No ar brasileiro, em curso a política de descarte humano, segundo a avaliação de antigos companheiros de lida.
O Suplicy, depois de tantos anos de dedicação às práticas nem sempre convencionais do seu partido, divertindo a cumpanherada como pretenso cover de Bob Dilan, saiu do palco sem apresentar um projeto ou ação que marcasse a sua trajetória dos seus inócuos e vazios mandatos. Magoado, passou o último decadente ano arrastando suas correntes na esperança de ser recebido pela dilma. Não conseguiu. Descartado como inservível logrou ser reciclado em uma secretaria paulista pelo Haddad.
O Sarney, velho imperador do Maranhão, também saiu emanando mágoa pelo que considera ingratidão pelo não reconhecimento de sua importância como pilar de sustentação das gestões dilma/lula. Não foi reciclado nem o será, até porque não precisa. Tem força bastante para continuar como eminência parda e mosca de padaria nos assuntos do PMDB, seu partido. Considerando as vaidades e os ressentimentos que costumam presidir os comportamentos políticos por aqui, é certo que montará uma tocaia de vingança para enforcar a presidente e associados na primeira árvore que encontrar.
E agora tem a Graça Foster que, embora defendida por longo tempo em legítima defesa presidencial, será jogada ao mar junto com a restante diretoria da Petrobrás, sem chance de reciclagem. É claro que o seu afastamento era inevitável, ainda que tardio. O problema são as circunstâncias. As costas ser-lhe-ão viradas com um inevitável sepultamento funcional em algum buraco da empresa ou uma aposentadoria melancólica. Deixará uma herança-abacaxi pepinoso que poucos terão coragem de descascar. Aliás, a sua substituição será ainda mais complicada porque a dilma faz escolhas com base na famosa intuição feminina. Se não simpatizar com o cara, adeus, como é o caso do Meirelles, realmente competente e mais cotado pelo Barba, mas que não conta com a simpatia presidencial. Pode até emplacar, pela falta de coragem em outros candidatos, sondados ou convidados.
E, por último, já prenunciando o desmoronamento da turma dos 39, já se está promovendo a substituição na equipe de onde sai Marcelo Neri para o ingresso de Mangabeira Unger na Secretaria de Assuntos Estratégicos. Isso, um mês depois da posse.
Cada qual que se cuide e carregue a própria cadeira ali nas bandas do Planalto, onde não se praticam lealdades, e que para garantir a sustentação momentânea serão realizadas todas as mesquinharias em nome da “governança” que prefiro chamar de autopreservação.
Por: Luiz Saul Pereira


Nenhum comentário:
Postar um comentário
Caro leitor, seja educado em seu comentário. O Blog Opinião reserva-se o direito de não publicar comentários de conteúdo difamatório e ofensivo, como também os que contenham palavras de baixo calão. Solicitamos a gentileza de colocarem o nome e sobrenome mesmo quando escolherem a opção anônimo. Pedimos respeito pela opinião alheia, mesmo que não concordemos com tudo que se diz.
Agradecemos a sua participação!