quarta-feira, 30 de setembro de 2015

O PAROXISMO DA CHANTAGEM ENTRE OS GRUPOS DOMINANTES NA POLÍTICA BRASILEIRA - POR LUIZ SAUL




Postados frente a frente, nenhum dos grupos arrisca o primeiro passo, que a mútua desconfiança não permite.
Escaldado pelas costumeiras traições ou recuos, um grupo anuncia que só vota o veto depois da reforma ministerial; do outro lado, a outra turma garante que só faz a reforma depois do voto. O impasse pode também ser chamado de o paroxismo da chantagem. 

É que, semanas atrás, a dilma prometeu aos deputados a distribuição de ministérios em troca da aprovação dos vetos. Tolos, aprovaram. Pérfida, traiu. Daí que as fases seguintes das votações transitam pelas exigências de garantias de procedimentos que estão postas nas mesas com a expor a desqualificação de ambos os negociadores. 

Nos dias de hoje é extremamente constrangedor constatar que “nunca na história desse país” os agentes públicos de todos os matizes e partidos apequenaram-se tanto com reflexos tão perniciosos à sociedade, e, em particular, às famílias menos assistidas. O clima de terror está cada vez mais consolidado e perceptível nas filas de ônibus e de emprego, nas padarias e feiras livres, no campo e na cidade.

O país está desmontado. Estruturalmente, politicamente, economicamente, moralmente.
Enquanto isso, indignos homens e mulheres, muitos dos quais a caminho do banco dos réus, seguem no lufa-lufa por espaço, cargos, verbas e prestígio pessoal, como se a Justiça não lhes pudesse alcançar, e, como se lá fora não crescesse a aflição. 

Em plena ditadura da imoralidade, não bastando a inflação, o Brasil desassiste ainda mais os seus filhos quando põe em suas frágeis costas cortes de despesas com bens de sobrevida e da higidez da saúde.

Basta notar a indulgência irresponsável pelo novo aumento dos combustíveis – ainda que o preço do barril de petróleo continue despencando – para impor aos brasileiros a recuperação da Petrobrás, e só por isso. Insensível à situação de penúria da saúde nacional, decidiu o Brasil fechar as prateleiras das farmácias para a cessão de medicamentos para tratamentos de alta complexidade que ainda ofereciam alguma expectativa de sobrevida aos menos assistidos.

No afã da preservação do poder, o Brasil de hoje cultiva o hábito deletério de promover a descontinuidade administrativa em qualquer dos seus órgãos, cujos titulares convivem com a insegurança da cadeira, como, aliás, se demonstra na iminente troca do Ministro da Saúde, feita por telefone – como já fizera o Lula, na Educação – exclusivamente para atender conveniência de relacionamento político com os chamados aliados. 

No momento, fica claro que somente uma coisa importa: a salvação do mandato, ainda que submetendo a mandatária à condição de refém inexpressiva dos chamados aliados.

Em certa ocasião, a presidente do Brasil, Sra. Dilma Rousseff, afirmou que se pode “fazer o diabo quando é hora de eleição”.
Agora, transcendendo, está fazendo o mesmo para presidir.
Se necessário, vende a mãe. E ainda entrega.


Por: Luiz Saul Pereira

Um comentário:

  1. PONHE DIFÍCIL NISSO.DILMA GANHA A ELEIÇÃO E O PMDB É....,

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