Sentindo-se inteligente e culta, a Dilma, em entrevista ao jornal La
Jornada, do México, incursionou pelos meandros da história daquele país,
em um ensaio da visita que fará à
capital mexicana. Antes, porém, como a antecipar respostas a possíveis
perguntas a respeito da eventualidade de uma ação de impeachment contra
si, afirmou pomposa e com acerto, que não há base real para esse tipo de
iniciativa. De fato, não há, pelo menos até aqui.
Mas, o que chamou mesmo a atenção foi a sua explanação cem por cento equivocada sobre a sociologia, a antropologia e até a geografia do México.
A confusão que a madame presidente faz sobre esses assuntos e também sobre a mistura das civilizações asteca, tolteca e maia corresponde a alguém afirmar que a Revolução Farroupilha aconteceu na Paraíba e que a Guerra dos Canudos foi um movimento guerrilheiro de Santa Catarina. É como se eu afirmasse que a Baia de Todos os Santos está situada na Lagoa dos Patos. Ela não acertou uma, e o jornalista deve ter-se rasgado internamente de gargalhar espantado.
Como eu sei que a sua equipe predecessora de viagem é competente, prefiro entender que ela não leu o release a respeito do país a ser visitado, ou, como eu disse, sentiu-se suficiente culta para esbanjar aqueles “conhecimentos”, justamente para um meio de comunicação que infelizmente não é de humor.
Apenas para que, se ela tiver tempo de reler, será importante que saiba que a Baia de Yukatan, fica no México mesmo; que o povo inca nunca aparentemente esteve por ali, porque habitou a cordilheira andina aqui, pela América do Sul; que a seleção mexicana nunca jogou de azul (as cores mexicanas são verde, vermelha e branca). Pois foi tudo isso que ela disse, dentre outras coisas.
Para completar a informação seria importante que soubesse que o México é terra dos Mariachis, de Emiliano Zapata, de Antônio Zeta, de Arturo de Córdoba, e até de Cantinflas, o Carlos Moreno. Seria importante que durante a estada não visitasse Acapulco, que de balneário internacional, transformou-se na residência dos mafiosos nacionais; nem fosse à Ciudad Juarez, onde se mata qualquer desconhecido, igualzinho a quem entra por engano em uma favela carioca.
Quando eu penso que essa figuraça leva consigo a representatividade do povo e da cultura brasileira, fico com aquela inútil vontade de mandar uma inútil mensagem cassando a cota de representatividade que me cabe.
Mas, aí eu canto: “en el pueblo de conejos numa calle muy quieta, viene triste e derrotado el valiente Antonio Zeta... La cucaracha, la cucaracha ya no puede mas andar porque no tiene por que le falta un cigarro que fumar.”
Arriba!
Muito bom!!
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