DOMINGO DE CONVENÇÕES: HOMOLOGAÇÕES DAS CANDIDATURAS AO GOVERNO DE PERNAMBUCO

CONVENÇÃO DO PTB E PT - HOMOLOGAÇÃO DA CANDIDATURA DE ARMANDO MONTEIRO

 

Os candidatos são Armando Monteiro Neto (PTB), em Pernambuco, e Dilma Rousseff (PT), nacionalmente, mas um dos nomes mais citados na convenção do PTB, para oficializar o nome do senador para o governo do Estado, neste domingo (29), foi o do ex-presidente Lula (PT), que não estava presente. O ato, realizado em Caruaru, no Agreste, foi para Armando uma estratégia para divulgar a sua proposta de interiorização, porém serviu também para usar o nome do aliado petista onde ele tem bastante força política.

Fazendo uma crítica velada aos adversários, o candidato a governador disse que a liderança política não se faz com apadrinhamentos. “O presidente Lula nos ensinou que o que distingue as pessoas não é a sua origem ou o seu status econômico, é o seu caráter e o compromisso”, disse, na primeira vez em que citou Lula na sua fala. “Vamos caminhar dizendo que essa chapa tem o apoio de Lula e Dilma. Mas Lula e Dilma não são nossos padrinhos, são nossos aliados.” Candidato a senador na chapa, o deputado federal João Paulo (PT) foi mais longe e disse que que a maior vitória de todos os tempos do povo brasileiro foi em 2002, quando o ex-presidente foi eleito.

 No seu discurso, o senador apontou os dois principais eixos do programa de governo: a interiorização e a educação. “Só pela educação é possivel encurtar as distâncias sociais, é possível fazer uma economia mais dinâmica”, afirmou. Armando defende a elevação do desempenho do ensino fundamental, com um novo modelo pedagógico, e o estabelecimento de uma matriz curricular única, além da implantação do plano de cargos e carreiras para valorizar os professores.

 O (auto) desafio da equipe de Armando era fazer uma convenção com o dobro de público que a da Frente Popular, do seu concorrente Paulo Câmara (PSB), realizada no Clube Português, no Recife. Com capacidade para 10 mil pessoas, a casa estava cheia, mas não lotada até o fim da convenção. A assessoria de imprensa do pré-candidato divulgou que 25 mil pessoas estavam no local, porém o visivelmente era muito inferior a isso.

 CONVENÇÃO DO PSB - HOMOLOGAÇÃO DA CANDIDATURA DE PAULO CÂMARA

Em uma convenção que contou com a presença do pré-candidato a presidente Eduardo Campos e a pré-candidata a vice Marina Silva, o PSB homologou o nome de Paulo Câmara para disputar o governo de Pernambuco. “Eu digo uma coisa com muita humildade: eu vou ganhar essa eleição e vou ser o governador de Pernambuco”, afirmou Câmara sob aplausos durante um discurso em que o foco foi a continuidade.

O peso da imagem de Eduardo Campos para a eleição do afilhado político foi sentido.Acostumado aos microfones, o ex-governador de Pernambuco foi mestre em arrancar aplausos dos presentes. Prometeu estar no estado quantas vezes for necessário para dar suporte à candidatura socialista. “Para quem dizia ‘Eduardo não vem então será mais fácil’, eu digo que deixarei Marina onde ela estiver fazendo a campanha e venho para cá. Eu estarei nesta campanha (de Paulo Câmara) o tempo que for preciso”, disse. Campos estava há 70 dias longe da política local.

Ainda no discurso, Eduardo Campos lembrou do desafio da eleição para presidente da República e não economizou nas críticas à presidente Dilma Rousseff (PT). De acordo com ele, após 20 anos “será a primeira vez que um presidente irá passar a faixa para outro sem que haja melhora no país”.

O evento foi concorrido e reuniu no mesmo palanque ex-adversários dos socialistas  como os deputados federais Mendonça Filho (DEM) e Augusto Coutinho (SSD) e o senador Jarbas Vasconcelos (PMDB). Representantes de siglas ainda indefinidas como o PDT também marcaram presença. O PPS que foi o primeiro partido a declarar apoio ao PSB, por outro lado, levou falta. A sigla estaria insatisfeita com o tratamento recebido.

CONVENÇÃO DO PDT -  DIVIDIDO, PDT GARANTE APOIO DE QUEIROZ E UCHOA A PAULO CÂMARA

 

Apesar de compor a chapa do senador Armando Monteiro Neto (PTB) na disputa pelo Governo de Pernambuco, inclusive indicando o deputado federal Paulo Rubem na vaga de vice, o PDT se mostrou dividido na convenção realizada no final da manhã deste domingo (29). Presidente nacional da legenda, Carlos Lupi garantiu que o prefeito de Caruaru, José Queiroz; o deputado federal Wolney Queiroz e o deputado estadual Guilherme Uchoa vão poder pedir voto para o ex-secretário da Fazenda Paulo Câmara (PSB).

O trio não participou da convenção. Presidente da Assembleia Legislativa, Uchoa chegou a comparecer à sede do PDT e a assinar a ata da convenção, mas não ficou para o ato político. “O partido entende que a figura de Guilherme Uchoa, e mesmo o Wolney, por compromissos assumidos, não podem mudar o rumo do seu pedido de voto”, deixou claro Lupi.

O presidente nacional da legenda, que bateu o martelo pela aliança com Armando e assumiu a presidência estadual da legenda, que pertencia a Zé Queiroz, negou que tenha realizado uma intervenção no Diretório de Pernambuco porque cumpriu o regimento do PDT e justificou a aliança em função de uma coerência com a decisão nacional. No plano federal, o partido apoiar a reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT), que apoia o PTB no Estado.

Apesar do tom conciliador de Lupi, a convenção teve tom revanchista, com vários discursos defendendo o fato de o PDT estar buscando um caminho mais democrático e voltado para a militância. O mais duro partiu do prefeito de Água Preta, Armando Souto, que acusou Queiroz de estar “fazendo muita coisa errada” no comando do partido, de ter impedido o PDT de crescer e de ter trabalhado para que ele não disputasse a eleição para prefeito à pedido do ex-governador Eduardo Campos (PSB).

 Fonte: NE 10 PE