Nesta República embananada algumas coisas mudam, outras, jamais.
Não muda, por exemplo, o toque de usual sorrelfa praticado pelos de sempre. Pois, a então senadora Gleisi Hoffmann – aquela mesma suspeita de beneficiar-se do petrolão e derrotada no Paraná –, em sua obstinação de agrado à dilma, contrabandeou uma emenda na medida provisória 658, de 2014, que, na prática, ressuscitava os conselhos populares de inspiração bolivariana, que houvera sido recusado pelo Congresso. Como a manobra foi percebida, o frenesi de submissão foi rejeitado.
Não muda, por exemplo, o toque de usual sorrelfa praticado pelos de sempre. Pois, a então senadora Gleisi Hoffmann – aquela mesma suspeita de beneficiar-se do petrolão e derrotada no Paraná –, em sua obstinação de agrado à dilma, contrabandeou uma emenda na medida provisória 658, de 2014, que, na prática, ressuscitava os conselhos populares de inspiração bolivariana, que houvera sido recusado pelo Congresso. Como a manobra foi percebida, o frenesi de submissão foi rejeitado.
Outra coisa que não muda é a pequeneza parlamentar. Enquanto o país está em chamas, em sede, em iminente escuridão, e em flerte progressivo com o descrédito, os senadores Renan e Aécio junto com os pares vassalos paralisam o Senado digladiando-se em uma batalha por cargos na Mesa da Casa em uma grosseira medição de forças. É como se não houvesse crise. Esse tipo de lavagem de roupa em tempos de escassez de água poderia restringir-se a ambiente interno, do compadrio conspiratório de sempre, sem a exposição de suas incompetências.
Não muda também o conceito do “eu não sabia” que certamente será doravante professado também pela Graça Foster, na esteira dos exemplos observados. E por igual não mudam as mentiras de governantes que, alheios à crise, insistem em dizer que moram no país posterior ao arco-íris. Como se mente por aqui em nome da “governança”!
Mas, há um sinal de mudança. Difícil, muito difícil, mas um sinal. Pois, o intrépido Eduardo Cunha, novo presidente da Câmara, vestindo-se de mocinho, garante que vai, digamos moralizar o sistema de presença dos deputados na Casa. A tradição mais arraigada dali – além da impunidade antes protegida pelo segredo do voto – é que os valorosos representantes costumam dar expediente apenas e tão somente entre as terças e quartas feira. Segunda feira é dia de chegar e quinta é dia de ir para as suas “bases”, com passagens e tudo o mais às custas do indefeso contribuinte. O presidente garante que as ausências nos dias de pauta serão classificadas como tal, mediante o desconto correspondente nas folhas de pagamento, sem o acolhimento dos costumeiros subterfúgios acobertados pelo partido de cada qual. Merece até aquela musiquinha do Missão Impossível, uma vez que combater a institucionalização do mau hábito constitui tarefa para um superagente.
Esse, parece o único sinal de mudança. Pago pra ver.

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