humano] mais baixo, quando equiparado nacionalmente", disse. "Já em relação ao Sul, verificamos um componente histórico, uma vez que tradicionalmente há na região um maior uso de drogas injetáveis, cujo índice no país é muito baixo, mas sempre com maior predominância por lá", acrescentou.
A proporção do consumo do crack em relação ao uso total de drogas ilícitas (com exceção da maconha) também apresenta variações entre as regiões. Enquanto nas capitais do Norte, o crack e/ou similares representam 20% do conjunto de substâncias ilícitas consumidas, no Sul e no Centro-Oeste o produto corresponde a 52% e 47%, respectivamente.
O levantamento mostra ainda que, entre os 370 mil usuários de crack e/ou similares, 14% são menores de idade. Isso indica que aproximadamente 50 mil crianças e adolescentes usam regularmente essa substância nas capitais do país. A maior parte deles (56%) também estão concentrados nas capitais do Nordeste, onde foram identificados 28 mil menores nesta situação.
Em relação aos locais de consumo da droga, o estudo identificou que oito em cada dez usuários usam crackem espaços públicos, de interação e circulação de pessoas. A diretora de Projetos Estratégicos da Senad, Cejana Passos, ressaltou que, em razão dessa característica, não adianta fazer uma pesquisa com metodologias tradicionais, por exemplo, com perguntas diretas ao entrevistado se ele usa ou não a droga, com o objetivo de estimar o número de usuários. Segundo ela, o método adotado, que investiga as redes sociais do entrevistado, com questionamento sobre as pessoas que ele conhece que usam a substância, foi possível chegar a um número mais preciso.
"Essas pessoas podem não estar na residência. Por isso, era preciso investigar o todo e cruzar as redes sociais", disse. "Pela primeira vez, a secretaria considera ter um dado muito confiável em relação ao número de usuários de crack nas capitais", acrescentou.
Para fazer o estudo, foram ouvidas, em casa, entre março e dezembro de 2012, 25 mil pessoas, que responderam a questões sobre as características das pessoas que integram suas redes de relacionamento. Entre as perguntas, havia algumas focadas especificamente no uso do crack e outras que serviram como controle de confiabilidade dos dados, cujas respostas podiam ser comparadas aos cadastros de órgãos públicos, por exemplo, número de conhecidos que são beneficiários do Bolsa Família.
Além desse estudo as pastas divulgaram hoje a pesquisa Perfil dos Usuários de Crack e/ou Similares no Brasil que traz informações sobre as características epidemiológicas dessa parcela da população.
Edição: Talita Cavalcante

8 comentários:

  1. Depois de visitar a Unidade Mista de Saúde de Triunfo e denunciar o caos no hospital municipal, com fotos comprovando a situação, o vereador Djaci Marques acusa o prefeito do município de persegui-lo. O parlamentar constatou diversas irregularidades na unidade, como bloco cirúrgico desativado desde 2008, equipamentos raio X e de ultrassonografia desativados, entre outras. Os pacientes de Triunfo precisam recorrer a outros municípios e clínicas privadas para fazer os exames.

    Djaci marques apresentou a denúncia na Câmara Municipal de Vereadores, denunciando o abandono e descaso na unidade por parte da administração pública e Secretaria de Saúde. O prefeito ingressou com uma ação na casa legislativa pedindo a cassação do mandato do vereador denunciante, por quebra de decoro parlamentar, por apresentar informações que não condizem com a verdade.

    Mesmo com a ação do gestor, o parlamentar enviou a denúncia ao Ministério Público Estadual contendo fotos comprobatórias.

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    1. O Nordeste lidera o consumo de crack. Isso é muito preocupante.Oque fazer?

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  2. Onde a gente passa na Capital é gente usando drogas. O que fazer pelo amor de Deus?

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  3. Todos os dias vejo nos jornais cenas fortes de jovens e crianças se afundando no mundo obscuro das drogas. É uma realidade nua e crua, realidade esta, que assusta todos nós que vemos esses números crescendo dia após dia.Diante disso, fica aqui o meu apelo: pais olhem mais seus filhos intimamente, como amigos e n somente com autoridade de pais.

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  4. Só a sociedade unida para colaborar, exigir e participar de uma grande mobilização contra as drogas.

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    1. EXISTE UM DITADO: " CABEÇA VAZIA, OFICINA DO DIABO". ENQUANTO SE VIVER SEM OBJETIVO, APOIO DOS GOVERNANTES, SEM CONDIÇÕES DE TRABALHO, O SER HUMANO SÓ VAI DISSO A PIOR! O TRABALHO DIGNIFICA, ESTÁ ESCRITO. HOJE E TIDO COMO ESCRAVIDÃO...É O CAOS! GENTE TEM QUE TRABALHAR DESDE CEDO!

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  5. No interior do Estado também está empestado dessa droga miserável, por isso estão surgindo mais atos violentos.

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  6. A pesquisa mostra que, dos 370 mil consumidores regulares da droga estimados nas capitais do País, 184 mil estão na região. Entre eles, cerca de 28 mil são crianças e adolescentes viciados.

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