A
aventura poderia ser chamada de “A Volta dos que não foram”.
Dizem até que deram sorte porque a última aeronave brasileira que
cruzou aquele espaço transportando drogas foi abatida.
Para
contrapor o desembarque e o que considerou tentativa de ingerência
estrangeira nos assuntos internos, o Maduro, herdeiro da ditadura do
Chavez, aparelhou a hostilidade nacional através de um grupelho
determinado a frustrar a visita a prisioneiros pelos políticos
daqui. Com isso, desrespeitou as mais comezinhas normas preconizadas
pelas bíblias do Mercosul e da OEA. Pro seu azar, a repercussão
internacional da intolerância e da violência orientada terminou por
transformar em grande êxito o fracasso da “visita”.
Nada
é novidade por ali, uma vez que com o Chavez vivo, era comum o
Brasil ser tratado pela Venezuela com deboche, engodo e tapinha nas
costas do Lula. Apesar de sua significância apenas no concerto da
América do Sul, aquele país logrou ingressar “na marra” no
Mercosul, abandonar o acordo da Abreu e Lima, apoiar as FARC,
contrabandear dinheiros suspeitos para a Argentina, subornar Cuba com
o dinheiro da PDVSA, assim como distribuir divisas para outras
ditaduras. Agora que faliu, se sustenta em medidas de força para
garantir o Maduro, ainda que ao povo faltem pão, brioche e papel
higiênico. Tudo isso, com o apoio e a leniência do aliado
brasileiro, antes, durante e agora.
Consta,
aliás, que o embaixador do Brasil em Caracas foi orientado para se
manter afastado do grupo de senadores para não criar constrangimento
diplomático. Daí que os recebeu protocolarmente no aeroporto, e se
mandou, deixando-os à deriva e ao sabor dos “manifestantes”.
No
contraponto da descortesia, a dilma recebeu o Maduro com sorrisos e
acepipes. Tem também aquele episódio de tolerância da madama
recebendo os episódios do Lula recebendo o presidente da assembleia
da Venezuela, Diosdado Cabello, apontado e investigado pelo FBI como
o chefe do tráfico internacional de lá. Isso, sem contar o flagra
do Elias Jaua, vice presidente do Desenvolvimento do Socialismo
Social daquele país, armado, e fazendo doutrinação política em
Guararema (SP), junto com o MST. Isso é a Venezuela de antes, e
agora muito piorada com a ausência do fanfarrão, mas carismático
Hugo Chavez.
Falar
da Venezuela como uma república suicida de dirigentes bandidos não
é suficiente para elevar os senadores “invasores” à condição
de heróis internacionais, dom quixotes, ou coisas do tipo. Isso
porque não passa despercebido também que por trás da ação
pretensamente humanitária de visitar os presos, houve a tentativa de
protagonismo holofótico, especialmente no sentido de expor a
fraqueza e o desgoverno da dilma também nas relações
internacionais, o que nem era necessário. A mulher já é um farrapo
político.
Agora,
no retorno da “intrépida” incursão, a “missão” renovará a
lenha do fogo da oposição para fustigar a comandanta até o fim do
mandato. Espera-se que os senadores vão também ao Iraque, à Síria
e a Faixa de Gaza, porque Venezuela é pouco.
Por: Luiz Saul Pereira
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