Sem fronteiras, a guerrilha segue fazendo vítimas e tremores em todos os lados.
“Protegida” por líderes do tipo Sibá e José Guimarães, ambos petistas sem históricos, a dilma sofreu mais uma derrota no plenário da Câmara, durante a votação de uma das vertentes do Ajuste Fiscal, especialmente no que respeita à flexibilização do fator previdenciário. Pouco importa se em segundo momento o assunto será revertido, ou vetado em decisão temerária. Importa mesmo o reflexo da falência do prestígio do governo no seio da sua base que chama de aliada.
Vidraça, o PT abandonara a luta contra o fator previdenciário, que antes fora bandeira de proteção ao trabalhador. Até então usava o conceito de Jarbas Passarinho do tipo “às favas todos os escrúpulos de consciência”. Resultou que a Câmara desvestiu a máscara da ambiguidade.
Mas, nem só de Câmara vive a guerrilha. Paira no ar agora a delação premiada do dono da UTC. Possível pássaro de canora estridência, o ex-empresário Ricardo Pessoa é tido como uma das maiores fontes de conhecimento da promiscuidade que envolveu as suas e outras empresas com a Petrobrás e subsidiárias, com o Palácio e arredores, aí incluído o Cavalheiro de Caeté, acaso o delator fale efetiva e completamente o que sabe e viveu.
Na rabeira dos combates que não escolhem vítimas, pasmem que os investigadores solicitaram ao STF a quebra dos sigilos bancários, dentre outros, do Renan Calheiros e do Fernando Collor, senadores, respectivamente o imperador e o grande pensador das Alagoas (“o tempo é o senhor da razão”). Sendo um assunto tão sensível e com envolvimentos tão importantes, não se pediriam essas quebras sem uma base de convicção definitiva, pois não? Significa que doravante o Collor abandonará a pendenga com a Veja para focar nos investigadores e no Janot. O mandato e as causas do seu Estado que se danem.
Com tantos acontecimentos alimentando os índices de infelicidades acho que posso sugerir aos brasileiros abandonarem as novelas e aderirem ao noticiário político que é muito mais emocionante e tem sempre um episódio novo, com possibilidades de os bandidos irem mesmo para a cadeia. Larguem o plim plim e vejam a guerrilha nos jornais.
Viram a frase do Fernando Henrique, lá em Nova York? “O Brasil precisa se regenerar.”
Por: Luiz Saul Pereira
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