Neste novo aniversário ou em qualquer dos últimos tempos, Brasília
contempla a chama das discussões e das polêmicas que giram em torno da
sua imagem, tantas vezes alimentadas por um tipo de preconceito urdido
nas entranhas da ignorância de parte dos nacionais.
Diferentemente
de quando a capital do país se sediava no Rio de Janeiro, e as notícias
políticas eram diluídas no conjunto das atrações próprias dos cariocas,
Brasília transformou-se naturalmente no centro de convergência de um tipo de fascínio de informação que, se, por um lado, implica prestígio, por outro, impõe pesado ônus.
Com efeito, centro do poder costuma também ser identificada pelos
desinformados como berço das mazelas nacionais. Esse tipo de equívoco
extraído da miopia de uns e da má fé de outros (ou dos dois) apõe um véu
acobertamento na circunstância de que enorme parcela dos malfeitores
provém dos Estados da Federação, ainda que não se isente a contribuição
de alguns dos daqui. Tem-se a impressão de que acusar Brasília dos males
nacionais produz uma sensação de “inocência conveniente” a quem está
fora do Distrito Federal.
Isso abstraído, aos desavisados é oportuno
informar que Brasília é uma cidade quase como qualquer outra. Quase,
porque é projetada, razoavelmente organizada, pacífica, produtora e
produtiva. Seus habitantes, como todos os demais do país, sofrem os
efeitos das erronias políticas, laboram honestamente pela sobrevivência e
pela defesa da família, sacolejam no transporte público, e, por fim,
deleitam-se com o bônus que a cidade oferece.
No contraponto do
descrédito e da mancha negativa que a eventual pobreza de espírito
pretende impingir à Capital Federal existe o reconhecimento da outra
parte esclarecida do país, e a admissão internacional da cidade como
patrimônio da humanidade.
Quem é daqui, e quem não é, mas se sente, temos mesmo é que nos orgulhar.
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