terça-feira, 28 de julho de 2015

COPAS E OLIMPÍADAS, DEVAGAR COM ANDOR QUE O SANTO É DE BARRO - POR LUIZ SAUL

Na terra do ufanismo barato, o Brasil e especialmente o Rio de Janeiro, preparando-se para sediarem as próximas Olimpíadas, estão comemorando o terceiro lugar na conquista de medalhas no Pan de Toronto.

Para quem embarcar nesse tipo de comemoração deve ser alertado de que a competição se refere à segunda divisão dos jogos olímpicos. Não se deve, é claro, deslustrar a conquista dos atletas, mas também não haverá motivos para considerar que os resultados serão repetidos em 2016, até porque algumas das modalidades laureadas para construir o terceiro posto não estarão nas Olimpíadas, como é o caso da karatê. 

Campeão de providências de última hora, o Brasil não cultiva o hábito de apoio de longo prazo esse tipo de atividade, e também não estimula as práticas esportivas na jornada escolar como fazem os países multicampeões. Assim, por acreditar no improviso e naquela bobagem de que Deus é brasileiro, deixa a coisa rolar e, nos momentos de fracassos, encontram um bode expiatório para carregar as frustrações. 

Mas, bem pior que isso é o custo financeiro desse megaempreendimento herdado pelo patrocínio do também megaego do Lula, quando, por vias tortuosas “conquistou” o direito de sediar a Copa das Copas e as Olimpíadas no Brasil.

Naquela época, já se antevia a crise que ora nos abate. Mas, era importante criar esses factoides com um olhar nas urnas futuras. Resulta que, da Copa, o maior legado foi o 7 a 1. Na sua esteira, dentre outros escândalos, os estádios elefantes brancos a custos miliardários, os quais, em um país sério produziriam sentenças pesadas. Já dos Jogos Olímpicos, o legado será apurado. Todavia, que não se tenha ilusões sociais ou de conquista de medalhas na competição de primeira divisão.

Na preparação da Copa do Mundo alardeava-se que os custos seriam sustentados pela iniciativa privada, que nunca se confirmou. Agora, a estória está se repetindo para os Jogos.

Estamos ainda muito longe de um tipo da maturidade de alguns povos na escolha de suas prioridades, e que, a bem da verdade, foi esboçada pelo ditador João Figueiredo quando João Havelange ofereceu a copa do mundo no Brasil, e obteve a seguinte resposta:
“Você conhece uma favela do Rio de Janeiro? Você já viu a seca do nordeste? E você acha que eu vou gastar dinheiro com estádio de futebol?”. E, depois disso mandou o Havelange enfiar a copa aonde bem entendesse. Não é mito, é fato.

Em respeito aos atletas a comemoração doméstica é justificada, até porque alguns deles se destacarão também na primeira divisão. Mas, devagar com o andor que o santo é de barro.

 Por: Luiz Saul Pereira


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