quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

CARTA À REDAÇÃO - FAMÍLIA SIQUEIRA CAMPOS - POR MARCOS PEREIRA PINHO


Prezado Senhor
Bom dia!
 
Após ver matéria na Globo ontem, procurei na internet notícias de Triunfo, encontrei o seu blog e estou tomando a liberdade de contatá-lo através desta mensagem. Pretendo muito em breve retornar a esta lindeza de lugar.
 
Meu nome é Marcos Pereira Pinho, moro em Recife, e sou bisneto de Manuel Siqueira Campos, o Coronel Dudú, que foi ilustre morador de Triunfo. Neste momento estou tentando elaborar a árvore genealógica de minha família e este é o motivo de meu contato, pois talvez, com seu conhecimento dos moradores, você possa me ajudar (permita-me chama-lo de você). Minha avó Natércia de Siqueira Campos (Pinho) nasceu em Triunfo e se casou com Fausto Alves de Pinho. Um de seus filhos, Murilo de Siqueira Campos Pinho, meu pai (morreu em 2003), por toda a vida falava que tinha parentesco com Antônio Siqueira Campos (do episódio do Forte de Copacabana). Tenho também bastante curiosidade de saber a ligação entre este famoso Siqueira Campos e o meu bisavô.
 
Não tenho muito conhecimento sobre elaboração de árvore genealógica, mas estou fazendo do meu jeito, de forma que me faça entender. Estou anexando o lado “Siqueira Campos” (lembro que está em elaboração). Caso tenha interesse posso lhe enviar o restante.
 
Agradeço antecipadamente por um retorno a esta mensagem. Se for o caso, posso dar um pulo por aí.
 
Atenciosamente
Marcos Pereira Pinho
Fone: (81) 3040-1978
Celular: (81) 9.9971-0767



17 comentários:

  1. Manuel Siqueira Campos e Carolino Siqueira Campos vieram de Itaporanga-PB para Triunfo talvez no ano 1890, eram primos e grandes cormeciantes locais, foram responsáveis pela construção do Cine Guarany no ano de 1922,os descendentes desta familia foram morar no Recife.

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  2. Caro Marcos,
    Boa tarde!!!

    Meu nome é André Vasconcelos.
    Faz algum tempo pesquiso alguns fatos e personagens importantes para a história de Triunfo.
    Tenho algumas informações a respeito de Manuel de Siqueira Campos.
    Creio que você deve conhecer a maioria delas. Contudo, repasso o que encontrei.

    Manuel de Siqueira Campos nasceu a 18 de maio de 1874, na cidade de Porteiras (CE). Era filho de Francisco de Siqueira Campos e D. Clara Câmara de Siqueira Campos, os quais se deslocaram para Triunfo (PE) ainda no século XIX.

    Segundo o falecido médico, escritor e pesquisador Luis Wilson, auxiliado pelo Governo do Estado e alguns de seus amigos comerciantes e industriais no Recife, Manuel de Siqueira Campos construiu a estrada de Triunfo a Arcoverde (naquela época Rio Branco), para dar trabalho aos flagelados da seca de 1915... O Dr. Manuel Borba, então Governador de Pernambuco (presidente do estado), compareceu a festa de inauguração da estrada, em 31/12/1916, para a qual 3 automóveis (um dos quais pertencentes ao Cel. Delmiro Gouveia e outro ao Dr. Romeu Pessoa de Queiroz) foram transportados em carros da “Great Western” do Recife a Rio Branco, seguindo dali para Triunfo.
    No ano de 2004, o historiador e escritor Belarmino de Souza Neto, natural de Flores (PE), em uma de suas obras deixou um pedido ao Governador do Estado e ao Prefeito de Triunfo, que no meu entendimento, há muito já devia ter sido atendido. Por uma questão de justiça histórica falta que se dê a referida estrada, a PE 350, o nome do seu “pioneiro e benemérito Cel. Manuel de Siqueira Campos”. Louvável a iniciativa do historiador, a qual merece o apoio e mobilização dos triunfenses no sentido de que a proposta seja atendida.
    Conta ainda Luis Wilson que, “mais tarde, em 1919, quando novamente a seca fez caminhar caravanas de espectros sobre o oásis que em todo o sertão é a Serra da Baixa Verde, Manuel de Siqueira Campos tomou a iniciativa de improvisar outros serviços de interesse público, entre os quais a construção de prédios e calçamento de ruas e praças de Triunfo, para socorrer os flagelados, distribuindo ainda víveres com os mesmos. Outra vez contou com a colaboração de seus amigos Carolino de Arruda Campos (seu sócio, parente e fundador de “O Imparcial”, um jornalzinho que marcou época em Triunfo), do Cel. Laurindo Diniz (prefeito do município), Manuel Pereira Lima (sub-prefeito) e entre outros do Cel. João Pessoa de Queiroz, tendo sido dado naquele ano o nome deste último a uma das praças da cidadezinha, homenagem pela assistência que sempre teve Siqueira Campos daquele grande industrial do Recife, em todos os seus empreendimentos em benefício de Triunfo e dos flagelados pela seca daqueles anos no Sertão do Estado”.
    Entre estas obras o grande cartão postal de Triunfo, o Theatro Cinema Guarany, concluído pelo seu primo e sócio Cel. Carolino Campos, nascido em Itaporanga/PB (chamada antigamente de Misericórdia), visto que por volta de 1920, o Cel. Manuel de Siqueira Campos foi residir no Recife.

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  3. André Vasconcelos - Continuação 2


    Também na cidade do Crato (CE) o empreendedor Manuel de Siqueira Campos deu grande contribuição. Saindo de Triunfo chegou ao Crato por volta de 1910 para expandir seus negócios. Investindo na região do Cariri abriu filiais em Crato, Juazeiro, Barbalha e Missão Velha.
    Armando Lopes Rafael, através de informações do livro Roteiro Biográfico das Ruas de Crato, escrito pelo jornalista J. Lindemberg de Aquino, nos conta que, “durante a seca de 1915 – quando a fome destroçava vidas e bens – improvisou Siqueira Campos serviços de interesse público, como calçamento de ruas e praças, distribuindo o que existia em seus armazéns de gêneros e cereais com aquela gente, batida pela fome vinda dos sítios próximos e até do sertão. Aqui instalou a nossa primeira fábrica de bebidas, na Rua da Vala, hoje denominada Tristão Gonçalves. Em 1919 trouxe o primeiro automóvel para Crato. Adquirido em Recife, esse veículo teve uma chegada apoteótica à Cidade de Frei Carlos. No dia seguinte, Siqueira Campos teve outro pioneirismo: inaugurou – com seu carro – a estrada Crato - Lameiro”.
    O Coronel Teodorico Telles de Quental, prefeito do Crato no período de 1915 a 1919, construiu uma praça no centro da cidade. Concluído o feito, optou-se pela denominação de Praça Siqueira Campos em uma justa homenagem pela sua contribuição para o desenvolvimento do Crato. Em texto muitíssimo interessante para o blog do Sanharol, o senhor Vicente Almeida baseado nas informações prestadas por Huberto Cabral, relata que “a solenidade de inauguração teve início ás 09 horas da manhã do dia 14 de dezembro de 1917 e foi presidida pelo Exmo. Sr. Dr. João Tomé de Sabóia e Silva, presidente do Ceará de 1916 a 1920. Além dele e sua comitiva, ocuparam a tribuna de honra, o Coronel Teodorico Teles de Quental, Prefeito Municipal do Crato, e o homenageado - Sr. Manuel de Siqueira Campos. Usaram da palavra o Prefeito e o Presidente do Ceará que discorreram sobre a inauguração e o homenageado o qual, na ocasião se manifestou agradecendo a consideração que lhe foi atribuída como patrono da praça. O acontecimento contou ainda com a presença de autoridades eclesiásticas, civis e militares, representantes de classe, do povo em geral e da banda de música municipal”.
    Em novembro passado estive no Crato e visitei a referida praça a qual também possui um busto de Manuel de Siqueira Campos.

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  4. André Vasconcelos - Continuação 3


    Com relação a genealogia, em primeiras núpcias Manuel de Siqueira Campos casou-se com D. Maria Martins de Siqueira Campos, tendo o casal 5 filhos:
    1- Carmelita, que foi esposa do Dr. Romeu Pessoa de Queiroz, não tendo filhos. Sobre os Pessoa de Queiroz eram naturais de Umbuzeiro (PB), terra de Assis Chateaubriand a quem ajudaram quando da sua chegada ao Recife. Eram industriais e comerciantes poderosos na capital pernambucana, tendo fundado o Jornal do Commercio, em 1919. Eram primos de João Pessoa Cavalcanti, Presidente da Paraíba assassinado em 1930, com quem mantiveram fortes desentendimentos. Eram todos sobrinhos do Presidente da República, Epitácio Pessoa.
    2- Maria Nicéia, esposa do Dr. Aurélio José de Vasconcelos, formado em agronomia na Inglaterra, fazendeiro e industrial; com sucessão;
    3- Esequiel de Siqueira Campos, industrial, casado com D. Maria da Conceição Carneiro, com sucessão;
    4- Natércia, esposa do comerciante Fausto Pinho, com sucessão (creio que seja a sua avó);
    5- Nair, casada com Armênio Barbosa, com sucessão.

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  5. André Vasconcelos - Continuação 4

    Quanto ao parentesco com o ten. Siqueira Campos, infelizmente não sei lhe explicar.
    A única informação que encontrei foi no livro de D. Stella Barros de Siqueira Campos. Em sua obra sobre a família ela relata que após ficar viúvo, Manuel de Siqueira Campos casou-se com Emília (que tinha o mesmo nome da mãe), filha mais velha de Joaquim Pinto de Siqueira Campos, o qual era neto do Marinheiro Campos, de quem trataremos mais a frente. Conta que, “Emília, bem jovem, estava com 15 anos mais ou menos, quando veio a conhecer seu primo, Manuel de Siqueira Campos. Assim que foi apresentado a ela, despertou nele uma paixão bem forte e, com impetuosidade, não hesitou falar em casamento. Rico comerciante e prefeito de Triunfo, parente bem próximo, a família não iria se opor ao enlace. Além do pedido, convenceu-a a ir estudar no Recife. Já nessa época, ele tinha uma boa casa no Recife onde passava meses, até que terminou morando definitivamente. Em Triunfo, preparou uma bonita e bem decorada casa, um pequeno palacete, onde pretendia fixar sua residência... Após o consórcio matrimonial, curta foi a união dos primos, porque, pouco tempo depois, Emília veio a falecer de mal desconhecido. O Cel. Dudu conservou-se viúvo. Suas filhas e seu único filho já moravam no Recife, onde estudaram em bons colégios, indo de férias a Triunfo... Uma prima solteirona, Hermínia, assumiu a direção e a companhia dos seus filhos. Ele se mudou para o Recife, só vindo a Triunfo a negócios ou passeios com a família”.
    Nos conta ainda D. Stella Barros que, inicialmente o centro de atuação da família Campos era em Triunfo, onde residiam.
    Os Campos são descendentes do português Manoel José de Campos, conhecido como Marinheiro Campos, o qual chegou a região de Pajeú das Flores (PE) no início do século XIX, tendo sido casado com D. Tereza Firmiana Fonseca de Aragão.
    A genealogia é enorme para lhe passar neste texto. De forma resumida cito entre os doze filhos do seu primeiro casamento o Monsenhor Joaquim Pinto de Campos, nascido em 1819 e batizado na capela de Baixa Verde (Triunfo) em 1820 por Frei Ângelo Maurício de Niza (este considerado o fundador de Triunfo). Intelectual e político de prestígio e projeção durante o império, foi deputado provincial e geral. Faleceu em Lisboa. Seu nome, segundo o historiador Belarmino de Souza Neto, parece ter sido uma homenagem prestada por seu pai ao grande caudilho da região do cariri cearense, Joaquim Pinto Madeira.
    O Marinheiro Campos, após ficar viúvo, casou-se com D. Clara Maria de Siqueira, natural de Triunfo e viúva do português Francisco José Lopes de Braga. Dos filhos do primeiro casamento de D. Clara, destacou-se o também padre Marçal Lopes de Siqueira, deputado provincial durante cinco legislaturas a partir de 1854.
    O casamento de D. Clara Siqueira com o Marinheiro Campos gerou seis filhos com sobrenome Siqueira Campos.

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  6. André Vasconcelos - Final

    Entre figuras de relevo na família destaca-se o tenente Siqueira Campos, o qual tomou parte na rebelião dos 18 do Forte de Copacabana e na Coluna Prestes. O tenente Antônio de Siqueira Campos nasceu em Rio Claro (SP). Era o terceiro filho de Raymundo Pessoa de Siqueira Campos e neto do cel. Pedro Pessoa de Siqueira Campos, filho mais velho do Marinheiro Campos e de D. Clara Siqueira.
    Emília, segunda esposa de Manuel de Siqueira Campos era filha de Joaquim Pinto de Siqueira Campos e também neta do Cel. Pedro Pessoa de Siqueira Campos, portanto, logicamente, prima legítima do Tenente Siqueira Campos e bisneta do Marinheiro Campos e de D. Clara Siqueira.
    Agora qual o parentesco do cel. Manuel de Siqueira Campos com o tenente Siqueira Campos infelizmente não sei te explicar. Nunca encontrei nenhuma outra informação a não ser esse relato de D. Stella Barros o tratando por "primo" e "parente muito próximo".

    Creio que os filhos de Castilho Campos, descendentes diretos do Marinheiro Campos possam esclarecer melhor sua dúvida.
    Espero ter contribuído com sua pesquisa e que as informações lhe tenham alguma serventia. Pode existir também algum equívoco. Neste caso, perdoe-me, pois não sou um historiador, e sim, apenas, um curioso das coisas da minha terra.

    Cordialmente,

    André Vasconcelos
    Triunfo/PE

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  7. A História contada acima é de relevante valor para toda a sociedade triunfene. Memória dos antepassados é importantíssimo e deveria estar em museus da cidade e sendo divulgada aos estudantes triunfenses!

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  8. Joselaide Vasconcelos15 de janeiro de 2016 às 00:07

    É válido lembrar que existe uma rua no centro da cidade de Triunfo com o nome: Rua Cel. Manuel Siqueira Campos.

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  9. André Vasconcelos

    Oi, Joselaide!

    Têm mais informações.
    É que já achei o comentário extenso por demais.
    A rua Cel. Manuel de Siqueira Campos é onde situa-se o Clube Central Isaías Lima, cujo prédio sede, salvo engano, foi uma doação dos herdeiros de Siqueira Campos a esta instituição.

    Abraço, minha prima!!!

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  10. Joselaide Vasconcelos20 de janeiro de 2016 às 20:28

    Oi, André!

    Sem dúvida, são muitas as informações. Afinal, a nossa Triunfo tem uma longa e bela história.
    Quanto ao Clube Central Isaías Lima que se encontra à Rua Cel. Manuel de Siqueira Campos, seria interessante você, nas suas pesquisas,dar uma olhada nas atas de antigamente, daquele clube, pois nelas têm informações muito interessantes que não são citadas em muitas narrativas.

    Forte abraço, meu primo!

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  11. Estou procurando parentes de meu sogro Leocadio Siqueira Campos.Ele é filho de Januario Siqueira Campos e de Deolinda Gomes da Conceição. Irmãos Manoel Siqueira Campos estava em Marilia-SP. Valentino Siqueira Campos, Zuca Siqueira Campos, Vanildo Siqueira Campos estava no Paraná. Irmãs Izaura Siqueira Campos, Leda Siqueira Campos e Dada Siqueira Campos - MS ou PR. Ambos São de Correntes-PE e Garanhuns. Se tiver alguem, que seja parentes, sobrinho, ou que conheça, entre em contato comigo, Faz mais de 12 anos, que procuram pelos irmãos. Obrigado

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    1. Olá vc poderia entrar em contato por e-mail?michelenika@hotmail.com
      Tenho familia em correntes ( siqueira Campos)

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  12. Mais informações sobre Coronel Dudu:
    http://casajonasmoraes.blogspot.com.br/2017/05/estradas-rodoviarias-no-sertao.html

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  13. Não conheço a genealogia Siqueira Campos, mas conheço o Dr. Fred Leite Siqueira Campos, descendente direto dos Siqueira Campos nascido em João Pessoa na Paraiba, e hoje professor titular da UFSC, casado e residente em Florianopolis e acredito que com boas chances de voces, se interagirem com ele, obter grandes informações a respeito da familia.ok, contatem Fred Leite Siqueira Campos no facebook , ele é um homem gentil, educado e cm certeza vai se iteressar pela historia familiar...sorte a todos RUI

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  14. Bom dia. Comunico que foi encontrado parte da Família de Leocádio Siqueira Campos, sem contato a 50 anos e uma busca de 18 anos, no dia 02/03/2019, encontrei irmas de 100 e 101 anos, sobrinhos, sobrinhas, em Garanhus-PE, Mairipoã e Presidente Prudente- SP e Paraná, alguns falecidos e outros ainda desaparecidos. Agradeço a Jesus que tudo e no tempo dele. Obrigada a todos. Ivani. Email. vani.miranda@hotmail.com

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  15. Boa noite, meu nome é Peterson Luiz Siqueira Campos, atualmente moramos em São José dos Campos, SP. Sei que temos parentes no Paraná, e proximidades, como por exemplo na cidade de Buri, Angatuba, Itapetininga. sou neto de Pedro Siqueira Campos, cujo irmão de Fidelis Siqueira Campos entre outros. Mas o interessante é que em algumas conversas com meu falecido pai, Antônio Luiz Siqueira Campos, chegou a comentar algumas vezes sobre parentescos com descendentes de Ten Antônio de Siqueira Campos.

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