quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

NO DIA QUE SE UNIREM (PMDB), O MUNDO ACABA ... POR LUIZ SAUL



Esse pessoal do PMDB não se emenda mesmo... No dia em que o partido se unir, estaremos diante do fim do mundo. 


O entrevero inaugurado entre o Michel Temer e o Renan Calheiros retrata a tradição da inquietude partidária, e calha com o desmonte do devaneio do senador como protetor e aliado mor da dilma no senado, especialmente na eventualidade do prosseguimento do processo do impeachment da comandanta.

Acontece que, depois do surpreendente e até inesperado voto do Ministro Facchin, no STF, demolindo a tese em que os seguidores do Palácio arguiram irregularidades regimentais na eleição da chapa alternativa e na votação secreta que se deu na Comissão Especial, ruiu também o status de primeiro escudeiro que o Renan vinha ostentando como boia de salvação da madama. 

Com efeito, tudo sugeria que na arrogância da presidência da Casa, o alagoano planejava receber a eventual proposta da Câmara, e nela ficar olimpicamente sentado ou até a indeferir liminarmente para encerrar o caso, e transformar-se no herói secular do PT e da presidente, com direito a estátua e tudo o mais. 

Vai que, atendo-se sóbria e sabiamente à letra fria da Lei n° 1079, de 1950, e à Constituição, o alentado voto do Ministro implodiu os delírios dos sectários, de sorte a confirmar os acertos rituais da Câmara, os quais, com poucos ajustes de atualização, remeteu a liturgia dos procedimentos aos anos 90, com a qual o Congresso movido a populacho defenestrou o Fernando Collor, o Breve. 

No que era importante e principal, o relator Facchin, livrando também a Corte do abacaxi posto em seu colo, encaminhou o acolhimento da escolha da chapa eleita, assim como a votação secreta como proteção do eleitor, e principalmente que o senado, acaso recebendo uma proposta de admissibilidade do afastamento da sapiens, obriga-se a processar o julgamento. O resto da ação era composto de penduricalhos de importância apenas relativa. É razoável pensar que os demais ministros seguirão o voto do relator.

Vai daí que, desvestido do manto de cavaleiro da esperança presidencial, o Renan ficou com a brocha na mão, obrigando-se à tentativa de recuperação de outro espaço, até porque tudo indica que a Polícia Federal e o Ministério Público estão cada vez mais perto do seu conforto. Na verdade, ao que parece, o senador deixou de ser incluído na leva de buscas e apreensões desta semana porque o Janot não estava inspirado na construção da proposta.

Frustrado, mas belicoso, preferiu investir contra as posturas do presidente do partido quando esteve investido nas Relações Institucionais, recebendo pronta resposta em que sintomaticamente o Temer confirmou a recusa às manobras dos aliados do Planalto (Picciani e o próprio Renan), além de rechaçar os comportamentos coronelistas ainda remanescentes e renitentes em algumas pessoas, especialmente do Nordeste, de onde provenho.

E é assim que caminham as relações peemedebistas em que, na falta de um adversário externos, brincam os seus filiados de praticarem o fratricídio político, ainda que como forma de treinamento para outras guerras vindouras.

Talvez essa união desunida e belicosa possa até produzir alguma proteção ao país. No dia em que se unirem, realmente o mundo acabará.




Por: Luiz Saul Pereira
        BRASILIA - DF

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