quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

DIANTE DA CORTINA DE FUMAÇA, INDAGAMOS, O QUE VEM DEPOIS DO FIM? - POR LUIZ SAUL


Por conveniência e embromação, os mexeriqueiros profissionais de cada lado aplicam os mesmos argumentos para acusar, defender, justificar ou explicar quaisquer movimentos dos seus favorecidos, ainda que os escrúpulos morram de vergonha.


A todos os lados tem sido comum argumentar que a divulgação de informações tem sido seletiva com a intenção de prejudicar os respectivos clientes. Em certo aspecto até pode fazer sentido quando se percebe a polarização das notícias negativas ora em Eduardo Cunha, ora no Sistema da Dilma.


As cortinas de fumaça objetivam desinformar ou contrainformar a opinião pública de forma tal que os perfis dos anjos decaídos sejam reconstruídos e que os comentários pareçam encerrar apenas intriga da oposição ou destempero da imprensa sensacionalista. 

Paradoxalmente, permanecem no “anonimato” figuras do alto escalão e de baixo calão como Renan, Humberto, Jáder e outros tantos que foram agendados na Lista do Janet ainda no início do ano, mas que, coincidentemente ou não, figuram como aliados do Planalto.

O ponto fora da curva dos enredos reside na postura ignominiosa do presidente do PT, Rui Falcão, que, migrando a tradição do comportamento corporativista, não apenas abandonou o filiado Delcídio, como ainda insiste em recusar qualquer relação com o ex-líder, além de advogar uma desfiliação sem honra. 

Mesmo que o senador mereça – e merece! – esse tipo de desprezo, chama à atenção a mudança do procedimento cínico do presidente petista, que, com outros filiados delinquentes mostrou toda a indignação ante as prisões e condenações. 

Diferentemente da Casa da Mãe Joana onde tudo é escondido, incentivado e perdoado, a iniciativa privada age rápido para preservar o nome e a marca. No caso do Banco Pactual do então todo poderoso André Esteves, a instituição o substituiu incontinenti, devendo ainda comprar a sua participação acionária para o descolamento definitivo da imagem que agora é deletéria. A Bovespa também o retirou do Conselho de Administração para se preservar. 
Acaso fosse assim com o Governo, provavelmente não estaríamos onde estamos. Isso, no entanto, se afigura difícil quando se percebe a magnitude dos envolvimentos nas irregularidades. A eventualidade de uma limpeza no Planalto com base no princípio da inocência e da isenção provavelmente deixá-lo-ia acéfalo.

A coisa continua afunilando e os acontecimentos têm-se transformado em clarins do alvorecer do fim. Mas, estamos tão mal de valores pessoais e confiáveis que precisamos indagar o que vem depois do fim.




Por: Luiz Saul Pereira
        Jornalista - Brasilia/DF

4 comentários:

  1. Lucilo Correia Araújo3 de dezembro de 2015 às 18:59

    Só pode ser uma "TEMER-IDADE"...

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  2. Cunha empurra tudo com a barriga. Aliados no Conselho de Ética da Câmara conseguiram adiar votação de abertura do processo de cassação. Enquanto isso, a insegurança fiscal amedronta.

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  3. Enquanto isso o PIB cai e a crise avança. Esse Pais travou de vez, virou uma zona.

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  4. Maria Helena Magalhães3 de dezembro de 2015 às 19:13

    Mesmo isolado, o outro bandido Delcídio nega-se a fazer delação premiada, a princípio, mas vai chegar sua vez.

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