quinta-feira, 7 de julho de 2016

DESIDRATADA LIDERANÇA DO CUNHA NÃO SOBREVIVEU E ASSIM VEIO A RENÚNCIA ... POR LUIZ SAUL




Confirmando que não cabe amadorismo em briga de gangues, a renúncia do Eduardo Cunha à presidência da Câmara pretendeu-se apoteótica como movimento friamente calculado, especialmente objetivando mudar o foco das suas dificuldades para a caótica e destrambelhada gestão do cachaceiro do Maranhão. Pode ser que do ponto de vista moral e ético, a História possa nivelar o Cunha ao ex-deputado Roberto Jefferson, na condição de anti-herói ou de herói improvável, face à contribuição de ambos para a apuração das irregularidades políticas nacionais, e do desmascaramento da mentira institucionalizada pelos ocupantes do Executivo, sem que os pecados de cada qual atenuem os seus crimes ou esmaeçam as respectivas responsabilidades. 


A desidratação da liderança que ostentara já se vinha confirmando na medida em que parte dos seguidores, como é próprio dos negociadores de sobrevivência e dos ideologicamente fracos, iniciara a debandada. A verdade é que o gesto vinha sendo “negociado” há algum tempo, e certamente o seu desfecho pode haver decorrido basicamente do resultado da última sessão da Comissão de Constituição e Justiça, na qual um de seus últimos aliados recusou parcialmente o recurso de defesa contra a proposta de cassação retirada da Comissão de Ética. Na sua ilusão de poder, o Cunha imaginava que a proposta seria revertida à Comissão de Ética para nova eleição com resultado diverso do último apresentado.

Com o destino selado, tal qual o da colunata petista e daquele penduricalho feminino inventado pelo Lula, o Cunha pretendeu enquanto pôde oferecer a renúncia em troca de uma possível influência na formulação de um substituto com um perfil senão favorável, pelo menos não hostil à nova condição de ex-presidente a caminho da provável cassação. E, segundo os bastidores, parece que conseguiu isso, uma vez que o favoritismo está recaindo preferencialmente sobre o Rogério Rosso (DF) ou de outro com iguais características, para o cumprimento do mandato tampão. 

O fato é que, querendo ou não, esse apogeu dramático certamente encerrará talvez o pior ciclo de inapetência e de acefalia do comando da Câmara dos Deputados que será sempre um dos mais importantes poderes da República e principal foco de resistência institucional/constitucional nos piores momentos, como aconteceu nas negruras dos 20 anos de ditadura apelidada de revolução. Mas, no aspecto particular, é bastante razoável pensar que se encerra uma carreira política polêmica, plena de episódios sombrosos em toda a trajetória, e apesar disso, galopante em direção ao poder principal.

Embora seja ousado concluir, parece que o Palácio do Jaburu recebeu a renúncia com certo alívio, tanto pela saída “voluntária” do Cunha, quanto pelo alijamento do inútil cachaceiro Maranhão do Maranhão, e ainda pela possível ascensão de um presidente sensível aos projetos do Executivo interino em vias de efetividade. 

Por sua vez, o Palácio da Alvorada, que vem abrigando a ex-presidente, não tem qualquer motivo para comemorar, nem mesmo a derrota do inimigo, uma vez que a situação da ocupante é, na prática, semelhante àquele, na mesma medida da defenestração para um longo exílio, para a interrupção de uma carreira jogada no lixo, e uma perpétua reparação. 
Mas, para o Brasil a coisa pode até estar caminhando bem, na medida em que se livrará do Cunha, da dilma, do Maranhão do Maranhão, restando os demais que estarão na fila das tornozeleiras.



Por: Luiz Saul Pereira
        Brasília - DF

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