O SENADO E O BALANÇO DAS ATIVIDADES: "CESSA TUDO QUE A MUSA CANTA..." POR LUIZ SAUL

 

Vai que o agora já cabeludo presidente Renan, do Senado, com apenas 12 dos 81 senadores na plateia, realizou um balanço das atividades da Casa, misturando ações de 2013 com as de 2014, vangloriando-se do sucesso da gestão.

Tentei espremer os “feitos” do senado, esmiuçando as iniciativas que tivessem efetivamente a ver com o país, mas infelizmente não logrei encontrar nada. Limitou-se em grande parte a acusar veladamente a Câmara dos Deputados pela morosidade da tramitação de propostas quer dormitam nas mesas da outra Casa. Criticou o STF pela indefinição da partilha dos lucros do Pré-Sal.

Orgulhosamente, mencionou a devolução dos dinheiros relativos ao uso indevido de aviões da FAB para assuntos particulares, como se isso fosse um grande feito, quando na verdade é a confissão transparente de um crime de lesa pátria. 

Aliás, sobre transparência, não se referiu às denúncias que pululam a respeito dos seus pares, como, por exemplo, os saques do Sarney e os depósitos para Collor de Mello. Não há indícios de iniciativas de apuração.Falou do aperfeiçoamento da produção legislativa, mas não conseguiu explicar como o seu senado funcionará apenas dois dias no mês de agosto e até o outubro das eleições.

O pior é que os governadores dos Estados que, afinal, são os beneficiários das ações dos senadores, assistem a esse tipo de comédia bufa em silêncio como se tudo estivesse correndo no centro dos parâmetros. A explicação pode estar no desdobramento das eleições estaduais. Afinal tem toda uma prole desses políticos candidatando-se aos mais diversos cargos nas próximas eleições, inclusive o filho do Renan, lá nas Alagoas. Daí, “cessa tudo que a musa canta que outro valor mais alto se alevanta”.

 

 

Por: Luiz Saul Pereira