Cada vez falamos sobre as bravatas do Lula havemos de compreender o seu
descompromisso histórico com as coisas da cultura e do conhecimento.
Afinal, na pessoa desse político se contradizem uma reconhecida
inteligência e um semianalfabetismo que funciona como um autorizador de
falar bobagem. Mas, quando o “mestre” compara a veiculação das notícias
da arrastada crise brasileira às perseguições nazistas aos judeus parece
haver perdido o controle do desvario.
Atribuir à imprensa ou à perversidade daszelites aquilo que enxerga como um ódio infundido na sociedade para agredir, como diz, a “mulher de caráter mais forte do país”, não pode combinar com a atuação de governos que em 12 ou 13, mesmo tendo promovido benefícios sociais, foram aprofundando o país em desequilíbrio absolutamente desproporcional. Houvesse um mínimo de autocrítica e reconhecimento de falhas, provavelmente teriam essa sociedade capacho por tradição a seu lado com uma palavra de compreensão.
Dizendo-se de “saco cheio” – expressão que traduz o nível –, o ex-presidente não consegue compreender que o medo instaurado nas camadas da pirâmide decorre da frustração das classes que chegaram a imaginar um horizonte de sucesso, mas que neste momento regridem em direção ao desemprego e a angustiante linha da pobreza alimentada por uma corrida inflacionária, dentre outros temores.
Pois é isso que a imprensa, aszelites e muitas outras camadas da sociedade percebem. Ainda que se identifique uma profunda reprovação à generalidade dos políticos brasileiros, não há uma campanha individualizada contra a dilma, por ser mulher, e em quem se reconhece até aqui um tipo de integridade pessoal. O que ocorre, de fato, é a percepção do seu desleixo, da incompetência e sobretudo do seu despreparo para o exercício de tão elevadas funções, aí também compreendida a incompetência dos auxiliares.
Não tem nada a ver com os romanos, com os nazistas, com os fascistas, ou com qualquer tipo de perseguidor do passado, do presente e talvez do futuro.
O “saco cheio” do Lula apenas renivela os argumentos rasteiros dos tempos do sindicalismo de um operário oportunista que manobrou a aposentadoria. Não engrandece nem enaltece um ex-presidente da república que se vangloriando do pouco estudo, abaixa o nível da retórica e cria miragens persecutórias.
É preciso recolher o biombo.
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