No ritmo em que a banda está tocando dançaremos a mesma música e teremos muito mais do muito mesmo, independentemente do resultado do julgamento político que se dá no Congresso, da presidente do país.
O retrato das ruínas morais e políticas do país, máxime pela fragilidade da gestão, pela perda da credibilidade interna e externa e pela consumação do orçamento nacional, sugere como melhor tese a idealização de um rearranjo da conjuntura do momento e a introdução das necessárias reformas estruturais, as quais haveriam de transitar pela renovação do plantel político. Plantel normalmente se aplica a um conjunto de animais; mas aqui também se pode consagrar.
É o que se vê neste momento em que o país – ou aquela parte da nação que interessa aos políticos – está sendo administrado de fora do Palácio, em um hotel de luxo de Brasília em cujas suítes um homem comum sem cargo, sem função e na mira da Justiça negocia a constituição de um novo Executivo, acaso permaneça a dilma.
Dificilmente saberemos quem financia o funcionamento desse gabinete alternativo de um presidente ad hoc no qual se terceirizou o Governo, inclusive com direito a jatinho. O cerne do desespero está direcionado para as intenções dos votos e também para a compra de parlamentares em uma eleição que se dará perto dali, em um torpe movimento negocial que por si só define a venalidade com que o Palácio percebe os deputados.
Na mesma extrema aflição, o outro lado, agora sob o comando marionete do senador Romero Jucá – um agente que, por tradição peemedebista, tem servido Deus e o Diabo com igual desenvoltura, desde que seja Governo – que se cacifou como representante do partido, realiza idêntico movimento de cooptação dos revoltosos e dos indecisos com a mesma proposição mirabolante de distribuição de ministérios, cargos, titilares e o escambau, na hipótese de um mandato do Temer, ainda que curto ou judicialmente encurtado.
Dizem que a frase dessas ocasiões é a mesma: “O que você quer para ficar com a gente? ” Implica concluir que, para nós da base, tanto faz dar na cabeça como na cabeça dar.
Como se sabe, o instante imediato da avaliação do processo que aporte ou não no Senado Federal terá, além de todas as interrogações e inseguranças com que a sociedade já vem convivendo, mas principalmente um movimento de vingança, não importando que seja o vencedor no plenário. De notar que, no caso do Palácio, essa vendeta já se ensaia com a dizimação das investiduras dos apaniguados do PMDB, o que parece natural. Só que isso não bastará, se a dilma permanecer. Mas, que não se enganem, pois, o Temer, se assumir, catapultará tudo o que lembrar o PT e seus satélites.
A sorte é que a dilma (leia-se também o Lula) já não tem resquício de fôlego para tocar a banda. Já o seu substituto, quem quer que seja, terá que produzir a maior engenharia da história do país. Juntando gregos e baianos (menos o PT) para uma difícil reconstrução.
Menos mal que o Cunha e o Renan estão de fora da sucessão, aquele porque é réu, e este porque o será. Restará o Lewandovski.
Por: Luiz Saul Pereira
Brasília - DF
Nosso Luiz Saul Pereira está sempre em cima do lance repassando fatos importante de Brasília - DF onde reside.
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