segunda-feira, 7 de julho de 2014

CONFESSO QUE SOFRI... POR 1BERTO ALMEIDA


1BERTO DE ALMEIDA 

Senti a joelhada que Zuniga deu nas costas de Neymar. Estava no meio de uma multidão que nada sabia sobre o porquê desse meu sofrer. Tudo era só alegria. Todos felizes com mais uma vitória da seleção e eu no meu canto, camisa amarela cobrindo o corpo negro, chapéu combinando com a camisa, brasileiro com muito orgulho e amor da cabeça aos pés. 

Mas, embora preparado para a alegria, não estava dividindo a felicidade daquele povo bonito. Um povo marcado, mas povo feliz. Estaria com ele dividindo sorrisos se não tivesse acabado de saber que a joelhada do colombiano Zuniga fraturou a terceira vértebra lombar de um país.

A primeira impressão, essa que sempre fica, foi a de que iriam passar aquele “sprayzinho mágico” que passam todas as vezes que um jogador sente ou finge sentir dor após um contato mais forte com o adversário, e Neymar voltaria a fazer dançar os seus marcadores, fazendo que ia para um lado e voltando para o lado da gente alegre e feliz. 

Nem pensei, como acontecia em outros tempos, que Neymar era um “menino-todo-não-me-toque” e nunca iria querê-lo na minha seleção. Neymar mudou, e mudou para melhor. Agora, sem pensar duas vezes, escrevo neste nosso singular espaço plural que embora o futebol seja um esporte coletivo, Neymar era a seleção e a seleção do povo era Neymar. 

Se joelhada de Zuniga foi pura maldade, visando tirar de campo o nosso melhor jogador, o jogador do Brasil, fico ainda na dúvida. Mas, vez em quando, por achar que o colombiano invejava a leveza e o bailar de um menino de apenas vinte e dois anos que hoje é um “mestre-sala dos campos de futebol”, a dúvida se dissipa. Houve maldade, sim, a disputa por uma bola que está na frente do jogador, protegida, não se dá daquela forma. 

No entanto, embora não vá esquecer tão cedo a cena, agora tenho de cuidar dessa joelhada que ontem sofri e ainda me dói. E nada de estar fora de campo, estava dentro de campo, numa seleção formada por mais de duzentos milhões de jogadores. Mas, infelizmente, Neymar foi o único a ficar de fora dessa Copa sem graça, e agora mais sem graça ainda com ele fora dela. Sinceramente, confesso que sofri.

Fonte: Blog do Tiao Lucena

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