segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

NÃO PRECISO DO FREUD PARA EXPLICAR O LULA. SÓ UM JUIZ. POR LUIZ SAUL

O hábito de tirar o corpo fora das suspeitas que rondam os seus comportamentos robustecem cada vez mais a incrível e irresistível capacidade do Lula de praticar a miudeza moral. Até já se tornou folclórica a tese sempre renovada do “eu não sabia” quando o seu nome é ligado a eventos potencialmente comprometedores da sua imagem. Em momentos históricos dos seus mandatos e mesmo nos dias de hoje não resiste a atribuir responsabilidades de atos de sua autoria ou inspiração a terceiros, na pretensão de vestir um rei que se encontra nu.

Foi assim na época da produção dos dossiês para demonizar seus adversários que, se sentindo a descoberto, preferiu jogar os companheiros ao mar, classificando-os como “aloprados”, um termo quase comum que afinal se transformou em uma tatuagem extremamente negativa e marcadora da inconfiabilidade em correligionários até então da sua intimidade. 

Ainda recentemente, instado a falar sobre os presos pelos crimes apurados no mensalão (Dirceu, Genoíno, João Paulo, Delúbio, etc.), afirmou com todas as letras que não se tratavam de pessoas da sua confiança, em uma entrevista concedida em Portugal. Essa minimização do peso desses seguidores revela a mesquinhez e a sua enorme capacidade trair, especialmente em relação ao José Dirceu, o qual exercia influência extrema sobre as decisões do governo de então, a ponto de ser apontado como uma espécie de primeiro ministro, e também como o primeiro de uma eventual linha de sucessão. 

Não há de passar despercebida a tendência sistemática do ex-presidente de atribuir a terceiros as responsabilidades eventualmente suas. Mesmo no caso da dilma, já andou ensaiando acusa-la pelo desastre nacional do momento, além de falar de Medidas Provisórias tidas como vendidas como sendo da autoria da mesma. Ninguém escapa da maldade. 

Na linha de trocar figurinhas com o diabo, esse inveterado alterocopista, depois de convocado pela Polícia Federal, para, na condição de testemunha, falar a respeito de nuances da Operação Lava Jato, traiu mais uma vez, ao informar que as nomeações para as diretorias da Petrobrás eram realizadas mediante a apresentação dos nomes dos candidatos pelos seus ministros, especialmente o José Dirceu. Para aceitar esse tipo de tese, haveríamos de concluir que, ou ele era uma marionete nas mãos dos seus colaboradores, ou não dava qualquer importância à administração da maior e mais rentável empresa do país. Tratando-se de um homem reconhecidamente inteligente, ainda que direcionando essa virtude para a desqualificação do Sistema, não parece razoável oferecer crédito para informações tão risíveis. 

Talvez para minimizar o cinismo e também justificar a acomodação do hóspede em instalações oficiais, foi forçado a reconhecer que tinha alguma relação de amizade José Carlos Bumlai, seu contumaz anfitrião nas bandas do Pantanal, mas que agora se transformou em um delator capaz de sensibilizar a tranquilidade dos Lula da Silva. 

Mas, retomou, no depoimento, a cantilena de que a imprensa sensacionalista, os adversários, e mesmo parte de órgãos institucionais agem para criminalizar o PT, como se isso fosse necessário, e como se não reconhecesse que a parte podre da legenda foi quem provavelmente iniciou o processo que se espraiou entre outros aliados do crime, para a formação de uma quadrilha multidisciplinar.

Finalmente, pretendeu convencer os investigadores de que não tinha conhecimento dos fatos revelados na Operação Lava Jato, ao velho estilo “eu não sabia”, e que não acredita que os partidos da base aliada tenham obtido vantagens indevidas em contratos da estatal. Então tá então, né? Mas, me engana que eu gosto.

É possível que seja fiel apenas a si mesmo, e provavelmente aos filhos, já que não o é em relação a D. Marisa, sua mulher.
Eu não preciso do Freud para explicar o Lula. Só de um juiz.




Por: Luiz Saul Pereira
        Brasília- DF

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