quarta-feira, 23 de setembro de 2015

TEM SEMPRE UM PARTIDO NOVO... NÃO LEVO FÉ. - POR LUIZ SAUL



A época é adequada para se falar de política e de políticos, especialmente considerando a situação do país e a proximidades das eleições municipais.
 
Sobre partidos, tem-se agora a homologação da legenda chamada Partido Novo, cujo site afirma no item Quem Somos que “O NOVO é um movimento que foi iniciado por cidadãos insatisfeitos com o montante de impostos pagos e a qualidade dos serviços públicos recebidos. Este grupo de pessoas nunca havia se candidatado a nenhum cargo eletivo, mas concluiu que um partido político seria a ferramenta democrática adequada para realizar as mudanças desejadas e necessárias.”
 
Isso me lembra as esperanças que, na sua criação, o Partido dos Trabalhadores incutiu na cabeça de muitos brasileiros sobre uma mudança de comportamentos e procedimentos baseados na junção de um caldeirão político-cultural envolvendo desde operários até intelectuais para a prática de um socialismo diferenciado da ideologia tradicional. Naquele momento, o PT, longe de parecer uma reunião desarrazoada de tendências, inovava com uma proposição liberal de incluir e misturar o pensamento intelectual de fundo marxista, mas sem preconceito em relação a vieses ideológicos gestados na espontaneidade desorganizada dos chãos de fábricas e das teorias sindicalistas importadas, sem perder de vista o adequado e proveitoso convívio com a burguesia e naturalmente com o capitalismo.
 
O tempo e os homens se encarregaram das distorções da ideologia e da introdução dos malfeitos adrede organizados para a tomada e manutenção do poder, mediante as práticas mais nocivas e criminosas, as quais apesar da consecução do intento, terminou por afastar razoável parcela honesta da sigla, promovendo enorme desilusão em quem acreditou. Conheço alguns bons homens que não resistiram ao desmonte da ideologia e da ética preconizadas. E deu no que está dando.
 
É com essa desconfiança que percebo a chegada do Partido Novo.
Aí vem a iminência da homologação, pelo TSE, da Rede Sustentabilidade, da Marina Silva, uma mulher trapalhona e atrapalhada que vem emergindo e submergindo com a mesma facilidade, tendo deixado uma enorme sensação de oportunismo e de porto de salvação nos conchavos e na coalizão do último pleito, e que, especialmente após o desaparecimento do Eduardo Campos, exibiu toda a insegurança, assim como a fragilidade física e argumentativa para a sustentação da campanha. Talvez por isso, e também pelas decisões erradas e de descortino duvidoso perdeu alguns membros proeminentes de suas fileiras antes mesmo do funcionamento regular da Rede. 
Não levo fé.
 
Depois disso, vem a sopa de letrinhas compõem os restantes 30 partidos que já se podem ser chamados de tradicionais – ainda que inexpressivos e desacreditados – para a divisão do Fundo Partidário que a dilma foi orientada a inflacionar a débito do contribuinte, quando os conselheiros perceberam o fim ou, pelo menos a interrupção da polipropina. 
 
Que eu me lembre, têm PSDB, PMDB, PROS, DEM, PDT, PTB, PSB, PCdoB, PTC, PSB, PMN, PRP, PPS, PV, PTdoB, PP, PSTU, PCB, PRTB, PHS, PSDS, PTC, PTN, PRL, PSB, PSOL, PR, PSL, PPL, PEN, SD... ufa! Esqueci algum? Ah! Sim, o moribundo...
 
Alguém pode imaginar que esse universo de siglas partidárias compõe um conjunto de lideranças em condições de conduzir o país. Ledo engano! Em maior ou menor escala (especialmente em maior, muito maior) constituem apenas um enganoso e inexpressivo guarda chuva no qual se penduram muitos elementos de porões para a usurpação de verbas, como no caso do Fundo Partidário retirado das nossas contribuições com o patrocínio do Planalto. Assim é que se formam as bancadas da bala, da bola, dos evangélicos, dos católicos, dos ateus, dos marcianos, dos uranianos, das contravenções, faltando apenas a bancada dos brasileiros.
 
Então, não dá apara acreditar.
Eu sei que esse problema não é só do Brasil, mas é aqui que eu moro.



Por: Luiz Saul Pereira

3 comentários:

  1. Que esculhambação, um país com 39 partidos registrados.Cadê a reforma política?

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  2. O partido forte e que manda mesmo é o PMDB, vai receber ministérios em troca de apoio. A presidente Dilma Rousseff prometeu entregar cinco, entre eles a Saúde, para garantir o apoio da sigla.

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  3. Leonardo Siqueira Campos24 de setembro de 2015 às 07:44

    Em reunião que durou mais de 7 horas, o ex-presidente Lula aconselhou ontem a presidente Dilma Rousseff a atender todos os pedidos do PMDB, mesmo que para isso tenha que desidratar o PT e rifar correligionários na reforma ministerial."É melhor perder ministérios do que a Presidência da República", disse Lula, na conversa no Palácio do Planalto.

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