segunda-feira, 21 de outubro de 2013

TRIUNFO DE HOJE E O DE ANTIGAMENTE - MARCOS ANTONIO FLORENTINO

MARCOS ANTONIO FLORENTINO LIMA fez uma crítica oportuna e detalhada ao momento político de Triunfo, comparando o "Triunfo de hoje com o de antigamente"...



Alguns dias atrás, fiz um comentário sobre a turbulência política que nossa querida Triunfo vem atravessando, e confesso que nunca imaginei que fosse vivenciar tanta corrupção acontecendo numa cidadezinha pacata e provinciana como a nossa, porém me enganei redondamente, achando que o vírus da corrupção jamais conseguiria contaminar a política triunfense, porque sempre imaginei Triunfo sendo administrado pelos próprios filhos da terra, e que esses estariam blindados contra esse câncer que tomou conta de toda a nação brasileira. Lamentável!

Peço desculpas aos Triunfenses que se sentiram ofendidos com as minhas colocações sobre o momento político que nossa cidade enfrenta atualmente, mas eu não poderia fechar os olhos, nem calar diante dos desmandos administrativos ,e a corrupção que se instalou nas últimas décadas.
Todos nós sabemos, que a culpa de tudo de ruim que está acontecendo na nossa cidade é de responsabilidade dos próprios triunfenses , desde o momento em que elegemos um candidato e o colocamos no poder, achando que ele irá cumprir todas as promessas de campanha.



As promessas de campanha, nada mais são, do que argumentos de convencimento do eleitor, até então de boa-fé, mas logo tudo cai por terra e vem a grande decepção, quando no primeiro momento da sua gestão, aquele que seria o homem que resolveria todos os problemas da nossa cidade, coloca suas unhas de fora, e já investido do poder que lhes outorgamos, mostra a sua verdadeira cara, agora já sem a máscara que hipnotizou todos os seus eleitores.


Depois que os colocamos no poder, ficamos na expectativa de vermos todas nossas aspirações serem atendidas, e se não acontecem da forma que esperamos , nada mais podemos fazer, se não esperar o fim do seu mandato para avaliarmos sua gestão lhes dando o troco na próxima eleição.

Quando eu falo que a culpa é dos próprios triunfenses, é porque, simplesmente escolhem os candidatos e os deixam administra a cidade ao seu bel prazer, sem nenhuma fiscalização rigorosa dos seus atos, pó exemplo, manifestações e paralisação dos serviços públicos, estou me referindo à falta de atitude diante dos desmandos e negligência por parte dos gestores, como forma de protesto, ferramentas amparadas pela constituição.

Quando elegemos um candidato para administrar nossa cidade, nosso estado e a união, criamos uma expectativa de que ele irá cumprir, se não todas, pelo menos parte das promessas de campanha, esperando que ele governe para o povo que o elegeu, ouvindo as comunidades de bairros, elegendo prioridades.




Afinal, os entes federativos devem ser considerados como sendo empresas SA (sociedade anônima), das quais ,todos os contribuintes ou não de impostos são seus sócios, e esperam dos seus administradores atitudes politicamente corretas na aplicação dos recursos arrecadados, obedecendo as prioridades eleitas pela população.

Não é preciso ser nenhum Sociólogo nem Economista para entender o porquê de Triunfo ao invés de crescer economicamente, vem retrocedendo nas três últimas décadas em se tratando de desenvolvimento socioeconômico.

Façamos um comparativo entre o Triunfo de antes e depois da década de 70:




1-Quando todos os agricultores proprietários de terra faziam suas plantações, Triunfo era considerado um dos maiores produtores de feijão , milho e café de Pernambuco, mas devido a falta de incentivos financeiros e de políticas de sustentabilidade, estas pessoas foram obrigadas a abandonar suas terras e migrarem para a cidade, transformando os sítios em área de lazer para os finais de semana,  passaram então a morarem na cidade e nos finais de semana visitarem seus sítios.

2-Quando os Engenhos de cana de açúcar dos senhores Augusto Diniz em Santa Cruz, Júlio Ramos na mata redonda, Sr. Aprígio na encruzilhada, hoje bairro do Rosário, Sr. Ambrósio Ferreira, Sr. José Costa, Sr. Antônio Henrique, Sr. Floro no sítio cajueiro, Sr. José Frazão, Sr. Luís Tomás, Sr. José Baião, Sr. Antônio Florentino com um no sítio Santana e outro no sítio Fortaleza ,Sr. João Costa no sítio Santana e Sr. Antônio Ferreira no sítio Espírito Santo, Sr. Felizardo no sítio Oiti, e não esquecendo o Sr. Manoel do Borges, Triunfo era considerado a capital mundial da rapadura, se não estou enganado, atualmente este status passou para Santa Cruz.

Na época das moagens, notávamos uma grande comercialização da rapadura produzida, tanto no mercado interno, mas também grande parte da produção era exportada para outros municípios e outros estados da federação. Esta comercialização trazia divisas para o município e fortalecia consideravelmente o sustento dos produtores e famílias, que pena presenciarmos esta cultura sucumbindo gradativamente por falta de políticas públicas de incentivo aos produtores.

3-Se não me falha a memória, o Triunfo de antigamente tinha várias micro indústrias que produziam alimentos para o consumo interno e devem ser lembradas para que a juventude de hoje sem memória ,tome conhecimento e saiba dar o valor que os seus antecessores merecem.

3.1-Pela ordem cronológica citarei algumas destas indústrias:

a-Fábrica de doces Borborema dos sócios Agamenon, Luís Leitão e outros
b-Fábrica de Mosaico de Padre Luís
c-Torrefação de Café Baixa Verde de Antônio Rodrigues
d-Fábrica de Fubá e Xerem dos frades
e-Confecção de calçados do Sr. Melquiades, Zé Rosa 
f-Confecção de roupas dos senhores Duquinha de Avelino e Francisco Leite
g-Fabrico de móveis dos senhores Arlindo Galvão, Tião Cajueiro , José Elias e Luís Firmino
h-Fabrico de Pães dos senhores Antônio Magalhães, João Soares, Sr. Moisés, Arlindo Galvão e Expedito Ferraz
i-Fabrico de Fogos de Artifício do Sr. Joaquim Fogueteiro

4-Quem dos verdadeiros Triunfenses não se lembra do comércio de Triunfo de antigamente, dava gosto ir à feira no sábado na praça 15 de novembro(praça do quadro) e ver toda aquela movimentação das pessoas comprando e vendendo seu produtos. 

Para que os Triunfenses de hoje saibam do potencial que nossa cidade tinha naquela época, vou citar nomes de alguns comerciantes, cada um no seu ramo:

a -Loja de tecidos do sr. Geraldo Diniz
b -Loja de tecidos do sr. Marçal Maia
c -Loja de tecidos do sr. Clementino
d -Loja de tecidos do sr.Pedro Andrade
e -Loja de tecidos do sr. Ambrosino Gonçalves
 f -Loja de dona Lioza Ferraz
g -Lojas Paulistas
h -Casa Jurandir Pires Galdino Pires


Nesta época não existiam as butiques ofertando roupas prontas, todo mundo comprava o tecido e mandava as costureiras e os alfaiates confeccionarem suas roupas, mas com o passar dos tempos a cultura de criar e produzir foi sendo substituída pela oferta de produtos já prontos e com designe modernos, acompanhando as modas sazonais, que pena que o romantismo que em tudo havia foi sucumbindo ao longo dos tempos.

Na praça 15 de Novembro ainda existiam outros comerciantes:
a-Mercearia do sr. Lero
b-Mercearia de Danda
c-Mercearia de Dinda
d-Mercearia de Severino de Afra
e-Supercado de João Soares
f-Loja do sr. José Baião
g-Mercearia de Francisco Moisés
h-Loja do sr, José Veríssimo
i-Sapataria do sr. Melquíades
j-Farmácia de Artur Viana
k-Farmácia do sr. Mágno
l-Bar de Luis de Maroca
m-Mercearia de Natal de Antonio Henrique
n-Vidraçaria do sr.Josias
o- Loja do sr. Napoleão Carvalho



Dá pra notar, que eu sou Triunfense das antigas, tanto é verdade que, apesar de ausente desde 1969, mas sempre visitando minha terrinha, guardo na memória todos os momentos vividos em Triunfo desde o meu nascimento até os dias atuais, diferentemente da juventude de hoje, que ao invés de lutar pelo desenvolvimento da cidade, se engajando na luta pelas causas sociais, fiscalizando os atos dos gestores da administração pública, não permitindo que façam do mandato político um instrumento proporcionador de enriquecimento próprio e dos seus familiares, exigindo deles atitudes politicamente corretas.

Não podemos deixar de reconhecer que nas décadas pós 70 as quais me refiro, ouveram avanços consideráveis em vários seguimentos, mas nada que possa ser considerado fruto das administrações desastrosas dos gestores que só fizeram uso da máquina administrativa em seu próprio benefício, deixando toda a sociedade Triunfense desamparada e frustrada na escolha daqueles que seriam seus representantes legais.

Não vimos nenhum crescimento significativo nas áreas inerentes à Administração Pública, ou seja, na Educação, na Saúde, na Segurança, na Moradia,no Saneamento, porque nada foi investido efetivamente, ao contrário, vemos o crescimento da criminalidade atingindo índices jamais vistos, vemos a Saúde sucateada sem nenhum investimento que pudesse demonstrar algum sinal de mudança, nos obrigando a conviver com a medicina desastrosa que a cidade de Serra Talhada nos oferece, vemos a Educação falindo por falta de incentivos às famílias mais carentes, estas sim , as que mais necessitam da presença do poder público.

O que presenciamos foi o fechamento do Colégio Stela Maris, uma instituição que sempre foi referência Nacional na Educação, o fechamento do internato do Convento São Boa Ventura, instituição referência na formação a qual se propunha, o fechamento do Lar Santa Elizabeth na sua função social em benefício das crianças carentes, estes são alguns exemplos negativos da falta de políticas públicas.

Em alguns momentos da minha vida me imaginei militando na política de Triunfo, e até me questionei pensando na possibilidade de um dia poder governar a minha cidade da maneira que sempre achei ser a mais politicamente correta, ou seja, trabalhar em prol de toda a sociedade, oferecendo igualdade de condições e tratamento sem distinção de cor e raça, administrar com a participação da sociedade nas tomadas de decisões, porque só assim se poderia dizer que em Triunfo o povo teria voz e vez, e que o gestor nada mais é do que um representante do povo, e a este povo deve prestar contas dos seus atos.

Mas como na política, a expressão “Politicamente Correto” é algo impossível de se praticar, e como esta expressão é algo inerente à minha personalidade, prefiro ficar como expectador do teatro que os atores políticos representam e poder fazer minhas críticas e dar minhas opiniões sobre o assunto, esperando que um dia apareça um filho da terra que venha provar que ainda existe cura para este câncer chamado política.


Por: MARCOS ANTONIO FLORENTINO LIMA  

8 comentários:

  1. Adelson José Pereira20 de outubro de 2013 às 05:20

    Pelo visto vários triunfenses que encontram-se residentes em outras localidades estão empenhados em desconstruir o discurso adotado pela administração atual de que o município está legal.Todas as reclamações do senhor Marcos Antonio Florentino Lima postadas na postagem anterior e nesta são consideradas procedentes e muitas dependem da Justiça para serem resolvidas.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Este comentário foi removido por um administrador do blog.

      Excluir
    2. viva os bons momentos que Triunfo já teve...

      Excluir
  2. ESSA BASICAMENTE É A APRESENTAÇÃO DE UM DOCUMENTÁRIO DO TRIUNFO ANTIGO QUANDO FOI UM PONTO ALTO NO COMÉRCIO DA REGIÃO INTERIORANA. FAÇO O REGISTRO DESSE TEMPO PORQUE MANTIVE INTENSA CONVIVÊNCIA COM O PERÍODO CITADO.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Marquinho antes vc tinha voz, agora vc tem vez pelo relatório que fez. Parabéns a vc.

      Excluir
  3. Acontece que a arrogância do governo atual, que não consegue diferenciar o público do privado, fica evidenciada quando utiliza a prefeitura para fins eleitoreiros com a criação de mais secretarias desnecessárias e cargos comissionados, que indicam grande possibilidade de esvaziamento nos cofres do Município.

    ResponderExcluir
  4. Maria de Fátima Vasconcelos20 de outubro de 2013 às 08:08

    Fala-se muito em biografias oportunistas, difamatórias, mas acredito que a grande maioria dos autores que postam comentários neste espaço estão bem distantes desse tipo de comportamento.Arrisco dizer que cerceá-los seria uma equivocada tentativa de tapa, calar, esconder e camuflar a história do nosso tempo e espaço, assim como fazem alguns meios de comunicação locais na troca de vínculos empregatícios e benefícios outros oriundos do erário público.

    ResponderExcluir
  5. Excelente postagem, o Sr. Marcos Florentino foi brilhante em sua narrtiva e fez-me ver a Triunfo que outrora vi e pude desfrutar. O que resto hoje é estaganação do progresso, da continuidade da cultura local, do desrespeito para com a população por parte de uma administração corrupta, criminosa, autoritária. Tudo o que posteii até hoje, está relacionada ao que leio atentamente pelo Sr. Marcos, porém mesmo distante, vindo à Cidade de Triunfo por vezes e acompanhando a cena política da região, ele pode conseguir detectar o que de fato acontece. Infelizmente ainda temos um judiciário lento, temos leis que processualmente impedem as sentenças de serem cumpridas imediatamente posto que existam diversos recursos que somente procrastinam as ações e deixam o povo a espera da justiça. Mesmo assim, tenho a convicção de que o ranço deixado por políticos inescrupulosos continue a ser merecedor de confiança dos que ignoram os direitos que posuem. Não resta a menor dúvida acerca disso e temos exemplos, temos a continuidade de pai para filho no poder, temos a lama espalhada e os respingos dela por toda a parte.
    Williams Terto

    ResponderExcluir

Caro leitor, seja educado em seu comentário. O Blog Opinião reserva-se o direito de não publicar comentários de conteúdo difamatório e ofensivo, como também os que contenham palavras de baixo calão. Solicitamos a gentileza de colocarem o nome e sobrenome mesmo quando escolherem a opção anônimo. Pedimos respeito pela opinião alheia, mesmo que não concordemos com tudo que se diz.
Agradecemos a sua participação!

NOSSOS LEITORES PELO MUNDO!