quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

ENTENDA OS FATORES DE RISCO PARA NOVOS BLECAUTES NO BRASIL

apagão (Foto: Editoria de Arte/G1)
O risco de novos apagões como o ocorrido quando ao menos 11 estados e o Distrito Federal ficaram sem energia, permanece alto em razão do forte calor, chuva abaixo da média e os baixos níveis dos reservatórios das usinas hidrelétricas, segundo especialistas ouvidos pelo G1.
De acordo com eles, os picos de consumo provocados pelas altas temperaturas, associados a um sistema operando praticamente no limite em razão da pior crise hidrológica dos últimos 80 anos têm elevado os riscos de colapso no fornecimento de energia.
A expectativa é que, até o fim do verão, poderão ocorrer novos episódios de falta de luz simultânea em várias regiões do país – seja por problema técnico ou por corte de carga de distribuidoras, o chamado "blecaute preventivo", por determinação do Operador Nacional do Sistema (ONS) de forma a evitar o risco de um apagão ainda maior.
Confira a seguir o que provocou a falha desta segunda e os principais fatores de risco para novos apagões ou blecautes, segundo Nivalde de Castro, coordenador do Gesel (Grupo de Estudos do Setor Elétrico) da UFRJ e Erik Rego, diretor da consultoria Excelência Energética.


O sistema elétrico precisa gerar, a cada instante, energia suficiente para atender a demanda dos consumidores naquele momento. Para que isso siga sem problemas, é preciso que haja uma reserva pronta para entrar em funcionamento no momento em que a demanda sobe. 
Nesta segunda-feira, a demanda atingiu a capacidade de geração nas regiões que ficaram sem luz. Usinas que produzem energia em outros locais poderiam ter entrado para “ajudar” no fornecimento mas, segundo o ONS, houve uma falha na transmissão das regiões Norte e Nordeste para o Sudeste, o que deixou o sistema sem essa reserva.
Com o sistema no limite, a frequência elétrica diminui e, sem ter como aumentar a geração de energia, os equipamentos automaticamente se desligam para evitar serem danificados. Isso diminui ainda mais a geração – e aumenta portanto a diferença entre a demanda e a oferta, fazendo com que cada vez mais equipamentos desliguem e levando o sistema a um colapso.
O ONS, então, fez um blecaute preventivo, orientando as distribuidoras a cortar energia para equilibrar a oferta e a demanda do sistema.
Foto: André Lucas Almeida/Futura Press/Estadão Conteúdo

O consumo de energia nas regiões Sudeste e Centro-Oeste bateu recorde na segunda-feira (20) cerca de 20 minutos antes do apagão.
Segundo Erik Rego, picos de grande consumo de energia concentrados em um curto período de tempo provoca sobrecarga no sistema.
"Estamos com altíssimas temperaturas. Em São Paulo, desde 1999, não tínhamos um verão como este. Os picos de consumo estão ocorrendo depois do almoço, quando todo mundo liga o ar-condicionado depois do almoço", afirma o analista. "O sistema acaba não conseguindo gerar toda a energia demandada. E nesse tipo de situação, se o ONS não fizer nada, há o risco de todo o sistema cair em efeito dominó", explica.
Foto: Reprodução/EPTV

Fonte: G1/ ECONOMIA

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Caro leitor, seja educado em seu comentário. O Blog Opinião reserva-se o direito de não publicar comentários de conteúdo difamatório e ofensivo, como também os que contenham palavras de baixo calão. Solicitamos a gentileza de colocarem o nome e sobrenome mesmo quando escolherem a opção anônimo. Pedimos respeito pela opinião alheia, mesmo que não concordemos com tudo que se diz.
Agradecemos a sua participação!

NOSSOS LEITORES PELO MUNDO!