segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

NA POLÍTICA: " 2015 FOI UM ANO QUE NÃO COMEÇOU, NEM TERMINOU"... POR LUIZ SAUL


Em primitiva filosofia de uma erudição tosca, o Super Renan presidiu a última sessão do ano no Senado Federal, encerrando-a com a frase sombria e capilar em que 2015 foi o ano que não começou nem terminou. Com isso, podemos juntar o conceito de que 2014 foi também o ano que não terminou. Assim, dois anos perdidos, e contando!

Sem a conclusão do deslustrado 2015, não haverá férias nem recreio. Com tantos candidatos ao calabouço e tantas de necessidades de consertos de telhados morais, a tarefa imediata consistirá em aperfeiçoar as maldades antigas para convencionar as novas, na missão de recuperar e/ou de conquistar novos espaços.

Todos pressentem que, no vácuo do poder de um governo fragilizado pela inaptidão, e em um país desestabilizado pelo desencontro da economia e pela ação da delinquência política os espaços estarão ainda mais disponíveis para as oportunidades e para os oportunistas. Não é sem motivo que, no seio da base governista, muitos dos amoitados de agora encontram-se em estágio probatório para ingressar na cena. 

Pena que, para a desventura nacional, o mercado de liderança encontre-se na maior seca da sua história, independentemente da tendência ideológica. Basta notar a frustração imposta pelas tentativas profundamente fracassadas do Aécio Neves e da Marina Silva de se apresentarem como renovação de liderança. Duas imposturas da pior qualidade.

Dessa forma, antes que se extingam, ou, pelo menos se esfacelem o PT e o PMDB pela ação da Lava Jato (o que é uma probabilidade genuína), todos tentarão, além da garantia de posições estratégicas, construir uma cerca de proteção própria, de herdeiros, ou mesmo de compinchas, no caso destes para prevenir delações futuras e outras traições. 

Nesse quadro de inutilidade garantida, a intelligentsia da avidez estará a serviço de aumentar o prêmio de resgate das reféns, no caso, a dilma e a República. Aliás, pondo as circunstâncias em perspectiva, imagine a distinta plateia como poderão ser o Natal, o tal Ano Bom e o mês de janeiro de alguns dos protagonistas da Pátria Destruída. 

Nas profundezas desse balaio de desqualificação tem um pouco de tudo, a começar pela quebra dos sigilos do Renan, pela Suprema Corte, mas, que, em meio aos próprios suores, as ações do senador deixam a descoberto o agora adversário, Michel Temer, sob a acusação da prática de pedaladas e de recebimento de propina.

Igualmente tem o Eduardo Cunha tentando manter a flegma, mas com o medo corroendo as suas entranhas ante a possibilidade da prisão de seus familiares, os quais aparecem como cúmplices nas operações de contas correntes secretas no Exterior. Afora isso, sabe que está na iminência da perda do foro privilegiado. 

Ademais, têm aqueles inscritos nos anais restritivos do STF, sem saberem da extensão de suas prisões preventivas, nem também dos prazos das inevitáveis condenações.

E ainda tem a dilma, num misto de presidente e chefe recentemente assumida da economia e do planejamento, sabendo que a introdução de uma política contrária à orientação do Joaquim Levy levará o Brasil ao aprofundamento da crise no médio prazo. 

Cega pelos maus conselhos e pela arrogância de um diploma imprestável de Ciências Econômicas, pensa tola e enganosamente dominar a matéria, mas não sabe nada. Somente essa incapacidade de percepção do que lhe cerca permitirá um ilusório Feliz Natal. Mas, o tempo a executará em praça pública.

E, por fim, tem o Lula. Esse grisalho alterocopista haverá de confrontar-se com o seu passado e presente diante do Juiz Sérgio Moro.

 


Por Luiz Saul Pereira
       Brasília - DF

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