A última e grande batalha da dilma e do PT deu-se estranhamente no PMDB
na disputa da liderança da Câmara da qual certamente penderá muitas
traficâncias futuras. Qualquer dos dois que se elegesse daria no mesmo,
apenas estabelecendo o corner vencedor. Como foi o Picciani, unha e
carne com o Planalto, resta saber se, por um lado, o vencedor terá
estofo para o combate ao Cunha, e, por outro, se a dilma disporá de
cofre para cobrir a fatura a ser apresentada. Não existe almoço grátis.
Mas, enquanto isso, a eleição do Picciani sugere que a dilma recebeu um fôlego adicional extremamente importante no âmbito da Câmara dos Deputados, mormente no que respeita à futura composição peemedebista, por indicação do novo líder, da comissão que avaliará o pedido do seu impeachment que ainda tramita. Ponderando a singularidade do multipartidarismo embutido no PMDB, será bom que o Palácio se mantenha especialmente atento às traições.
A grande questão do governo brasileiro deste momento é que, além da desarticulação que o caracteriza, todo o cenário conspira contra si. Basta notar que, enquanto recebe o balão de oxigênio de uma parcela do partido aliado, no mesmo dia a agência de classificação de riscos Standard & Poors rebaixa ainda mais o rating do país, colocando-o agora definitivamente no clube dos eventuais caloteiros, e, pior, com viés negativo.
Daí que a parte dos investidores que ainda se mantinha por aqui, começa a arrumar as malas. Daí que o dólar e a inflação sobem, a economia despenca, o emprego pulveriza-se, a indústria sucateia-se e a credibilidade morre. Poderá instalar-se então o momento em que a ausência de um senso crítico associado à arrogância característica impedindo a produção de soluções racionais e inteligentes.
Em meio a isso, campeia o despudor no governo e fora dele. Basta notar que, fora do Palácio, o neoliberal privatista Fernando Henrique Cardoso mostra-se tão desnaturado com o filho fora do casamento e a mãe deste, quanto o Renan Calheiros, o qual, na mesma situação só não abandonou o filho da aventura extra porque teve as pensões pagas por terceiros, como se comenta, o que, aliás, valeu o seu cargo e mandato de então.
Já dentro do governo ou em suas adjacências, parlamentares do PT reuniram-se em caravana de solidariedade ao Lula, depois que o Barba amarelou e manobrou para não falar em Juízo sobre o sítio “que frequenta” (metáfora besta) e sobre o tríplex que não é seu.
Farináceos da mesma raiz sapiens!
Por: Luiz Saul Pereira
Brasília - DF
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